Ninguém vira sem-terra só para fazer bonito em beira de estrada ou aumentar as estatísticas da exclusão social. Se o cidadão está acampado com mulher e filhos debaixo do plástico preto que o protege, em parte, do frio e da chuva, mas em nada dos olhares frios de uma sociedade que insiste em empurrar suas mazelas para debaixo do tapete, é porque a privação da cidadania chegou ao extremo.

Ou você pensa que é fácil ser sem-terra?

Experimente então imaginar-se sem emprego, sem dinheiro, sem teto e sem nada para comer... Pior ainda; experimente imaginar seus filhos passando fome.

Será que depois de imaginar todos os seus direitos básicos e elementares violados, você ainda achará que quem invade terras improdutivas está violando o direito de alguém?

Duvido! A não ser que você seja um idiota capitalista e encare a exclusão social como um mal necessário para a manutenção desse sistema de extrema exploração.