PARA SENHOR CLÓVIS LUZ DA SILVA

Muito prezado,

Perdoe-me se porventura ofendi o senhor, assim como a sua fé. É bom que o senhor saiba que tudo o que falo, o digo com conhecimento de causa, porque sou um pesquisador, leigo e independente. Já andei pelas quebradas da vida e até bem pouco tempo presenciei seções de “curas” por todos os lados e também em igrejas evangélicas. É claro que, como o senhor mesmo diz, Sr. Clóvis, a Universal do Reino de Deus tem sido a campeã (Responder não ofende – ao Sr. Turatti). Mas há muitas outras! “Hoje são 56.000 religiões no mundo”, Sr. Clóvis! “Cristo, que queria que fôssemos um só rebanho e um só pastor”, Sr. Clóvis, “deve estar com o coração mais do que ferido. Os que dispersam o rebanho não são os pastores que Cristo queria”, Sr. Clóvis!

Quando o senhor diz que “a menos que o Sr. Turatti considere possível que Deus, por meio de Jesus Cristo, ainda hoje cure realmente uma pessoa somente em uma Igreja Católica”, traslado para cá as reflexões e os desafios do PADRE QUEVEDO-CLAP, renomado cientista, teólogo especializado em Parapsicologia, respeitado em todo o mundo:

“Citem-me um cadáver incorrupto que não seja em ambiente divino-católico. Ou um milagre que não seja em ambiente judaico antigo, até dois séculos antes de Cristo, depois cristão e, após as separações entre protestantes e cismáticos, exclusivamente católico.”

“Analise-os quando quiserem – são milagres permanentes. Em Lanciano (Itália), uma hóstia se converteu em carne humana, viva, e está incorrupta por 13 séculos, até HOJE. Todos os milagres ocorrem em ambiente judaico, cristão, católico, sucessivamente.”

“Qualquer bobagem é milagre ou então o milagre é uma bobagem. Expulsou o demônio, saiu caminhando, tinha um tique nervoso e agora está bem. Algum caso de devolução de uma perna? Os católicos têm muitos. Algum caso de devolução de uma mão? Os católicos têm muitos. Alguma cura instantânea de um leproso? Temos muitas.”

“Sai Baba, vamos chamar-lhe uma vítima de seu irmão, que é bom no marketing. Sai Baba tira um pó da manga e converte um papel em um metal. Não há mágico que não saiba fazer isso. Mas dizem que revitalizou mortos. Que se comprove um caso. É tudo lenda e exageros. Tenhamos em conta que, para os indianos, tradicionalmente, verdade é aquilo que é bonito. E para nós, verdade é aquilo que corresponde à realidade. Que me mostrem um caso comprovado de um cadáver, morto de morte morrida, comprovado no hospital, enterrado, e que cinco ou oito dias depois, tenha recuperado a vida e as forças. Procurei em toda a pesquisa dos melhores parapsicólogos do mundo, mas, tirando as lendas; as coisas para exaltar a figura do herói; tirando a mentalidade oriental; não há nenhum caso comprovado de revitalização de mortos. E os católicos têm aos milhares.”

“Se só existissem os milagres bíblicos, que são orientais, tremendamente exagerados, a crítica histórica desconfiaria. Será que, de boca em boca, uma pulga não vira um elefante? Em Parapsicologia, exige-se o chamado “efeito bumerangue”. Se só tivessem existido naquela época, se poderia duvidar, mas existiram naquela época e vêm se repetindo até HOJE. Não há nenhum milagre bíblico que não tenha se repetido ao longo da história centenas de vezes.”

“Dizem que os milagres de antigamente vêm se confirmando até hoje. Mas comparar os milagres budistas, entre outras religiões, por exemplo, com os milagres católicos é uma tremenda aberração, porque são claramente lendas típicas, são exageros.”

“Fé é acreditar numa doutrina, pela autoridade daquele que a revelou. Isso é Fé. Ora, a Fé tem de ser racional, não infantil. Temos de saber dar motivo. Os milagres são o que fundamenta o que está realmente revelado, e que não foi inventado. Comparar os milagres divinos judaicos, cristãos, católicos com os milagres hindus, budistas, etc., é uma monstruosidade. É completamente diferente.”

Porque as citações do padre Quevedo acima são fatos, Sr. Clóvis, eu sinceramente não sei lhe responder.

Espero ter reparado algum possível dano causado ao senhor, sem querer, Sr. Clóvis.

Receba o meu abraço cordial e tenha um bom dia, Sr. Clóvis!

LUIZ ROBERTO TURATTI.