Em meio à série de más notícias que envolvem a magistratura, relativas à redução real dos salários - que estão subindo abaixo da inflação -, ao contingenciamento cada vez maior dos recursos orçamentários do Judiciário, à reforma da previdência visando a cobrar contribuição previdenciária dos inativos - com o indiscriminado apoio da mídia -, a insensatez pseudo-filosófica do Presidente LULA quando disse ser preciso abrir a caixa-preta do Judiciário sem explicitar o que queria afirmar e quem queria atingir, exaltação de reforma "radical" do Poder Judiciário, desviando o foco do essencial - o declínio do Estado nacional como entidade soberana em que a renda nacional é destinada cada vez mais para o pagamento dos juros externos e internos - sem sobra de dinheiro para investir o necessário no social -, surgem alguns "pobres de espírito" com a intenção de perturbação, de servilismo, de avidez ou de defender o retrocesso nos assuntos que envolvem nossa entidade de classe, divulgando, "ao pé do ouvido", que estou ombreado incondicionalmente com os algozes do Judiciário.
Tenho a salientar que nunca opinei publicamente sobre conveniência e oportunidade de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito por parte da Assembléia Legislativa do Ceará. Do contrário, já explicitei conluio entre deputados estaduais para tentar intimidar membros do Tribunal de Justiça com o fito de reformar decisão sobre a CPI do BEC.
Não permitirei que embusteiros se sirvam de inverdades para jogar-me contra a classe. Terei de expungir, então, cada uma e confio que as aleivosias divulgadas contra a minha pessoa não encontrarão coro entre os conscientes. Essas posturas obscuras não provocarão minha cólera e não deixarei de contribuir pelo esforço e lealdade para a excelência da Associação Cearense de Magistrados.
Reafirmo que estou comprometido com a efetividade do processo democrático traduzido pela ampla participação dos cidadãos, convencido de que as instituições não devem intervir nas funções umas das outras, porém devem operar, em rede, com a missão voltada exclusivamente para as pessoas. Não tergiversarei sobre a defesa da necessária democratização interna do Poder Judiciário com eleição direta para os dirigentes dos Tribunais, com eleição de um juiz de primeiro grau para compor o Conselho da Magistratura, com eleição entre os juizes da Capital para o cargo de Diretor do Fórum, além de lista sêxtupla para a escolha de desembargador. Não recuaremos no almejamento por vencimentos que garantam aos juízes a tranqüilidade e dignidade para o exercício da judicatura.
Só através do diálogo com todos os segmentos da sociedade civil conseguiremos persuadir aqueles que avançam contra nós dispostos a tudo, demonstrando-lhes que esse Judiciário padece de vícios que devem ser superados. E entendo que não devemos ser os últimos a tomar ciência do que a sociedade vem comentando sobre o Judiciário, tanto naquilo que pode engrandecê-lo quanto no que pretende depreciá-lo, pois é função de Presidente de Associação de Magistrados ouvir críticas e cobrar soluções.