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Textos_Juridicos-->Monteiro Lobato e a Difusão de seus Ideais -- 03/07/2002 - 22:50 (WILLIANS PADILHA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Willians Padilha Catirsi








A Revista do Brasil e a importância de Monteiro Lobato no universo da literatura.






Monografia apresentada ao conjunto de disciplinas do 1° semestre como requisito parcial a conclusão do 1° semestre do curso de comunicação social – habilitação em publicidade e propaganda na Faculdade Editora Nacional.


















São Caetano do Sul
Publicidade e Propaganda / Faenac
Junho - 2002

Agradecimentos

Aos colegas pesquisadores científicos de Publicidade e Propaganda, a estes que fizeram e fazem parte deste trabalho:

Ana Luiza Azevedo

Cristina da Silva Pessoa

Danilo Lozano Oliveira

Denise S. do Nascimento

Denison Lemos

Gislene G. A. Caruso

Mariana Aparecida Bertelli


A todos os professores da Faculdade Editora Nacional, do curso de Publicidade e Propaganda, pela colaboração e paciência, sem as quais este projeto não poderia ser realizado.


À biblioteca Monteiro Lobato e seus funcionários que nos deram todos os subsídios para conclusão desta monografia.


Aos colegas do curso de Produção Editorial


A todos os colegas que direta ou indiretamente nos ajudaram, com sugestões e idéias nos tópicos desenvolvidos.







Sumário

Pág
1. Introdução……....................…04
2. Monteiro Lobato e a difisão de seus ideais…....07
3. Conceitos de Publicidade e Propaganda .............09
4. Confidências de Lobato a Rangel....... 10
A expansão da Cultura no Brasil do século XIX.........15
A vida de Monteiro Lobato..............15
Monteiro Lobato Editor, gráfico e escritor.....19
5. Nascimento da revista do Brasil...... 21
A Revista do Brasil ganha novos diretores.........22
Renasce a Revista do Brasil..... 23
6. País de homens e Livros........25
Crítica de Monteiro Lobato a Semana de arte moderna.......26
7. A influência de Nietzsche sobre Lobato....... 29
Citações de Nietzsche.......33
8. Análise das peças........34
Um presente para a cultura........40
Uma fase da cultura Brasileira.... 41
9. Conclusão.......43
10. Referências Bibliográficas.......44






Introdução

Revista do Brasil e Monteiro Lobato

Neste projeto procuramos através de várias pesquisas proporcionar ao leitor o maior número de informações possíveis no que diz respeito à Revista do Brasil.
A escolha do tema foi unânime, todos ficamos empolgados frente ao desafio e a possibilidade de aprofundar-nos na vida de Monteiro Lobato e suas obras.
A princípio nos parecia muito difícil, pois uma revista de 1819 não se vê em bancas de jornal, bancas sebo, bibliotecas, centrais de informação, internet, museu.. etc., até termos em mãos a Revista que, graças aos nossos colegas do curso de Produção Editorial foi possível, além de muitas buscas em sites, conversas entre colegas, visitas a bibliotecas e ajuda de vários professores que conseguimos material necessário, também usufruímos de teses de pesquisadores como a de Eliane Freire de Oliveira (Pós graduando em Comunicação UNITAU.) - Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté UNITAU, e Robson Bastos da Silva (Doutor em Comunicação e Semiótica pela USP) – Professor na Universidade de Taubaté (UNITAU) e Universidade Santa Cecília UNISANTA Santos, tese: “O Polêmico Jornalista Monteiro Lobato”,
Parafraseando esse trabalho encontramos um esclarecimento satisfatório do jornalista Monteiro Lobato, e que conseqüentemente nos traz a luz uma dimensão maior da situação que Lobato obteve e manteve a Revista do Brasil (alvo deste trabalho), também nos leva a descoberta da importância internacional que a Revista alcançou. Felizmente depois de muita procura conseguimos ainda resgatar mais três Revista do Brasil (matéria-prima), duas de 1918 e, uma de 1916, conseguimos também uma Revista Brasiliense de 1956.
Iniciamos nosso projeto através da visão do publicitário, pesquisa paralela adequando aos conceitos de publicidade e propaganda, pois, afinal, o projeto também visa analisar as peças publicitárias da época. Os conceitos nos concedem apoio para tal, com isso abrimos um tópico para explicar publicidade e propaganda.
Seguimos em frente com as cartas de Lobato à Rangel contando muitos detalhes das histórias de suas vidas exclusivamente de Lobato, com relatos sobre seus artigos, seus ideais, sua opinião a respeito da sociedade da época e principalmente seus sonhos, fazendo uma parada e observação naquele que foi o “Minarete”ou “os Minaretes”. Caro leitor, não se impressione com a escrita, pois foi colocada na íntegra quanto a ortografia utilizada na época.
Aproveitamos ainda para falar do lado histórico da política e economia, e o primeiro passo é “A expanção da cultura no Brasil do século XIX”, abordando a questão do crescimento literário junto à burguesia do fim do século XIX inicio do século XX.
Logo depois relatamos a vida de Monteiro Lobato, desde seu nascimento até sua morte, não omitindo o que para nós é o mais importante: o dia em que Lobato compra a Revista do Brasil e revoluciona a produção de livros no país.; Lobato que há muito tempo colaborava com publicações para Vida Moderna, O Queixoso, A Cigarra, O Pirralho e a Revista do Brasil sendo conquistado pela proposta nacionalista desta última que adquire com o fruto da venda do Buquira tornando-se em Junho de 1918 proprietário - editor que, ao contrário dos concorrentes, não hesita em acolher novos talentos. A Revista prospera, propiciando o surgimento de uma seção editorial paralela, voltada para a produção e para o lançamento de livros no país.
No Capítulo: Monteiro, empresário, gráfico e escritor, damos ênfase à capacidade dele como escritor e citações onde o mesmo faz um desabafo de lamento e indignação diante do analfabetismo no Brasil. A preocupação com o nacionalismo e da dificuldade quanto ao acesso à cultura no país, também ocorrido pelos vários processos econômicos produzidos em nosso país, tornando o acesso a esta cada vez mais difícil. Como vemos nos dias de hoje, o rico cada vez mais rico, e, o pobre cada vez mais pobre.
Não poderíamos deixar para trás o renascimento da Revista que ocorre após dois anos fora de circulação. Vemos sua importância para cultura da época com sua diversidade imensa de assuntos e a valorização da literatura no Brasil.
País de homens e livros é um retrato mais analista do processo que Lobato sofreu entre sua fazenda e a Revista. Procuramos focar as dificuldades que teve diante da crise do café, o petróleo, levantamos a questão agrária, enfim, levando o processo até suas críticas na semana de arte moderna de 1922.
Em nosso projeto procuramos mostrar a grande influência filosófica de Lobato (Nietzsche), onde verificamos que desde cedo Lobato já lia seus livros.
A análise das peças da Revista do Brasil foi feita, onde verificamos o público alvo, a forma como era feita propaganda, em fim o modo de atrair consumidores nesta época. Ao analisar as peças percebemos a rica raridade que temos em mãos.; um papel nobre, texturizado, à base de tintas que não se soltam do papel (por mais antiga que seja), um papel que não traz cheiro desagradável, as propagandas são moldadas em sua volta (como quadros de paredes), os moldes são trabalhados e delicados, a linguagem usada ainda recebe a interferência do latim com “ph”, “ll”, “ctr”, “iaes” e outros, os acentos são pouco utilizados nessa gramática. Também a forma com que o assinante assina sua peça publicitária é muito interessante. As peças são icônicas e cheias de símbolos.
Incluímos artigos interessantes como: “Um presente para a cultura” e “Uma fase da cultura brasileira”.
Este projeto aborda aspectos da pessoa de Monteiro Lobato, e através de análises de seu trabalho“A Revista do Brasil”colocamos à visão de seus ideais, a evolução que levou a Editora Monteiro Lobato a produzir a revista, que depois deu origem a Editora Nacional, chegando a Editora Brasiliense (da qual era sócio), chegando, na instituição educacional Faculdade Editora Nacional.
Encerramos com a nossa conclusão sobre toda a pesquisa feita neste semestre esses são os tópicos abordados em nossa monografia, esperamos que gostem e desejamos a todos uma ótima leitura.








Monteiro Lobato e a difusão dos seus ideais.

No momento em que toda a sociedade temia um colapso não só nacional, mas também mundial – Lobato arriscou – Baseando-se em seus ideais nos quais citamos a massificação da leitura literária para toda a sociedade. Seu sonho era que todo o cidadão que soubesse ou não ler tivesse a oportunidade de ter em mãos um livro, uma revista se quer, e foi por causa desse ideal que as obras de Lobato perduram até hoje.
O presente estudo aborda a temática “Revista do Brasil” resgatando valores, idéias e ideais de uma época, enfatizando Monteiro Lobato (idealizador e editor gráfico da Revista do Brasil), assim como a difusão de seus ideais.
Apesar da escassez de material e da dificuldade de seu acesso, a equipe de trabalhos acadêmicos tem a certeza que conseguiu chegar ao seu objetivo, resgatando a história de Monteiro Lobato e do contexto no qual viveu.
Se não fosse a estúpida crise de 1914 e a guerra, eu estava neste momento rico, a ventania européia mudou o rumo do meu barco...”(LOBATO, 1941, p.29).
Possivelmente essa foi à maneira mais formal encontrada por Lobato para expressar seu sentimento de tristeza.
No entanto essa crise foi apenas uma das várias que iria enfrentar em seu futuro.
Em muitos momentos Lobato escreve a Rangel suas alegrias, tristezas, sonhos, desamores e dificuldades.; num destes momentos Lobato comenta:

“... Quanto a livro, Rangel, não sei se me sairá algum, algum dia. Porque isso de encher o mundo de livros é fácil ¾¾ o difícil é produzir UM LIVRO.
Note que não aparece nem um só por ano. Se em algum tempo me sentir capaz de produzir UM LIVRO, então aparecerei. Do contrário seria aumentar mais pedrinha a imensa montanha de mediocridade”(LOBATO, 1941, p.33).

Diante dessa afirmação concluímos o quanto Lobato era indubitavelmente correto e rígido com seus ideais e idéias.; sua seriedade é notória. Interessante que, no dia 30/ 3/1915, encontramos o sonho ainda feto de Lobato quando numa carta comenta:
“Acabo montando um (jornal), ou uma revista na qual só eu mando e desmando” (LOBATO, 1941, p.24).
Na verdade essas palavras foram parte de um desabafo de Lobato a Rangel. Tudo cansa nesta vida.; Lobato estava cansado.
No entanto nem mesmo os problemas que tinha de enfrentar na redação do jornal O Estado, eram suficientes para abate-lo. A força alcançada pelos seus artigos e o retorno faziam Lobato vibrar.
Portanto, afirmamos que esta foi uma das glórias de Lobato.
Ainda que incompreendido e criticado, Lobato era um idealizador público que com seu poder gramatical despertava o senso da procura pela literatura e conhecimentos gerais, tais como os assuntos políticos, sócio-econômicos e culturais da época. Levando ao público a consciência da realidade que o país enfrentava naquela momento.
“... E disso resultou que o Estado (jornal) vai pagar-me os artigos a 25 mil réis, logo que a folha volte a normalização financeira e se refaça num desfalque de 150 contos que lá deu o velho gerente ¾¾ foi o que ouvi”. (LOBATO, 1941, p.20).
Felizmente as alegrias de Lobato eram suficientes para alimentar seu “sonho feto”.

“... Manda-me dizer que devo declarar ao Pinheiro. Ele lá te ofende, supondo-te incapaz, financeiramente de ficares com uma cota da sociedade em organização para o lançamento da revista. Respondi que deve ser riquinho. Se te convidarem, entra. Precisamos de portas, Rangel. (LOBATO, 1941, p.12).
“... Que belo jornal ou revista não faríamos nós, do nosso grupinho, acrescido de Plínio Barreto, do Heitor de Morais e mais uns tantos rebeldes sem medo de chegar fogo aos estopins!.”(LOBATO, 1941, p.23 ).
OBS: Esta foi a primeira vez que Lobato escreve sua pretensão quanto a Revista à Rangel.
A cada dia que passava Lobato sentia uma necessidade maior de se tornar um proprietário de editora. Desta forma seus gastos com a industrialização de seus livros teriam um giro mais rápido e quanto maior sua produção menor seria o gasto.; com o passar do tempo o crescimento de suas literaturas infantis e adultas cresciam mais e o nome Monteiro Lobato se tornava mais conhecido e respeitado em todo o território de veiculação de jornais, revistas, editais e etc
Tudo que envolvia Lobato começava a ter importância de maior crédito e idôniedade e respeitabilidade.


Conceitos de Publicidade e Propaganda

No campo de publicidade e propaganda, percebe-se que estas duas palavras são difíceis de diferenciar, pois ambas têm a mesma ação. A partir desta idéia vamos dar seus conceitos.
A publicidade tem um conceito bem amplo. Segundo Ferreira, 1994, etimologicamente a publicidade deriva de público. Para Rabaca e Barbosa, 1977, a publicidade é arte de despertar no público o desejo de compra, levando a ação. É o conjunto de técnicas de ação coletiva, utilizadas no sentido de promover o lucro de uma atividade comercial, conquistando, aumentando ou mantendo clientes.
Segundo Ferreira, 1994, a propaganda, etimologicamente, deriva de propagar, assim como Rabaca e Barbosa, 1977, a propaganda é uma expressão genérica, que envolve a divulgação do nome de pessoas (propaganda eleitoral), de coisas a venda (mercadorias, móveis) e também de idéias (propaganda dos evangelhos, comunismo).
Também é a técnica de criar opinião pública favorável a um determinado tipo de produto, sérvio, instituição ou idéia, visando orientar o comportamento humano das massas num determinado sentido, como os anúncios em si, as peças publicitárias, ou seja, o que é feito de forma paga para se receber publicidade, publicidade como o meio, todo o conjunto é formado por veículos, agências, ações e etc.
Concluímos então que propaganda é somente uma forma de se fazer e receber publicidade.



Confidências de Lobato a Rangel

Desde cedo, na faculdade que cursou, Lobato e Rangel já eram amigos (amizade essa que parece até casamento).; tal foi a amizade sincera e duradoura desses dois rapazes. Imagino que mais de quarenta anos de amizade não exista com tanta perfeição como aconteceu com nossas duas figuras (Lobato e Rangel).
...Tudo começou no Minarete.. ..Lá Lobato viu Rangel pela primeira vez ....

“Minarete, era como chamávamos o chalézinho amarelo da rua 21 da abril, no Belenzinho, ima rua sem calçamento, toda sebes de pinheiros. Devia haver, mas não me lembro, casas por lá , afora o chalezinho do Minarete, centro dum terrenão de chácara.
Uns 50 metros de frente, cerca viva com o portão de ferro no centro – o clássico portão de ferro com pilastras de tijolo e vasos em forma de urna em cima.
Dentro dos vasos essas pobres plantinhas que lembram pés de ananás, mirradas, atrofiadas, impedidas de crescer pela angústia de espaços para as raízes.
No mais, laranjeiras, ameixeiras, creio que um pé de romã, o coqueiro ao lado, a horta e uma grande palmeira à esquerda. Éra alí a toca de Rangel.”(Lobato, 1905, rodapé, p 21)

E daí por diante uma saudável paixão literária e de amizade surgia...
(Primeira visita de Lobato a Rangel)
“...Súbito, um apito distante corta o espaço e, triste e melancólico, vem ferir-me o ouvido.É a Central ... E em meu coração brotam pugentes saudades da minha infância em Taubaté. Ó infância minha na roça, quanta poesia, etc.etc.”(Lobato, 1903, p.23 - 24).
Quem haveria de esperar tal desabafo surgido da boca de Lobato? ...A lembrança (apelo emocional), falou mais alto.; deveria estar se sentindo só nesse momento de regressão. Quantas vezes mais não se sentiu desta forma, anteriormente?
De repente, em alguns momentos seus sentimentos eram maiores que seus sonhos.; mas até aonde isso pode ser verdade, enfim todos temos nossos direitos de conflitos, Lobato também os tinha !
“..Sigo logo para a fazenda e quero de lá corresponder-me contigo longa e minunciosamente, em cartas intermináveis – mas é coisa que só farei se me convencer de que realmente queres semelhante coisa.”(Lobato, 1903, p.28 – 32)
Nessa carta Lobato comenta entre outras coisas o Minarete, não a casa, o jornal !
Minarete, o jornalzinho que Benjamim Pinheiro manteve em Pindamonhangaba de Julho de 1903 a Julho de 1907. O Minareta começou com escândalo na pacatez da “Princesinha do Norte” como se cognominava Pindamonhangaba. Foi considerado um jornal “sui generis”, inteiramente fora dos moldes do jornalismo do interior.
Formato: 25 x 35
No entanto, após seis meses o formato passou para 30 x 43.
Primeiro conto de Rangel no Minarete, “Simbólico Vagido”, no qual escreve seu próprio nascimento e seu primeiro vagido.
O nome Minarete foi dado primeiramente por Monteiro Lobato em sua primeira visita à Rangel, nome esse transferido para o jornal em Pindamonhangaba.

“... acabo de ler o Minarete(*) a tua primeira jóia, meu Rangel, o teu primeiro vagido literário impresso, pois que manuscritamente tens vagido muito. Não calculas como aquilo está bom. Sobretudo na primeira parte. Todos sem exceção, gostamos imenso – e fos-te proclamado o “primus inter pares” do Cenáculo.
...Nesse andar chegas. Quem leu os teus comecinhos n’O Combatente* e agora lê o teu vagido, apalpa o progresso” (Lobato, 1903, p. 28 – 32)

Logo na primeira correspondência nota – se a seriedade e a preocupação quanto ao produto impresso (de ambos), note:
“...Mando um “Estado” com o discurso do Ramalho Ortigão, e o começo do meu Diário. E vai uma revista com capa minha.”(Lobato, 1903, p.29) (primeira carta).
Daí nota-se a periodicidade com que trocavam informações e obras nas quais escreviam. Inicialmente em 1903 poucas foram as cartas trocadas entre Lobato e Rangel, no entanto, em especial, um trecho de uma das cartas chama a atenção:

“....Perguntas quantas horas “literato”. Nem uma, meu caro, porque só leio o que me agrada e só quando estou com apetite. Não troco uma converça com uma moça quinha (o sexo da mulher corrige a banalidade, no homem agrava-a, diz Machado) pela melhor tragédia de Euripedes, por que por mais banal que seja a moça á sempre mais humana que um livro – e o humano quer humano. Ler e comer, só quando há apetite.; fora daí é uma insuportável coruée.
Também não escrevo por obrigação. Escrevo quando os dedos comicham – ou quando o Benjamim me força a escrever”. (Lobato, 1903, p.48-49)

É surpreendente a franqueza de Lobato. Reflexo de seu caráter e humildade.
Passado um tempo, em 16, 06, 1904 Lobato eufórico escreve a Rangel:
“Estou prestes a fechar o meu curso. Entro na vida prática em dezembro e creio que realizarei o meu sonho: ser fazendeiro. A minha vida ideal (isso é de idéias) está a pingar o ponto final. Vou morrer – vai morrer este Lobato das cartas.”(Lobato, 1904, p.61)
Animado com a mudança Lobato pensava no milho e nos porcos que iria alimentar. Não podendo prever o futuro, vivia o momento. Tempos mais tarde voltaria para Santos, Ubatuba, São Vicente, Guarujá .... indo parar em São Paulo. Lobato ainda iria escrever muito...... mas enquanto o mar não se agitava ...
“..Vou mandar Romam Brésilien, de Adrien Delpech.
Bem bom”(Lobato, 1904, p.70)
Nessa época, de graduação, que fazia, Lobato, enfeitiçado e revolucionado por Nietzsch escreve:
“Rangel: há muito tempo que quero insistir em Nietzsch, e dele te mando um volume que lerás, e então mandarei outro. Não ha Nietzsch nas livrarias desta Zululandia. Estes me vieram de França ......
(Então confessa)
...Considero Nietzsch o maior gênio da filosiofia.É o homem “objetivo”. O homem impessoal, destacado de si e do mundo” (Lobato, 1904, p.65)
Não apenas Nietz era o “homem objetivo” ou “impessoal” “destacado de si e do mundo”, fato é que essas também foram as características somadas e destacadas em Lobato.
“Nietzsch é o Grande Pecador.”(Lobato, 1904, p.66) Lobato também foi.
--- Seu maior pecado foi o amor pelo seu país. !
Um amor platônico sem o reconhecimento devido, sofrido, egoista, chato.!
Amor que o levou a falência, ao cárcere, ao desgosto e a amargura.
Diante destas, afirmamos que a literatua, seus poemas, histórias e artigos nunca passaram de um refúgio para se esconder das desilusões que vinha sofrendo, e que sofrera ao longo de sua vida.
“Nietzsch anunciou e afagou-se numa dolorosa loucura, que sua irmã conta num livro.” (Lobato, 1904, p.67) (Ler pp.29-31 deste trabalho)
Lobato não se afagou. O coração afagou Lobato. Não para a loucura . Para a morte.
Orgulhosamente dizia: “E o topete filosófico eu o extrai de Nietzsch.”(Lobato, 1915, p.11) É fato notório que desde a primeira até a última correspondência, era esse nível de informações que se comunicavam, falando sobre revistas, jornais, críticas, caricaturas e desenhos, assuntos de redação, filosofia, poesias, músicas, Cenáculo, Minarete, assuntos ligados à corregedoria etc.
“..Tens lido o Minarete? As primeiras paginas dos últimos números são totalmente minhas. Apareça por la”. (Lobato, 1905, p.97)
Tanto Rangel como Lobato eram fortes colaboradores de inúmeros jornais, revistas, editais, panfletárias, cartunistas e caricaturistas.
“.. Ando a Colaborar no Fon-Fon. O que aparece lá assinado H.B. é meu Desenho e Caricaturas.” (Lobato, 1909, p.255)
OBS: H.B. éra o pseudônimo usado por Lobato que significa “Helio Burma”.
Em outra oportunidade escreve: “Recebi carta dos fundadores dum seminário ilustrado em S. Paulo, gênero Fon-Fon, pedindo colaboração.”(Lobato, 1909, p.273)
E lá foi Lobato prestar colaboração novamente.; ele não parava, seu nome e trabalho eram requisitados com freqüência extrondosa. A cada dia trabalhava e ganhava mais dinheiro. Havia até aquele que diziam que Lobato era “riquinho” ou “cheio da grana”.
Passado os anos, Lobato estava cansado da loucura dos jornais, mais especificamente do “Estado de São Paulo”, o antigo “Província de São Paulo”. Lá davam tapinhas nas costas e abriam um largo sorriso (falso).
Por várias vezes dizia .. “..Não sirvo para jornal. Meu campo é o livro, o panfleto – ou um jornal meu cá como o entendo.”(Lobato, 1915, p.22)
E foi numa dessas cartas que indiretamente o título da Revista foi proposto:
- Cultura.
Esse à princípio foi o nome proposto para a Revista do Brasil. (Ver Lobato, 1915, a partir da página 19)
Enquanto a Revista não saia , Lobato continuava a se queixar com Rangel...
“Conheces o Cornélio Pires? Contradiz-me num jornal de São Paulo. É um dos D. Magriços do caboclo menino-Jesus. Frágeis demais os argumentos.; mais que isso – tolos.”(LOBATO, 1941, p.10).
Muitas foram às vezes que Lobato se referia a pessoas que o atacavam de alguma forma no, meio escritas ou faladas. Era um incompreendido, e para isso não tinha jeito.
“... tens lido os meus artigos? Produziram efeito interessante: um despertar de consciência adormecida”.(LOBATO, 1941, p.128).











A EXPANÇÃO DA CULTURA NO BRASIL DO SÉCULO XIX

Nascido num contexto social atrapalhado, que mudava constantemente de ferfil (questão política), Monteiro Lobato dividiu-se entre na Abolição da Escravatura (fruto dos reinados), a República, a República Velha e a Era Vargas. Um dos atrativos Lobatiano era seu nacionalismo e a preocupação com negros escravos que, até então, nesse contexto só terminou em 1888 aproximadamente.
Felizmente, em meio a revoltas e manifestações, no fim do século XIX, a indústria já conseguia imprimir muitos exemplares de livros e os jornais alcançavam milhares de pessoas. Para quem vinha da classe média inferior, tornar-se escritor famoso era um meio de ascensão social. Uma das modas da época, na elite, era pagar para assistir conferências.
Valia tudo: Literatura, filosofia, história, divulgação de descobertas científicas ... etc. (Schmidt, Mario. Nova História Critica do Brasil, Nova Geração, ed. 1998, p.220-222)

A Vida de Monteiro Lobato

José Bento Monteiro Lobato, nasceu na cidade de Taubaté no dia 18 de abril de 1882. Conhecido como Monteiro Lobato, começou escrevendo pequenos contos para jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista onde foi aluno na cidade de Taubaté.
Lobato cursou direito na Faculdade do Largo São Francisco em São Paulo. Neste tempo, ele divide-se entre duas de suas paixões: escrever e desenhar. Lobato venceu um concurso literário promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto.
Em um momento de sua fase acadêmica, Lobato entrou em contato com as obras do filósofo alemão Frederich Nietzsche, cujo pensamento o inspirou vida afora.
Em outubro de 1906, Lobato é nomeado promotor público interno em Taubaté. Teve três filhos: Marta sua primogênita, Edgard e Guilherme.
Em um artigo publicado no jornal Estado de São Paulo titulado “Uma Velha Praga”, nasce o personagem Jeca Tatu.
Em 4 de julho de 1918, Lobato compra a Revista do Brasil e desenvolve uma seção editorial começando as atividades que revolucionariam a produção de livros no Brasil. A Revista do Brasil dá certo e traz ótimo retorno. É lançado em 1920 o livro “A Negrinha”.
Em 1922 lançamento de “O Marquês de Rabicó”, aprovado pela Diretoria de Instrução Pública do Estado para uso didático. Ainda neste ano, Lobato concorre à cadeira n.º 11 da Academia Brasileira de Letras, mas Lobato desiste de sua candidatura.
No ano de 1925, devido ao pedido do Laboratório Fontoura, Monteiro Lobato adapta Jeca Tatuzinho para a promoção dos produtos especialmente do Biotônico Fontoura. Em maio de 1925, é editada a última “Revista do Brasil” no dia 15 de setembro do mesmo ano, é realizada no Rio de Janeiro a assembléia de constituição da Companhia Editora Nacional, mesmo Lobato estando à frente no empreendimento, seu nome só aparece entre os sócios no final do ano de 1926 quando a matriz é transferida para São Paulo.
Março de 1926, Lobato concorre novamente e perde a eleição na Academia Brasileira de Letras.
Agosto de 1927, Monteiro Lobato manda um relatório ao Ministro das Relações Exteriores Otávio Mangabeira, sugerindo algumas medidas, e entre elas dando ênfase a duas, uma delas que o Governo diminuísse os altos impostos de exportação e que urgentemente investisse em propaganda.
Monteiro Lobato volta de sua ida a Nova Iorque no mês de março de 1931.
No dia 03 de fevereiro de 1936 por votação unanime, Lobato foi eleito para cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras.
Em 1934 é oferecido por Getúlio Vargas à Monteiro Lobato a direção do departamento de propaganda e difusão cultural criado em julho do mesmo ano, mas Lobato recusa.
Um golpe duro na vida de Monteiro Lobato.; no dia 10 de setembro de 1938 ele perde seu filho Guilherme.
É lançado no ano de 1939 a peça “Pica-Pau Amarelo” e “O Minotauro”.
Em 28 de janeiro de 1941, a equipe da Delegacia Especializada de Ordem Política e social, invade a residência e em seguida o escritório de Lobato levando-o preso. No primeiro julgamento Lobato é absolvido, mas permanece preso. Ao saber do resultado, Lobato mandou uma carta ao general, agradecendo com as seguintes palavras: “Passei nesta prisão, General, dias indubitáveis, dos quais me lembrarei com a maior saudade. Tive o ensejo de observar que a maioria dos detentos é gente de alma muito mais limpa e nobre que muita gente de alto bordo que anda a solta”. Lobato é libertado, mas a imprensa é proibida de publicar o fato.
Monteiro Lobato falece às 4 horas da madrugada devido a um derrame no dia quatro de julho de 1948.
Mas não acaba aí a história de sua vida. Existem fatos, datas, e informações que como vemos são imprescindíveis , e, algumas delas (fatos, datas, histórias) são as seguintes:
Em 1903 Lobato participa da fundação do jornal O Minarete e escreve para O Povo na cidade de Caçapava (SP). Em 1904 passa a escrever artigos para O Combatente que circula em São Paulo.
No mesmo ano seu poema é publicado no jornal Onze DE Agosto.; Lobato se torna crítico de arte, e, escreve para o Jornal DE Taubaté, escreve para o Weekly Times, O Estado DE São Paulo, A Tribuna em Santos. Remete caricaturas para Fon-Fon no Rio de Janeiro
Em 1913 o primeiro artigo em um grande jornal é escrito, Lobato começa a escrever para o Correio Paulista.
Lobato costumava usar pseudônimos em sua matérias jornalísticas. Entre eles estão:
“Mem Bugalh Pataburro”, “Lobatoyewksy”, “Josbem”, “Edelweiss”, “Hélio Burma”, “Rodanto Cor-Rosa” e “Olga Lima” entre outros.
Em 1917, Lobato colabora com a direção do jornal e surge o Estadinho. No mesmo ano colabora com a revista Parahyba, também passa a desenhar as capas das edições.
Em 1925 cria a Companhia Editora Nacional.
Em 1926 escreve O Dualismo para o Estado, em abril colabora com o jornal A Manhã . Em 1927 em O Jornal publica o folhetim “O Choque”.
Em 1931 escreve no jornal Do Norte.; em 1934 compra a agência de notícias Jornalística Brasileira
Em 1939 colabora com o jornal argentino La Prensa. Em 1948 participa da criação da revista Fundamento
No total foram 23 os jornais que tiveram a colaboração de Monteiro Lobato:

1- OGuarani Taubaté- SP
2- OMinarete Pindamonhangaba – SP
3- OPovo Caçapava- SP
4- OCombatente São Paulo- SP
5- JornalTaubaté Taubaté
6- O estado de São Paulo São Paulo- SP
7- Revista Fon-Fon Rio de Janeiro – RJ
8- ATribuna Santos – SP
9 CorreioPaulistano São Paulo- SP
10- ACigarra São Paulo- SP
11- RevistaParahyba Caçapava- SP
12- RevistadoBrasil São Paulo- SP
13- OEstadinho São Paulo- SP
14- Revista Revue de L’Almérique Latine
15- OJornal Rio de Janeiro- RJ
16- Diário de SãoPaulo São Paulo- SP
17- AManhã Rio de Janeiro- RJ
18- Tribuna do Norte Pindamonhangaba- SP
19- Agência de Notícias Paulo- SP
20- União Jornalística Brasileira
21- Jornal de São Paulo São Paulo- SP
22- RevistaFundamentos São Paulo- SP





Monteiro Lobato empresário, editor, gráfico e escritor.
(1918 – 1930).

Lobato era em 1918 um investidor comum cheio de dificuldades, uma vez que o mercado de trabalho estava se expandindo nos setores têxteis e alimentícios, Lobato se virava como podia. Então em meados do segundo decênio do século XX, Lobato foi se instalando, enfim, chegara para ficar. Seu interesse era em divulgar sua obra como escritor.
Seus investimentos eram motivados pelas alterações conjunturais provocados pela primeira guerra mundial.
Com o aumento de intercâmbio do comércio exterior brasileiro, serviu para animar os investidores em potencial. Nesta época de transição era arriscado arriscar, pois não havia garantias de que a economia brasileira seguiria nos anos seguintes respondendo às tendências favoráveis aos investidores nacionais. A quebra do comércio poderia ser muito grande, e o país poderia não se erguer diante de tal levante. Já Lobato, sempre estimulado pela sua experiência economicamente positiva da sua primeira produção não se mostrava tão preocupado.
Essa falta de temor levou Lobato a empatar um capital no ramo de produção editorial, desta forma mais um concorrente chegava, o campo de produção editorial nacional e internacional entrara em conflito.
Em 1918, Monteiro Lobato começou comprando, por dez contos, a propriedade de Revista do Brasil. Lobato adquiria um órgão de prestígio entre os literatos e que serviria de veículo de divulgação para uma editora de livros.
Podendo se considerar um vencedor, Lobato estava preste a se envolver numa nova fase junto ao comércio editorial, deixando de lado o velho passado dificultoso que houvera passado junto a vários cafeicultores de nosso país.
Não era fácil estar em meio às crises, dependendo de situações que ora poderia melhorar, ora poderia piorar.; pior ainda, era ter que cair nas mãos do capital financeiro internacional. Na crise que o país passou e estava passando, de novidades econômicas, fragilidade financeira, empréstimos estrangeiros, era uma corda bamba de mais. Talvez para Lobato o colapso de 1913-1914 tenha sido inesquecível. Com certeza, se não houvesse esse colapso a Revista do Brasil teria surgido mais cedo.; especificamente em Janeiro de 1916, uma vez que o café estava perdendo sua rentabilidade a literatura parecia um ótimo empreendimento.
Prevendo êxito para o empreendimento “como tudo o que brota do Estado, empresa sólida e rizomática. Razão para aderirmos”.(LOBATO, 1949, p.48-49).
Lobato não demonstrava muitas pretensões:
“Tenho esperanças de que desta brincadeira de Revista do Brasil me saia uma boa casa editoria. Pena morarmos num país em que o analfabetismo cresce. Cresce com o aumento da população...” (LOBATO, 1949, p.186).
A Revista do Brasil tinha um toque de inteligência que ao contrário de outras revistas não era ilusório.Lima Barreto, um literário muito respeitado na época chegou a se referir sobre ela (a Revista), da seguinte forma “.. o exemplo da Revista do Brasil e de Monteiro Lobato há de frutificar e tirar do meu Rio de Janeiro, isto é, de seus jornais e editores. Esse descaso idiota pela atividade literária de nossa pátria política... ” (TRAVASSOS, 1949, P.31). Com um senso crítico e respeitoso para com seus leitores a revista tratava a política e sociedade de forma objetiva, e graças a essa forma de tratamento para com o público é que a revista começava a engatinhar e a ganhar público. A cultura nacionalista era um dos focos da Revista do Brasil.
É de saber público que Monteiro Lobato quadruplicou seus faturamentos de revistas e livros infantis e adultos, para Monteiro essa não era uma vitória apenas financeira, mas principalmente uma vitória cultural.



O Nascimento da Revista do Brasil

Em janeiro de 1916, foi publicado o primeiro número da Revista do Brasil, periódico paulista, mensal cuja primeira fase durou até maio de 1925. Vinculado ao jornal O Estado De São Paulo, a Sociedade Anônima Revista do Brasil era então dirigida por Júlio de Mesquita, Luiz Pereira de Barreto e, Alfredo Pujol.
A idéia da publicação de uma nova revista, veio a ser observado através de cartas documentadas a Rangel o nome inicial do periódico – Cultura – já dava indícios das características que ele assumiria a Revista do Brasil ao leitor brasileiro.
Já no primeiro número, como era de praxe, o artigo de abertura apresentava a nova publicação e definia seus interesses e objetivos:

“O que há por trás do título desta revista e dos nomes que patrocinam é uma coisa simples, imensa: o desejo, a deliberação, a vontade firme de construir um núcleo de propaganda nacionalista (...). O seu nacionalismo não é um grito de guerra contra o estrangeiro: é um toque de reunir em torno da mesma bandeira, conclamando, para um pacto de amor e glória os filhos da mesma terra nascidos sob a claridade do mesmo céu”. (O NASCIMENTO da Revista do Brasil. Revista do Brasil, São Paulo, 1916, p. 02-04).

Esse texto acima transcreve os principais objetivos da Revista do Brasil, publicado no editorial que ocupa as cinco páginas inaugurais.
Devido às dificuldades encontradas, em meio a comparações entre inteligência e natureza brasileira, que recendem a determinismos naturalistas, são listadas as feridas do povo e da nação, deixando de espalhar a semente da cultura intelectual, os laços morais, aos desencontros de idéias, a subserviência (moral, político, sócio, intelectual e econômico) ao externo, a característica do povo brasileiro que ainda se submete a um princípio humilde e mórbido, Lobato em seu patriotismo contínuo traz consigo uma esperança crente de mudar este quadro calamitoso, ainda que vagas, mas propostas de ação.
A Revista intuía em recordar a força já predominante no sangue e na tradição do povo brasileiro e, assim justificar o caráter cultural da revista, promovendo a cultura e o autoconhecimento.; parece que seria um passo em direção a grandes mudanças sociais.
Vimos que o primeiro volume trazia assuntos ligados à economia e a política, artes, educação, linguagem, etc. Ainda que há de se observar à literatura como uma face importante na Revista do Brasil, a prosa e a poesia possuíam característica altamente crítica, as resenhas que apareciam na seção Resenha do Mês, possuindo pequenos artigos e notas que relatavam fatos recém ocorridos naquela época. Podia-se notar nos primeiros números da revista, a característica de textos longos (em sua maioria) seguidos por imagens (esta quando existia), eram ilustrativas do texto. Após alguns anos as gravuras e quadros perderam espaço para as reproduções, agora feitos em papel especial, normalmente separando um artigo do outro. Os textos abrangiam grande parte da revista, inclusive a capa, se compararmos a Revista do Brasil com uma revista qualquer que ocupa o mercado de leitores hoje, percebemos a evolução que foi alcançado, a imagem é extremamente importante no mercado. Há aqueles que defendem a idéia de que “uma imagem fala mais que mil palavras”.
Vale ressaltar as caricaturas, que foram utilizadas com bastante ênfase durante toda 1ª. Fase da Revista do Brasil, e tinham uma importância bastante política, anteriormente citada no corpo da revista, as propagandas feitas na época eram basicamente textuais e permaneceram na revista desde suas primeiras publicações, ocupando sempre o começo ou o fim da revista e, foi em 1918 que começaram a fazer as primeiras divulgações das edições da Revista do Brasil.
Observa-se que na capa e na contracapa da revista aparecem algumas informações como subtítulos, os preços e endereços da redação e administração, dados indispensáveis para a reconstrução da história.



Revista do Brasil ganha novos diretores em 1921.

O jornal Estadinho, de 27 de janeiro de 1921, publicou na coluna chamada “Coisas da Cidade“ uma retificação a um engano na data de edição da Revista do Brasil daquele mês, e foi aproveitada a oportunidade para anunciar uma mudança muito importante.
Monteiro Lobato sairia da diretoria da Revista do Brasil, devido a publicações de seus diversos livros e convidaria os amigos acadêmicos Amadeu Amaral e Afrânio Peixoto, que já vinham colaborando com a revista desde seu início, para serem os novos diretores da Revista do Brasil.
Lobato não se afastaria totalmente, continuaria a editá-la dando todo o apoio e colaboração possível.
Nesta matéria não faltam elogios a Revista do Brasil, ainda mais quando os dois novos diretores passariam a ter o controle da Revista:
“Se a revista do Brasil era já excellente, e, sem contestação alguma, a melhor publicação do gênero, que se tem feito o paiz, daqui por diante vae ser, sem dúvida muito melhor”.(Revista do Brasil ganha novos editores em 1921.O Estado de São Paulo, São Paulo,1921)
Ao final da matéria, a Revista do Brasil é comparada a uma grande outra revista francesa: Pelo seu prestígio e pela sua obra já considerável, a Revista do Brasil é considerada aqui uma espécie de “Revue Des Deux”. (REVISTA do Brasil ganha novos diretores em 1921. O Estado de São Paulo, São Paulo, 1921).
Concluí-se então que a Revista do Brasil era simplesmente ótima em todos os aspectos, mesmo Lobato não sendo mais o seu coordenador, Amadeu e Afrânio assumiriam o controle da revista sem retirar suas características marcantes que satisfaziam a maioria dos leitores da época.




Renasce a Revista do Brasil

Após dois anos fora de circulação, a Revista do Brasil volta com três números especiais sobre o bicentenário da Revolução Francesa e da Inconfidência Mineira e o centenário da Proclamação da República. Fundada em 1916, teve entre seus diretores e colaboradores figuras como Monteiro Lobato, Rui Barbosa, Mario de Andrade, Arfanio Peixoto, Gilberto Freire, Manoel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Millôr Fernandes, José Guilherme Merquior e outros pensadores que fizeram a cultura brasileira.
A Revista do Brasil deixou de circular várias vezes, desaparecendo por longo período a partir de 1945. A Revista já viveu nada mais nada menos que 73 anos. Ao longo dos anos teve vários patrocinadores. Fundada por Júlio de Mesquita de O Estado de São Paulo, onde deu seus primeiros passos e com a direção de Monteiro Lobato, passou a suplemento das publicações dos Diários Associados de Assis Chateaubriant até chegar as mãos delicadas de Austregésio de Athayde, que cedeu os direitos em 1982 de uso do nome de Darcy Ribeiro vice-governador ela voltou a fomentar os debates culturais patrocinados pela primeira vez pelo poder público, e por fim foi adotada pelo poeta Geraldo Mello Mourão, primeiro como presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Rioarte) e agora, como secretário municipal da cultura, afirmando não interferir no direcionamento dos artigos. Apesar de todas as mudanças, manteve inalteradas suas principais características ao longo do tempo, a liberdade editorial é uma delas. A concepção gráfica é sóbria e até conservadora, também não sofreu grandes alterações, e esse modelo é mantido pelo projeto gráfico de Cristina Barbosa.
A diversidade de temas abordados, da literatura à medicina, passando por artes, política, economia, história, filosofia, e direito. Também marcou as suas várias fases, apesar da prepotência, a partir de 1982, de edições especiais, como as dedicadas a literatura dos anos 80, a Sérgio Buarque de Holanda e ao centenário de Villa Lobos, na mesma década, sob a direção do historiador Otávio Tarquínio de Souza, foram publicadas edições de grande valor documental sobre o romance brasileiro e o centenário de Machado de Assis.
O elo tantas vezes perdido ao longo da história desse verdadeiro patrimônio cultural, será reatado pelo professor Cassiano Nunes, na UnB, um dos maiores especialistas sobre Monteiro Lobato e a Revista do Brasil.
As três edições simultâneas, como capas confeccionadas em papel vergê, de 72 a 90 páginas ilustradas com gravuras, reproduções fotográficas e documentos de época vão custar cada uma NC z$ 90”. A partir desse momento vemos a reconstrução e a valorização de um poder público:a literatura. (RENASCE a Revista do Brasil. Jornal do Brasil, São Paulo, 07 de Janeiro. 1990).


País de Homens e livros

“Um país se faz de homens e livros”. (LOBATO, América ). Desta forma suscitava Monteiro Lobato à sociedade brasileira.
Este Monteiro, tido como agraciado por sua genialidade havia de se tornar o centro de uma revolução intelectual e cultural no Brasil.; era um homem dinâmico, estimulante, abrasador, que arrastava multidões de leitores por onde passava e escrevia.
Seu jeito crítico literário social era como uma grossa voz que parecia ser gritante expressivamente falando. É claro, e sem dúvidas que esse jeito expressivo, chamativo, clínico, político, sócio econômico cultural mundial era sua marca de maior força. Sempre muito interado dos fatos nacionais, e especialmente voltado aos acontecimentos e tendências internacionais, Lobato tinha seu interesse no crescimento das riquezas de nosso país.; eram essas riquezas: a igualdade social no sentido voltado a repartições iguais de terras para todos os nascidos (daí a questão dos sem terra, que desde muito já era uma questão discutível e preocupante), não deixando de lado a questão da escravidão dos negros que parece não ter chegado ao fim mesmo nos dias de hoje, ressaltando que hoje o escravismo se estende aos de pele branca também. Interessantemente todos esses fatos estão nos dias de hoje fazendo parte de nosso país.
Também dava muita importância a questão do petróleo. Na época que a questão do petróleo estourou, nosso país estava vivendo uma situação muito periclitante e desafiadora.;
Percebe-se que a questão do petróleo não era uma preocupação grande para o Brasil, lá nos idos da década de 30 e 40. Havia poucos veículos e a indústria de plásticos quase não existia.
Ainda éramos o país da carroça e da madeira. O primeiro poço de petróleo, muito mixuruca, só foi descoberto em 1939, na Bahia. O problema da produção do petróleo só seria importante nos anos 50 quando o próprio Getúlio Vargas, de Volta ao governo criou a PETROBRAS. Levando em consideração o ideal de Lobato, que era construir um país de leitores em, uma sociedade culta de propósitos e ideais crescentes, chegamos a conclusão que Lobato também tinha um propósito político. Ora, uma sociedade informatizada no sentido literário e político teria uma boa observância do contexto em que se situava em suas condições de época, sabendo assim julgar a melhor opção, tornando o país avante, diminuindo assim a pobreza, desenvolvendo a saúde e formando cidadãos para nossa nação.
Como investidor que era, advogado, escritor, colunista, intelectual, empresário, crítico literário, editor, poeta, modernista, romancista, sonhador, homem, Lobato resolveu: e em 1918 sua sorte foi lançada. Surge Monteiro Lobato empresário (editor e gráfico) e escritor.


Crítica de Lobato na Semana de Arte Moderna.

Lobato deu a revista um grande poder de expressão em todo o território que era vinculado. Com estilo modernista e arrojado de mais para sua época, Lobato se atrevia a contratar pintores, artistas plásticos, para dar formas às capas de sua revista, o que era de grande impacto e repercussão para toda a comunidade de sua época.
“A critica é dado todo o poder no céu e na terra”.
Talvez essa seja a melhor forma de tocar no assunto que se refere à semana de 22.
Na semana de arte, foi Anita Malfatti quem, na sua exposição de 22 desencadeou transformações radicais nas artes plásticas brasileiras, escandalizando os intelectuais paulistas. Os quadros da pintora mesclavam expressionismo, cubismo e fauvismo.
“A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com os adeptos da arte acadêmica. Dessa polêmica, o artigo de Monteiro Lobato para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado“A propósito da Exposição Malfatti”, publicado na seção “Artes e Artistas” da edição de 20 de dezembro de 1917, foi a reação mais contundente dos espíritos conservadores.
No artigo publicado nesse jornal, Monteiro Lobato, preso a princípios estéticos conservadores, afirma que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude”. Mas Monteiro Lobato vai mais longe ao criticar os novos movimentos artísticos. Assim, escreve que “quando as sensações do mundo externo transformaram-se em impressões cerebrais, nós ‘sentimos’.; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá ‘sentir’ senão um gato, e é falsa a ‘interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”. (disponível em www.semanadaarte.com.br)

Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas idéias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra Paulicéia Desvairada, publicada em 1922. Aí, Mário de Andrade afirma que:

“Belo da arte: arbitrário convencional,
transitório - questão de moda. Belo da
natureza: imutável, objetivo, natural - tem a
eternidade que a natureza tiver. Arte não
consegue reproduzir natureza, nem este é seu
fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes
(Rafael das Madonas, Rodin de Balzac.
Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do
Braz Cubas) ora inconscientes (a grande
maioria) foram deformadores da natureza.
Donde infiro que o belo artístico será tanto mais
artístico, tanto mais subjetivo quanto mais
se afastar do belo natural. Outros infiram
o que quiserem. Pouco me importa”.
(Mário de Andrade, Poesias Completas).

Embora existia uma diferença de alguns anos entre a publicação desses dois textos, eles colocam de uma forma clara as idéias em que se dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado, os que tendiam que a arte fosse uma cópia fiel do real.; do outro, os que almejavam uma tal liberdade criadora para o artista, que ele não se sentisse cerceado pelo limites da realidade.
Essa divisão entre os defensores de uma estética conservadora e os de uma renovadora, prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. No interior do teatro, foram apresentados concertos e conferências, enquanto no saguão foram montadas exposições de artistas plásticos, como os arquitetos Antonio Moya e George Prsyrembel, os escultores Vítor Brecheret e W. Haerberg e os desenhistas e pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita, João Fernando de Almeida Prado, Ignácio da Costa Ferreira, Vicente do Rego Monteiro.
Estes eventos da Semana de Arte Moderna foram o marco mais caracterizador da presença, entre nós, de uma nova concepção do fazer e compreender a “obra de arte”.
Como sempre, bastante arrojado e autentico, vai Lobato escrever uma matéria sobre a semana de arte moderna quando se refere a artista plástica Anita Malfatti. Em seu texto, Lobato acaba com a reputação da artista chamando-a de Louca.
Anita que havia vendido alguns de seus quadros teve de aceitar a devolução dos mesmos, uma vez que Lobato não havia gostado de sua arte. Anita Malfatti quase, e, por muito pouco não faliu.








A influência filosófica na intelectualidade de Lobato.
Confições escritas por LOBATO endereçadas a RANGEL.

Lobato não era considerado um gênio por acaso, seus pensamentos, sua maneira de se expressar, sua genialidade, enfim, tudo tinha um princípio, um toque, uma base inamovível chamado Nietzsche.
Desde muito cedo Lobato já lia Nietzsche.; e foi em Nietzsche que encontrou sua inspiração no período de sua juventude como veremos a seguir
Em carta para seu amigo Rangel de 2,6,1904 diz:

Você se complica demasiadamente! A primeira página da tua carta parece um fragmento do Assim Falou Zaratustra cá do meu Nietzsche.
- Chegou, sim. Chegou-me o Nietzsche em dez preciosas brochuras amarelas, tradução de Henri Albert. Nietzsche é um pólen. O que ele diz cai sobre os nossos estames e põe em movimento todas as ideias-germens que nos vão vindo e nunca adquirem forma. Eu sou um homem-toupeira que cavo subterraneamente as veneráveis raízes das mais sólidas “verdades absolutas”. E é. Rói o miolo das árvores – e deixa que elas caiam por si. Possui um estilo maravilhoso, cheio de invenções e liberdades. Para bem entende-lo temos que nos ambientar nessa linguagem nova.
Nietzsche me desenvolveu um velho feto de idéia. Veja se entende. O aperfeiçoamento intelectual, que na aparência é um fenômeno de agregação inconsciente. É no fundo do contrario disso: é desagregação inconsciente. Um homem aperfeiçoa-se descascando-se das milenares gafeiras que a tradição lhe foi acumulando n alma. O homem aperfeiçoado é um homem descascado, ou que se despe ( daí o horror que causam os grandes homens – os loucos – as exceções: é que eles se apresentam ás massas em trajes menores, como Galileu, ou nus, como Byron, isto é despidos das idéias universalmente aceitas como verdadeiras numa época). “Desagregação inconsciente”, eu disse, porque é inconscientemente que vamos, no decurso de nossa vida, adquirindo, ou, antes, colhendo as coisas novas – idéias e sensações – que o estudo ou a observação nos deparam. Essas observações, caindo-nos n”alma, lavam-na, raspam-na da camada de preconceitos e absurdos que a envolvem – a camada de anti-naturalismos, enfim.
É assim, meu Rangel, que explico o fenômeno da inconfundibilidade dos grandes artistas, e o fenômeno da pasmosa confundibilidade da caravana imensa dos Goularts e Macucos. E doi assim que cheguei á minha ideia do aperfeiçoamento humano, a concientização do inconciente, na qual medito. Penso nela como Newton – só isso. Senti a maça cair e penso no que a fez cair.
Perdoa-me o pedantismo ou imodestia deste discurso. Mas estou pai presuntivo ou dessa ideia – e que não faz um pai com o primeiro filho? Ainda não ataquei os meus novos Nietzsches porque é coisa que requer silencio e concentração, e este S. Paulo, com seus italianos que anunciam coisas friescas, mais os bondes e os autos, anda um horror de barulho. Felizmente as ferias estão chegando, e naquele placido remanso de Taubaté posso dar um mergulho de todo um mês no meu filosofo.
Que crueldade a tua, Rangel, com essa mania de explorar o meu magisterdixismo! Queres agora que eu diga de Byron... Que diga o que penso... Byron era um como nós Rangel, mais bonito, aristocrata, com muito dinheiro e coxo. Revoltou-se contra o temple enseveli que todos temos dentro de nós (Maeterlinck). É como fosse poeta, pôs a revolta em versos. Taine estuda-o lindamente na Historia da Literatura Inglesa, que tenho aqui. Queres? O mais especial de Byron, para nós, foi a sedução que exerceu nos nossos revoltados poeticos daquele tempo. Todos byronizaram. Era a moda. Como depois todos hugoaram, quando a moda virou Hugo. “Talhado para grandezes, para crear, crescer subir...”Depois parnasianamos com Raymundo e Alberto E zolaizamos com Aluizio, etc. Chega.
Sabes que o Nogueira reapareceu? Mas está outro. Está ex. Corado, gordo, sem a cartolinha verde em cima da cabeça e sem o Volney por dentro. Veste-se á positivista. Mas o templo incendiado ainda fumega e há brasas sob os escombros. Ás vezes deita uma chama – mas é fogo fatuo. Hontem o vi presenciando a demolição da igreja do Rosario. Que, quadro! Eram dois demolidos um diante do outro – a velha igreja e o Nogueira. Olhavam-se com ternura e entendiam-se...

Dentre muitas outras selecionamos uma muito interessante de 24,8,1904 também para seu grande amigo Rangel como veremos a seguir.

(...)
Rangel: há muito que quero insistir em Nietzsche, e dele te mando um volume que lerás e devolverás, e então mandarei outro. Não há Nietszches nas livrarias desta Zululandia. Estes me vieram de França – e o que vai exercer maior influencia. É o homem “objetivo”. O homem impessoal, destacado de si e do mundo. Um ponto fixo acima da humanidade. O nosso primeiro ponto de referencia. Nietzsche está ou dela du bien si ou mal, trepado num topo donde tudo vê nos conjuntos e onde a perpectiva não é a nossa perpectivazinha horizontal.
Dum banho em Nietzsche saimos lavados de todas as cracas vindas do mundo exterior e que nos desnaturam a individualidade. Da obra de Spencer saimos spencerianos.; da de Kant saimos kantistas.; da de Comte saimos comtistas – da de Nietzsche saimos tremendamente nós mesmos. O meio de segui-lo é seguir-nos “Queres seguir-me? Segue-te!” Quem já disse coisa maior? Nietzsche é potassa caustica. Tira todas as gafeiras.
E que estilo, Rangel! Aprendi nele mais que em todos os nossos franceses. É o estilo cabrito, que pula em vez de caminhar. O estilo de Flaubert é estilo de tatorana: vai indo até o fim. O de Nietzsche nunca se arrasta, vôa de pulo em pulo – e chispa relampagos, e chia, urra, insulta. É a mais prodigiosa irregularidade artística. Quando leio Nietzsche sinto ódio contra Flaubert o Impecável. Nietzsche é o Grande Pecador...

Então, como poder avaliar a admiração de uma celebridade para com a outra?
Lobato incondicional admirador de Nietzsche e suas idéias transmitidas na transparência de suas cartas endereçadas a Rangel seu amigo onde compartilhava todas as suas aventuras e idéias.
As cartas falavam de como o aperfeiçoamento intelectual fenômeno de agregação consciente é no fundo o contrário, desagregação do inconsciente.
Os loucos considerados loucos se apresentam nús ou em trajes menores intelectualmente dizendo despidos das idéias aceitas como verdadeiras, que através do aperfeiçoamento humano é que Lobato conceitua a conscientização do inconsciente .
Nietzsche considerado por Lobato o filosofo ou “meu filosofo”, sempre em busca de algum livro editado recentemente que só poderia encontrar e mandar trazer da França .
Considerado por Lobato o maior gênio da filosofia moderna, exerce maior influência, sendo Nietzsche um homem impessoal (apesar de seu pai e avós paternos e maternos serem muito religiosos, Nietzsche não fazia questão de muita religiosidade ou crença, Nietzsche não acreditava num ser superior apesar de ter se iniciado na teologia. Daí surge a crença no que é metafísico e a descrença no cristianismo), destacando – se além do bem e do mal que de acordo com Lobato, lavava – se a alma após ter lido um livro do filósofo. Segundo Lobato, Nietzsche irá semear com idéias, correndo a frente abrindo caminhos para que outro o siga.
Citaremos a seguir vida e obra do pensador alemão filósofo número um no conceito de Lobato (Fonte: Enciclopédia Digital / Máster)
Filósofo alemão, filho e neto de pastores luteranos, Nietzsche nasceu em Röcken, na Saxônia. Recebeu na infância uma educação protestante tanto em casa, com a família, como no colégio de Pforta, famoso pela sua tradição humanista e luterana, onde haviam estudado o poeta Novalis e o filósofo Fichte. Logo teve contato com os estudos de línguas, principalmente o grego e o latim, e com a exegese da Bíblia. Nesta época, Nietzsche começou a se interessar imensamente pelas leituras de poesia e filosofia, tanto com as obras dos gregos, principalmente Ésquilo e Platão, como com as de Schiller, Hölderlin e Byron.
Após esta primeira formação básica, foi em 1864 estudar Teologia em Bonn, onde conheceu o professor F. Ritschl, que o encaminhou ao estudo de Filologia Clássica. Após um ano de estudo em Bonn, Nietzsche decidiu dedicar-se exclusivamente à filologia, transferindo-se para Leipzig, cidade em que lecionava seu mestre. Através não só da visão peculiar que Ritschl tinha da filologia, considerando-a não apenas como uma história das formas literárias mas como o estudo das instituições e do pensamento, mas também das influências da filosofia de Schopenhauer, dos estudos com Erwin Rohde e Jakob Burckhart, e da música de Wagner, Nietzsche, com originais interpretações acerca de Diógenes
Laércio, Hesíodo e Homero, logo se destacou entre os alunos, vindo a ser nomeado professor de Filologia Clássica na Universidade de Basiléia em 1869, cargo que ocupou ativamente por dez anos, até o ano de 1879, quando pediu demissão. Muitos autores consideram este o primeiro período do pensamento de Nietzsche (até o ano de 1879), em que escreveu, entre outras, as obras: O nascimento da tragédia.; A filosofia na época trágica dos gregos e Considerações intempestivas.
Nietzsche iniciou um novo período de seu pensamento com grandes transformações. Após sua demissão em Basiléia, rompeu suas relações de amizade com Wagner e afastou-se da filosofia de Schopenhauer, considerando estas duas personalidades autênticos representantes do pessimismo alemão, cujas obras são manifestações de decadência e de negação da vida. Iniciou então um período de solidão e vida errante. Vagou pela Sicília, Rapallo, Nice, Turim, Veneza, Gênova, Roma e, principalmente, em Sils-Maria, na Haute-Engadine, Suíça, em busca de sossego, para a efervescência de seu pensamento, e clima ameno, para a sua precária saúde. O que é considerado como segundo período do pensamento de Nietzsche corresponde às obras: O andarilho e sua sombra.; Humano demasiado Humano.; Aurora e A Gaia Ciência.
O terceiro período de seu pensamento vai, desde a revelação de sua concepção fundamental, a vontade de poder e o eterno-retorno, até 1888, ano em que Nietzsche sucumbiu na loucura. As obras mais importantes deste período são: A gaia ciência.; Assim falou Zaratustra.; Para além do bem e do mal.; Genealogia da moral.; Crepúsculo dos ídolos.; Ecce Homo.; e A vontade de poder, obra inacabada que só foi publicada após a sua morte. Nietzsche morreu em Weimar, a 25 de agosto de 1900.
Podemos caracterizar a unidade de toda a sua filosofia como uma grande crítica aos valores ocidentais, oriundos da tradição platônica e cristã de nossa moral e filosofia. Desde as suas primeiras obras, o platonismo é severamente criticado como uma forma de decadência dos nobres valores dos gregos da época trágica. Os conceitos de Apolíneo, o limite onírico da forma, e de Dionisíaco, a embriaguez do indiferenciado primal, serão os elementos que compõem a dinâmica trágica da existência que se contrapõe à razão socrática, um modo alegre de afirmação da vida contra o pessimismo lógico do platonismo. Por outro lado, Nietzsche dirige a sua crítica ao cristianismo, que para ele é o "platonismo para o povo", com seus valores morais de má consciência, ressentimento e ideal ascético. Contra a escravidão do niilismo filosófico e moral do platonismo e do cristianismo, a vontade de nada, o pensamento de Nietzsche propõe resgatar o sentimento de plenitude e afirmação aristocrática da vida: o super-homem.
Apesar de ter sido apropriado no sentido genético por interpretações racistas, o super-homem nietzschiano indica a superação dos valores do homem ocidental, platônico e cristão. Portanto, muito antes de se constituir como um modo de seleção racial, o termo indica o homem que superou as determinações pessimistas do niilismo para ganhar a vitalidade alegre da vontade de viver, o alegre saber.

Citações de Nietzsche

“O homem é uma corda atada entre o animal é o além-do-homem – uma corda sobre um abismo”
“Daquilo que sabes conhecer e medir, é preciso que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente de depois de teres deixado a cidade verás que altura suas torres se elevam acima das casas ”
“Aqui não fala nenhum ‘profeta’. Aqui não fala nenhum fanático”.
“Os grandes eventos não são nossas horas mais ruidosas, mas nossos instantes mais silenciosos”.

“Falta de sentido histórico é defeito hereditário de todos os filósofos“.
“Todas as minhas verdades são para mim, verdades sangrentas“.
“Estamos, desde o fundamento, desde antiguidades – habituados a mentir”.

(disponível em geocities.com/teo_candylane/Nietzsche)


Algumas Peças analisadas da Revista do Brasil

Optamos por estar analisando 3 peças da Revista do Brasil sendo que as três são referentes a remédio ou elixir. Vejamos a seguir as análises.
A Peça “Lactfero” na imagem da mulher amamentando o bebê há indícios de que a mulher seja a mãe da criança. Representa a saúde do bebê, segurança, proteção, abundância, qualidade do leite, etc. A própria imagem e palavras principais em destaque (letras maiúsculas). O depoimento de um médico que relata o uso do produto. A possibilidade de provar o produto sem pagar (amostra grátis). O texto é relativamente grande e explicativo. Relata que o produto traz benefícios à mãe (mulher) e à criança. A imagem da mulher e a criança representando saúde, segurança, carinho, etc. O texto é totalmente detalhado, explicativo. Não é direto, portanto apresenta coesão. Podemos perceber que nesta peça existe um gancho. A imagem da mulher com a criança que facilita o entendimento do texto, porém se houvesse somente a imagem, seria impossível descodificar a mensagem. A peça utilizou uma ilustração para complementar o texto em si. Linguagem informal e totalmente explicativa, portanto, o texto já relata totalmente o produto. A imagem é conotativa, pois teríamos várias interpretações se não houvesse o texto presente na peça.
No caso do “Vinho Reconstituinte SILVA ARAUJO” O uso de fotografias de pessoas eminentes com depoimento dos mesmos a respeito do produto. Respeito e credibilidade do produto dos entendidos de moléstias. Foto dos homens que transmite confiabilidade e segurança por serem estudiosos no assunto. Os recursos utilizados são fotos e depoimentos de pessoas com grande entendimento das moléstias e recomendadas por eles. Nos termos gerais a peça destaca a mensagem verbal que faz-se entender claramente a credibilidade do produto, já com a ajuda da mensagem não-verbal (as fotos). Trata-se de um código fechado, pois está ligado diretamente ao “Vinho Reconstituinte Silva Araujo”. A peça é coerente, pois transmite a harmonia entre os signos, e coesa, pois todos entendem que se fala sobre o produto.
E por fim o “Biotonico Fontoura” A figura de homem simboliza força, sensualidade, resistência, beleza, saúde. Há indícios de que o homem seja forte e viril, pois se utiliza do produto anunciado. É um texto razoavelmente curto altamente explicativa, que traz à luz um complemento fortificante que produz sensação de um bem estar que cura várias doenças e que dá ênfase a beleza feminina e a virilidade masculina. O elemento não verbal utilizado está na imagem, desenho, na letra iconizada, margem padronizada, ilustração trabalhada. A peça apresenta uma estrutura coerente, pois a mensagem é altamente explicativa utilizando uma linguagem direta, pois é recomendável. Imagem de um homem forte mostrando o que se alcança consumindo o produto.; força, saúde e vigor.
Observamos que as características são as mesmas, enfatizando testemunhos de pessoas como eminentes clínicos, conceituados doutores e também podemos apontar como na peça do Biotonico Fontoura a utilização de Vênus o Deus da fertilidade.
Usando a afirmação de que o produto é de altíssima qualidade e eficaz para moléstias, raquitismo e a amamentação do bebê. Nessa época eram freqüentemente usados remédios a base de ervas medicinais. A Análise das informações implícitas nas peças escolhidas, foram feitas como mencionado através da Revista do Brasil (1919). Tomando como base o texto de (Fiorin & Savioli , 1996:75), pode-se analisar as informações implícitas contidas nas seguintes peças publicitárias, retiradas do conteúdo da ( Revista do Brasil, 1919 ): O Biotonico, Lactifero e o Vinho Reconstituinte Silva Araújo.
No anúncio do Biotonico a frase: “É notável sua ação nos organismos ameaçados pela tuberculose”.; a mensagem implícita subentendida é que o uso do Biotonico pode evitar a tuberculose assim como outras moléstias.
Analisando a mensagem: “Recomendado e preferido por eminentes clínicos brasileiros”, do anúncio do Vinho Reconstituinte Silva Araújo.; pressupõe-se que ele é realmente bom, sendo recomendado por conceituados clínicos brasileiros.
Na peça do “Lactífero” subentende -se que o lactífero contém vitaminas essenciais para a mãe, e pressupõe-se que a criança crescerá forte e saudável.
Atualmente dificilmente podemos contar com testemunhos de eminentes clínicos elaborados e industrializados por grandes laboratórios onde apenas o farmacêutico responsável é o assinante da eficácia do produto, antibióticos fortíssimos quais são prescritos para um determinado tipo de enfermidade e que acaba prejudicando o organismo. Medicamentos para todo tipo de consumidor desde o recém-nascido ao mais idoso, público que necessita obrigatoriamente destes produtos, peças anexas.



(Para ver peças anexas favor fazer solicitação via e-mail)




“Um presente para a cultura


De acordo com a matéria do Jornal do Brasil, entitulada “Um presente para a cultura” do dia 24 de janeiro de 1991.
Neste dia o Brasil ganhava dois presentes para a cultura.; dois números da Revista do Brasil, patrocinadas pela secretaria municipal da cultura.
Os temas abordados pelas revistas são: “A poesia em 30 e a Nossa língua”, o que mostra a preocupação com a cultura nacional.
Foram acompanhados pela revista os principais movimentos culturais, com edições especiais, como por exemplo sobre o Centenário de Machado de Assis, o Cinqüentenário da Proclamação da Republica e etc.
A revista enfrentou dificuldade, com a política e a troca de governo desde seu resgate em 1983 pelo então secretário estadual de Cultura Darci Ribeiro. Desde então a revista vem tentando sobreviver.
A intenção do secretário municipal da cultura é Gerardo Mello Mourão era manter a revista com uma tiragem quadrimestral, e já pensava na época, nos próximos números, um sobre a poesia moderna e o outro com fatos importantes, desde a semana de arte moderna até aquele momento.
A edição “A nossa língua” é referente as diferenças entre a língua portuguesa falada no Brasil em Portugal e na África.
É parte integrante da mesma, um artigo de Antonio Houaiss.; à comemoração do aniversário de um ano do Instituto Internacional da língua portuguesa, e a divulgação de uma palestra que reuniria os professores Gladstone Chaves Machado e Silvio Elia sobre, “o acordo ortográfico em discussão nos Países de Língua Portuguesa e a língua portuguesa no Brasil”.
“A poesia em 1930, que trata de cinco escritores com livros lançados naquele ano: Mário de Andrade, Manoel Bandeira, Murilo Mendes e Augusto Frederico Schimidt, pode contar também por colaboração em seu conteúdo das cartas inéditas de Murilo Mendes à Carlos Drumond de Andrade.
Uma semana antes do lançamento do dia 24 de Janeiro de 1991 no Brasil os novos números da Revista do Brasil haviam sido apresentados aos Portugueses por Gerardo Mello Mourão. E a expectativa do secretário municipal da Cultura, era que o sucesso fosse tão grande quanto em Portugal.

"Uma fase da cultura brasileira"

A Revista do Brasil cobriu um extenso período da vida cultural brasileira, as duas primeiras fases foram as que marcaram o nível que lhe assegurava no geral um lugar de destaque nas publicações nacionais.
Muitas figuras de relevada importância de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente se fizeram presentes nas páginas da Revista do Brasil.
A Academia de Letras e o Instituto Geográfico, bem como o noticiário de atividades forneceram muita colaboração de seus membros, mesmo com ilustres presenças a colaboração mais importante e duradoura veio mesmo de Monteiro Lobato com ensaios, notas e ficção.
A política interna é tema central da Segunda fase editorial, tendo uma tiragem quinzenal de notícias comentadas, sendo frequente o noticiário político. Mas a partir de 1926-27 a Revista do Brasil passa a Ter seus interesses mais voltados à produção literária do que aos assuntos gerais ou políticos.
A presença da literatura como objeto de notícia ou criação limita o panorama geral da divulgação nesta época. No todo, a primeira fase tem como característica básica a produção literária de caráter mais convencional, com restantes parnasianismos na poesia e muito regionalismo na prosa, sempre ou freqüentemente focando a vida do homem do interior.
A partir de 1923 a revista ganha um ingrediente especial Mário de Andrade aparece como crítico de arte e Abril do mesmo ano, reluta ataques aos modernistas em “Os jacarés inofensivos” mostrando que o modernismo é um fato, usando citação de obras realizadas e referindo-se à repercussão do movimento para comprovar sua citação. Nessas análises às artes plásticas, Mário de Andrade colabora apontando as novas direções da arte, direções que vão de encontro ao passado e encontram fidelidade no presente.













Conclusão


A Revista do Brasil não foi apenas fenômeno editorial ou uma máquina do pioneirismo da mente de um idealista. A Revista do Brasil abriu portas, mostrou ao país que havia potencial suficiente em nossos autores, provou com orgulho nacionalista que quando nós queremos, nós podemos e fazemos.
Ninguém é idealista sozinho para tornar físico com papel e tipografia um sonho, foi preciso muito trabalho e a colaboração de inúmeras partes, sem contar a confiança depositada no talento de cada um que tornou este sonho possível.
É indiscutível a contribuição que tal projeto proporcionou para a vida intelectual do Brasil. Somos gratos a Monteiro Lobato e à sua audácia, sua determinação e acima de tudo a sua fé no Brasil, e é de editores como Lobato que precisamos, pessoas que assumam riscos que acreditem no talento e que o reconheçam. Falta um lugar para uma nova produção editorial, que a FAENAC busca através de seu curso graduar pessoas interessadas em levar adiante um sonho antigo como formar excelentes profissionais.
Peças publicitárias encontraram espaço próprio para que pudessem se aperfeiçoar e aprimorar suas técnicas de apresentação, papel que, também a FAENAC levanta a bandeira em criar espaço para publicitários.; o espaço e a confiança depositada nos primeiros colaboradores da Revista do Brasil, porém sendo uma instituição de ensino deve dar todo o respaldo técnico, filosófico e artístico de que necessitam estes jovens talentos qual fazemos parte para que se desenvolvam.
Monteiro Lobato foi um pioneiro na comunicação, sua vida como editor, autor, pensador e articulador político inspira hoje o ideal que almejamos alcançar. A faculdade é a primeira concretização de um antigo sonho, que venham os futuros ícones da comunicação nacional que com todo suporte de seus mestres futuramente formarão muitas opiniões, farão pensar, e, criarão um mercado intelectual exatamente como idealizava Monteiro Lobato há quase um século. Um país de homens e livros, um país pensante com um povo participante e uma sociedade em ebulição cultural que tem como principal objetivo caminhar rumo à evolução.





Bibliografia

FERREIRA, Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio,1994 pág. 287. Ed. Nova Fronteira
RABACA, Carlos Alberto. Dicionário Brasileiro de Comunicação, 1977 pág.457. Editora Campus/SP

LOBATO, Monteiro. A Barca de Gleyre,1944. Ed. Companhia Editora Nacional/SP
Jornal do brasil. 07/01/1990

KOSHYAMA, Alice Mitika. Monteiro Lobato: intelectual, empresário, editor. São Paulo: T.A. Queiroz, ano 1982 e pág 72.

LOBATO, Monteiro. A barca de Gleyre. São Paulo: Editora Nacional,1944, p.21.
LIMA, Yone Soares de. A Ilustração na produção literária. São Paulo IEB-USP, 1985, p.60-61.

CÂNDIDO, Antônio. Literatura e Sociedade: Estudos de Teoria e História Literária. São Paulo: Editora Nacional,1975. p.33.

MARTINS, Milena Ribeiro. Quem conta um conto.... aumenta, diminui modifica, o processo de escrita do conto lobatiano. São Paulo. 1995, p.1-22. Dissertação(Mestrado em Teoria Literária do Instituto de Estudo de Linguagem) – UEC, Universidade Estadual de Campinas.

RIBEIRO, Helton. Renasce a Revista do Brasil. Jornal do Brasil: São Paulo.Arquivo – Agência Estado - pasta 52564. jan/1990.

PONTES, Mário. O nascimento da Revista do Brasil. Jornal do Estado: São Paulo.Arquivo – Agência Estado - pasta. 52864 jan./1966.

REVISTA do Brasil ganha novos diretores. Estadinho: São Paulo. 27 jan. 1921.


AS RAÍZES da editora Nacional. São Paulo. Revista Ibep ano 1, n°1 , mar. 2001.

LOBATO, Monteiro. Revista do Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1919.




Biblioteca Infanto Juvenil Monteiro Lobato.
Disponível em: www.prodam.sp.gov.br/bip/lobato/bij/bib_ml.htm


Biblioteca Unicamp.
Disponível em: www.unicamp.br/iel/memória/inciclopedialiteraria/literatura

Semana da Arte Moderna.
Disponível em: www.semanadaartemoderna.com.br
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