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Discursos-->Um olhar PETISTA sobre a AMAZÔNIA -- 16/07/2002 - 11:17 (LUMONÊ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Durante um debate numa Universidade, nos Estados Unidos o ex-governador do Distrito Federal , Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. cristovam Buarque:

"De fato como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que os nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob esta ética humanista deve ser intercionalizada, intercionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade, como a Amazônia para o seu futuro. Apesar disso os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma o capital financeiro dos paises ricos deveriam ser intercionalizados. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar paises inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que este patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele o quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ser internacionalizado.

Durante este encontro as Nações Unidas estão realizando o Forum do Milênio, mas alguns países tiveram dificuldades em comparecer devido a constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso eu acho que New York, como sede das Nações Unidas deve ser internacionalida. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda humanidade. Assim como Paris, Veneza, Londres, Roma, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os Estados Unidos querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixa-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demostraram que são capazes de usar essas armas, provocando um desastre milhares de vezes maiores que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates os atuais candidatos à presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizarem as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos utilizando esta dívida para garantir que cada criança no mundo tenha possibilidade de comer e ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as todas elas, não importando o lugar onde nasceram , como um patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixaram que elas trabalhem, quando deveriam estudar, que morram, quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa! Só nossa!



OBS: (esta matéria foi publicada no New York Times e Washington post Today e nos maiores jornais da Europa e Japão no mês de agosto de 2001, mas no Brasil ela não foi publicada.


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