Usina de Letras
Usina de Letras
32 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 63449 )

Cartas ( 21356)

Contos (13307)

Cordel (10364)

Cronicas (22586)

Discursos (3250)

Ensaios - (10764)

Erótico (13601)

Frases (51961)

Humor (20211)

Infantil (5642)

Infanto Juvenil (4996)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1387)

Poesias (141385)

Redação (3377)

Roteiro de Filme ou Novela (1065)

Teses / Monologos (2444)

Textos Jurídicos (1975)

Textos Religiosos/Sermões (6387)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->O TREM EM MINHA VIDA -- 23/04/2025 - 14:24 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O TREM EM MINHA VIDA
RF

Na minha infância havia um trem,
à minha memória vem.
Trazer o progresso para a região 
Era a função do trem do sertão
Percorria 116 km de estrada de ferro
que rasgava a paisagem seca da caatinga
dos estados de Pernambuco e de Alagoas.
Eu era uma criança e Pedra meu berço
Três vezes na semana, de Jatobá lá vinha o trem...
Parava em Pedra, ia para Piranhas e lá dormia. 
De manhã retornava à origem. 
Porém antes em Pedra de novo parava.
Eu via meu avô durante as paradas.
De Jatobá onde ele morava o trem o trazia.
Brincávamos, sorríamos e ele contava histórias.  
Ainda lembro da sua fisionomia tatuada pelo tempo
Depois ele partia e eu ficava contava os dias
até o trem trazê-lo de novo. 
Nas férias eu ia com ele visitar minha avó. 
No meu sentimento de criança o trem era de vovô.
Quando o trem varava o perímetro urbano
A manifestação era a mesma de quando chovia
o povo saía à rua, cantava, pulava e festejava.
E ele respondia soltando fumaça e apitando,
trazendo satisfação e felicidade, cantando:
café-com-leite-bolacha e pão. 
café-com-leite-bolacha e pão. 
Além de transportar animais e mercadoria
seus vagões vinham lotados de alegria,
Era com honras e pompas que o recebíamos.
Em meados de 1964 mais veloz que aquele trem 
Um decreto do governo, veio na contramão 
e chocou-se com ele, liquidando-o. 
As feiras perderam o brilho, o comércio sentiu o abalo,
o povo sentiu e protestou, mas os tempos eram duros.
A vida voltou a ficar difícil com as cidades enlutadas.
Quando pela última vez aquele apito tocou, no sertão
um rio de lágrimas se formou.
Era a despedida e o trem como gente apitava e chorava
não era mais aquele apito de euforia, era fúnebre mesmo.
o povo sequer acreditava e chorava!

 
 

Comentarios
Perfil do AutorSeguidores: 162Exibido 59 vezesFale com o autor