Finalmente algo de bom acontecendo neste país; as cotas para negros nas faculdades, dando início ao regaste da grande dívida que este país tem junto aos nossos irmãos afro-descendentes.
Mas como era de se esperar a elite não está gostando da idéia, e o motivo é simples: "Ela não quer que o filho da empregada, no futuro, possa disputar com seus filhinhos as melhores vagas no mercado de trabalho."
É claro que ninguém assume essa patifaria, e hipócrita, como só a elite consegue ser, disfarça muito bem o discurso alegando que tais cotas são discriminatórias contra os próprios negros, como se tudo que acontece e já aconteceu de ruim com comunidade negra, sempre com o patrocínio das nossas elites, não o fosse.
Defende, cinicamente, que em vez de cotas, melhor seria, melhorar o ensino básico, como se estivesse de fato preocupada com o futuro dos filhos dos pobres e principalmente dos negros que a cada ano mais desaprendem nas carteiras de nossas escolas públicas.
Essa gente quer mais é que os alunos da rede pública expludam, pois cada filho de pobre longe da faculdade, representa maiores chances de sucesso para seus filhinhos... E além do mais; se todos tiverem a chance de estudar, quem serão os explorados lá frente, quando os seus filhos assumirem os postos de domínio da elite?
Certamente, a elite está com medo que aconteça com os negros no Brasil, o que aconteceu com os negros estadunidenses, onde as cotas depois de duas décadas formaram uma comunidade negra próspera e independente.
Eu, de minha parte, em nome da justiça social e também da percentagem de sangue africano que corre em minhas veias (meus avós maternos eram descendentes de índios e negros) sou a favor das cotas, e por um motivo muito simples: "Quero ver mais sorrisos negros enfeitando a cara deste país, européia demais para meu gosto!"
LUIZ (LUMONÊ)