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Discursos-->DISCURSO de uma vaquinha MINEIRA -- 04/09/2003 - 15:48 (LUMONÊ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
       Eu, como boa vaquinha mineira, não sou de berrar muito; por isso, vou direto ao assunto que me trouxe às páginas da usina, através de um escritorzim metido a escritorzão, chamado Luiz.

       Aliás, só mesmo um petista feito ele, teria sensibilidade social para trazer a público o drama de uma pobre vaquinha feita eu... Outros diriam que não adianta chorar sobre o leite derramado.

       Também acho que não!!! E nem estou aqui para chorar sobre o leite derramado; estou sim, para protestar sobre o leite que jamais será derramado, pois deixou de ser tirado de mim e de muitas outras amigas minhas por este sertão mineiro.

       E para ilustrar meu protesto apresento-lhe este trecho de uma entrevista, com o economista João Stedile, publicada na revista Caros Amigos:

       "E vou dar um exemplo que me foi contado pelo presidente do BNDES, professor Carlos Lessa, numa recente audiência: um dos últimos projeto que o BNDES financiou em 2002, na gestão passada, foi para a Nestlé modernizar a captação de leite em Minas Gerais. Pois bem, a Nestlé tinha, antes do início do projeto 58.000 famílias de pequenos agricultores integrados, vendendo leite. Quando terminou a "modernização" sobraram 12.000 famílias. Ou seja; em um ano a modernização excluiu 30.000 famílias, usando o dinheiro do FAT , o fundo de amparo ao trabalhador, que é repassado ao BNDES para que este financie projetos que gere emprego.
Qual a reflexão do professor Carlos Lessa a partir deste exemplo??? Quanto mais dinheiro se investe neste modelo, mais ele exclui. Então temos de pensar em outro modelo."



       Tá vendo gente? Agora vocês já sabem o motivo do meu protesto; eu estou desempregada. E tudo por culpa da política neoliberal que o senhor FHC implantou no campo.

       O dinheiro que ele destinou à Nestlé deveria, isso sim, ser usado para diminuir a dependência do homem do campo em relação às multinacionais, e não para agrava-la. Meu leite era vendido a preço de banana (R$0.30) para a Nestlé, que o colocava na mesa do povo a preço de leite mesmo. Um absurdo, pois se a agroindústria não estivesse nas mãos de poucas multinacionais, certamente o preço pago no campo seria o dobro. Nos assentamentos do MST, há exemplos que comprovam isso, e quem me disse, foram minhas amigas assentadas.

       O dinheiro do POVO tem sido usado no Brasil, para dar lucros à multinacional e prejuízo ao povo; e também a nós, pobres vaquinhas mineiras, cujas as tetas não preenchiam os critérios capitalistas da Nestlé.

       Eu não me conformo com tanta falta de sensibilidade social... Nem com a vergonhosa omissão dos meios de comunicação, pois da televisão do meu dono, eu não ouvi uma só palavra de solidariedade a mim e às minhas amigas desempregadas. E se não fosse o Luiz, ser um cara bem informado, e comprar a revista Caros Amigos, onde leu a entrevista do economista João Stedile, eu estaria certamente berrando ao vento por esses pastos afora.

       Só espero que, no governo LULA, as coisas melhorem no campo, e que; os setores mais elitistas da sociedade não tenham forças para barrarem mais uma vez a tão necessária reforma agrária, pois se conseguirem; do jeito que a situação está tensa, no futuro haveremos de chorar, não sobre o leite derramado, mas sobre o sangue... E sangue de um povo, que definitivamente, não merece morrer em nome dos interesses de uma classe que definitivamente, não merece nada do Brasil, muito menos, tanta terra ociosa.

       Béééééééééééé!!!!! Béééééééééééé!!!!! Béééééééééééé!!!!!


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   LUIZ LUMONÊ   



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