13/5/2002 14h25
Terminou na sexta-feira a quarta diligência da CPI do Roubo de Cargas no Estado de São Paulo. Foram constatadas irregularidades no Porto de Santos.
Durante a diligência de dois dias, os parlamentares presenciaram a apreensão feita por policiais federais de um contêiner que, de acordo com a documentação, deveria estar vazio, mas que continha mercadorias. Segundo informações da Polícia Federal, somente no ano passado 80 contêiners desapareceram do Porto de Santos.
Criada há dois anos, a Comissão recebeu inúmeras denúncias de fraudes na estocagem, pesagem, roubo e contrabando de mercadorias no porto. Hoje, um dos objetivos das investigações é desmontar o forte esquema de movimentação de contêineres.
QUADRILHA ORGANIZADA
Segundo o deputado Cabo Júlio (PST-MG), a diligência pôde constatar que realmente existe uma série de irregularidades naquele porto. "A CPI descobriu que existe uma quadrilha organizada que trabalha dentro do Porto. Quando chega com mercadoria, embora o contêiner seja lacrado, existem oito formas diferentes de abri-lo sem tirar o lacre. Vimos também que algumas quadrilhas tiravam as mercadorias e colocavam o mesmo peso de areia ou pedra, e somente quando o contêiner chegava ao destino é que percebiam o roubo".
A deputada Telma de Souza (PT-SP), que também participou da diligência, disse que as fraudes constatadas no porto de Santos comprovam as denúncias feitas nos depoimentos. A deputada cita algumas propostas que serão apresentadas para coibir esse crime. "Vamos sugerir a criação de uma delegacia especializada, a mudança dos formulários de entrada e saída de cargas, a pesagem dos contêiners e, principalmente, a denúncia dessa situação. Não é uma coisa muito fácil de resolver, mas a gente avançou nessa questão".
O relator da CPI Mista do Roubo de Cargas, deputado Oscar Andrade (PL-RO), tem até 30 de junho para apresentar o relatório final.
Douglas Lara
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