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Poesias-->Soneto da Nuvem Togada -- 01/07/2025 - 09:20 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

Soneto da Nuvem Togada

Félix Maier
 
Na cúpula Suprema, entre togas e fumaça,
Decide o velho Olimpo da moral:
“Quarenta gramas? Vai, passa de graça…
Crime só é com quilo industrial!”

Levitam togadinhos, serenos, perdidos,
No aroma doce da flor do perdão.
"Trinta e nove? É paz! Quarenta e um? Perigos!"
E a balança da lei vira adivinhação.

O motoboy, com bag da erva sagrada,
Alega: "Entreguei, mas nem pesei!"
E o juiz: "Se foi leve, não deu nada..."

E o povo assiste, meio sem lei nem rei:
“Se o estuprador diz ‘foi só a cabecinha’...
Será que o Supremo crê também nessa linha?”

 

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