Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 63438 )

Cartas ( 21356)

Contos (13307)

Cordel (10364)

Cronicas (22585)

Discursos (3250)

Ensaios - (10758)

Erótico (13601)

Frases (51950)

Humor (20209)

Infantil (5641)

Infanto Juvenil (4995)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1387)

Poesias (141383)

Redação (3375)

Roteiro de Filme ou Novela (1065)

Teses / Monologos (2444)

Textos Jurídicos (1975)

Textos Religiosos/Sermões (6387)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->São Cipriano, da capa preta -- 27/09/2013 - 10:01 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
S.Cipriano da Capa preta

Borishkó borijopi, fon! Era esta a expressão exata para se fazer

um bom feitiço. Descobrira-a Belinha num sonho. E desde então

fazia questão de pronunciá-la todo dia, sete vezes, para não

esquecer e para, na hora agá, fazer a coisa pra valer.

Não havia muita gente disposta a tocar num assunto desses no

entanto. Gente que tinha religião - e era quase todo mundo -

tinha pavor de feitiço e até de pensar nisso. Sobrava então o Zé

Vicentão, que deu a Belinha alguma introdução. Mas mais pra

frente não ia não, de medo de tomar ele próprio, um tropicão.

Como fazer então? A referência que tinha Belinha é que tudo se

completada com um livro de São Cipriano, ele famoso por seus

feitiços, diretos e sem enguiços. Deveria ter feito feitiço até para

entrar no céu, pois ao que consta, feitiço e religião não são de

andar mão em mão.

E mais: pra valer mesmo, pra ser autêntico, só o São Cipriano da

capa preta. O resto era treta.

Mas como achar um livro proibido pelo Vigário, temido pela

temente comunidade de cristãos?

As palavras introdutórias, que já tinha descoberto em sonho e

tanto feitiço bom e necessário a ser feito, e nada feito, justamente

por faltar o livro eleito. Mas que jeito?

Rezar, fazer tríduo, novena pra encontrar a tal obra em alguma

biblioteca esquecida? Não seria anular a intenção por meio da

oração?

Até que um dia - logo em Genebra, calvinista de quebra, quem

diria - fui encontrar a obra tão perseguida pela mana Belinha.

Capa preta, sim. E não só uma edição,m mas duas. Folheei,

folheei e de Belinha me lembrei. Só borishkó borijopi é que não

falei. Bem, falei. Mas falhei, pois o que era bom era justamente o

fon do final. De que me olvidara.

Ao sair da livraria, não achei a rua cheia de confete e serpentina,

tampouco vi a menina que para mim sorrisse. Mas o tempo,

comigo mesmo me disse, era de Ronnie Von.
Comentarios
Perfil do AutorSeguidores: 9Exibido 436 vezesFale com o autor