Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 63629 )

Cartas ( 21368)

Contos (13313)

Cordel (10367)

Cronicas (22591)

Discursos (3251)

Ensaios - (10807)

Erótico (13604)

Frases (52093)

Humor (20220)

Infantil (5668)

Infanto Juvenil (5029)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1388)

Poesias (141110)

Redação (3382)

Roteiro de Filme ou Novela (1065)

Teses / Monologos (2445)

Textos Jurídicos (1978)

Textos Religiosos/Sermões (6412)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Juridicos-->A visita da OFICIAL de JUSTIÇA! -- 22/10/2002 - 00:19 (LUMONÊ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A visita da OFICIAL de JUSTIÇA!

Ela estacionou o carro defronte minha casa e ao contrário do que eu sempre temera, o veículo não possuía nenhum detalhe que denunciasse aos vizinhos, sempre atentos ao que acontece com a vida dos outros, o objetivo da visita de sua proprietária.

Ela também em nada assemelhava-se à imagem que eu fazia de uma oficial de justiça, até porque sempre imaginei tal cargo sendo ocupado por um homem, mau humorado, chato e desalmado e ela não só era mulher, como era muito bonita, simpática e para minha surpresa, extremamente humana.

Apresentou-se ainda no portão, como oficial de justiça e revelou-me estar ali para comunicar-me que um dos meus credores (um agiota) havia me acionado judicialmente e que a partir daquela data eu teria quinze dias (dados pelo juiz) para pagar a dívida de R$945,00 ou entrar com uma ação de embargo, caso houvesse algum fato que pudesse, judicialmente, por em dúvida a legalidade da cobrança.

Tal fato não existia. Eu realmente havia emitido os dois cheques e apesar do portador ser uma agiota dos mais filho da p... eu não tinha como provar seu crime, de forma que teria que pagar a dívida cobrada judicialmente para ficar livre de aborrecimentos, mas no momento isso era impossível, a não ser que eu passasse fome, o que definitivamente estava fora de questão.

Comuniquei tal fato à ela e então ouvi de seus lábios, que findo os quinze dias ela voltaria para executar uma ação de penhora, mas que eu não ficasse preocupado, pois isso não era o fim do mundo.

__E o que você vai penhorar? __Perguntei apreensivo.

__Você tem carro ou moto, terreno ou qualquer outro bem em seu nome?

__Tenho carro e moto, mas ele é financiado e ela está em nome de minha esposa!

__Então fique tranquilo! Não serão penhorados! E dentro de casa?

__Tenho pouca coisa! Televisão! Fogão! Geladeira...

__Não! Essas coisas não são passíveis de penhora! O que se penhora é microondas, vídeo-cassete, aparelho de som, máquina de lavar...enfim, coisas que possam ser consideradas supérfluas pelo juiz!

__Se é assim, não tenho nada para ser penhorado!

__Então fique tranquilo e pague quando puder! A lei lhe garante este direito!

__E se o cara vier me ameaçar, como já fez no passado?

__Chame a polícia!

__Chamar a polícia? Mas eu estou devendo pro cara!

__Suas dívidas não anula sua cidadania! E como cidadão, você tem o direito de não sofrer constrangimentos no ato de uma cobrança!

__Fico aliviado por ouvir isso e agradeço-lhe os esclarecimentos!

__Não há de que! É meu dever, mas eu te aconselho a procurar um advogado para informar-se melhor! Se for o caso, o estado lhe fornecerá um de graça!

__Está bem! Verei o que faço!

Nos despedimos. Ela entrou no carro e partiu deixando nos atentos vizinhos a certeza de que tratara-se de uma visita comercial e eu entrei em casa, muito mais preocupado com o que faria com a antena parabólica e o vídeo-cassete, do que com os cheques nas mãos do agiota.


® LUMONÊ

Comentarios
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui