Quando acordei, o Sol começava a brilhar. Lembrei-me da perseverança do meu pai, lembrei-me da paciência da minha mãe. Saí e comecei a caminhar pela mata que cercava a casa em que estava. O rio límpido parecia que ia dar no Sol.
Escutei vozes. Ecos que se repetiam inúmeras vezes pelo vale. Vozes conhecidas, de pessoas com quem não conversava há muito tempo.
Andei por toda manhã. Não tive sede, não tive fome. Senti apenas uma enorme felicidade e muita esperança por algo que nem sabia explicar o que era.
Quando resolvi voltar, foi que percebi que não sabia mais o caminho de volta. Já havia atravessado a montanha e estava num lugar esplendoroso, de onde podia avistar pessoas ao longe, que pareciam realizar atividades com as quais se satisfaziam e se completavam. Tentei aproximar-me, mas não consegui. Tentei gritar, mas não consegui.
Inesperadamente, do céu, desceu um anjo, que me estendeu a mão. Entreguei-lhe a minha e comecei a ter a sensação de que estava subindo muito rapidamente. Não conseguia mais enxergar a mim mesmo, mas a imagem que sempre concebi para Deus começou a ser formar na minha frente. Ao Lhe perguntar quem era, disse-me apenas que era a imagem e a semelhança daquilo que nós, seres humanos, sempre quiséramos que Ele fosse.
Quando cheguei, já não sabia mais quem era. Apenas sabia que estava sendo preparado para voltar.
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