ERA SÓ O QUE FALTAVA!....
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A sugestão da relatora especial da Comissão de Direitos Humanos para Execuções Extrajudiciais das Nações Unidas, (ONU), Asma Jahangir, apresentada ao presidente Lula, beira ao cômico, se não fosse trágico. Segundo a imprensa, ela teria revelado o seu propósito de incluir, no relatório final dos trabalhos realizados no Brasil, pedido de emissário, junto à ONU, para inspecionar a Justiça brasileira que, segundo ela, estaria sendo morosa no julgamento de homicídios e outras questões afetas à violência. Ainda segundo a imprensa, o presidente teria manifestado apoio à idéia, responsabilizando o Judiciário por parte dos problemas de violência e criminalidade no país.

Afora a indesejada e inoportuna intromissão do titular do Poder Executivo em outro Poder da República, em flagrante desrespeito à soberania e a harmonia que devem prevalecer para garantir a nossa frágil democracia, a intromissão daquela senhora, no dizer do presidente do TST , “nos coloca no mesmo plano do Iraque”.

Com efeito, faltou acrescentar que a medida poderia ter sido aplicada, há tempos, e com muito maior propriedade, aos EUA (e à Inglaterra), quando invadiram o Iraque, usando de artifícios falaciosos e mentirosos, destruindo cidades, mutilando e matando pessoas inocentes, sem que, até o momento, tenham conseguido justificativas para o massacre. Dois pesos e duas medidas. Lamentável, também, a posição obsessiva de nossa presidente contra o Judiciário Brasileiro.

A relatora bem que poderia aproveitar sua viagem para realizar algumas inspeções no Banco Central, na Secretaria da Receita Federal e no INSS, bem como junto aos bancos privados, para tentar descobrir os “desvios” e as “caixas-pretas”que, de vez em quando, pipocam em escândalos e roubos de bilhões de dólares. E ninguém vai preso. Talvez porque ainda não foram construídas cadeias de segurança máxima para acolher tanta “gentalha”.

Brasília, 09 de outubro de 2003