"o latifúndio se formou no Brasil, desde o período colonial e sobretudo a partir da lei de terras de 1850, que impediu os pobres de terem acesso à terra."
"Nossa sociedade perdeu várias chances históricas de realizar uma democratização da propriedade da terra. Primeiro, com a libertação dos escravos, em 1888, quando se recusou a dar terra aos ex-escravos. E os enxotou para as cidades. Depois, em 1930, com a implantação do modelo de industrialização dependente, as elites não quiserem desenvolver o mercado interno, e mantiveram a grande propriedade latifundiária. Mais tarde, com a crise do modelo, em 1964, quando o governo popular de João Goulart apresentou em 13 de março o projeto de reforma agrária, para desenvolver o país, as elites preferiram derrubar o governo a derrubar as cercas, apenas das grandes propriedades acima de 1.000 hectares, ao longo das BRs, como defendia Goulart."
"Há uma disputa ferrenha nessa conjuntura em torno dos rumos do governo Lula. E a classe dominante, percebendo que as eleições mudaram a correlação de forças, usa os meios de comunicação todo o tempo, para criar falso clima de tensão social, criar um clima de violência, e com isso deixar o governo Lula refém de seus interesses e evitar que o governo tenha coragem de realizar mudanças reais no modelo econômico."
"As classes dominantes, através de seus meios de comunicação, têm a clara decisão de criminalizar todos os movimentos sociais que lutarem por seus direitos. Pobre neste país, para os senhores editores, pode até pedir cesta básica; se organizar, jamais! E ainda mais com ideologia própria, sem ser guiado por nenhum vereador populista, e usando camiseta do Che. Isso já é baderna!"
"Para quem achava que as elites iriam aceitar o Lulinha paz e amor, e aceitariam mudar o modelo, fazer reforma agrária, distribuir renda, criar emprego... Se enganaram.
Não nos faltará a burguesia, acostumada a 500 anos de privilégios, manipulação e exploração!"
Frases do economista e um dos lideres do MST João Pedro Stedile* ditas na entrevista do mesmo à Revista Caros Amigos.
