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Caprinas bodas
Na judéia mais antiga
era muito usual
um cabrito, sem intriga,
festejar mais um casal.
Mas a cabra assumiu
o ser fêmea de um bode:
o macho substituiu;
e boda não se sacode...
Sua carne mais macia
é que sustentava festa,
seu nome então fazia,
sem jamais ser indigesta.
Se havia casamento,
a boda ia pra lá
transportada num jumento,
pro povo comemorá.
Bastava ela ser morta
o povo já deduzia:
dia de boda com torta,
pros deuses a ambrosia.
E todo mundo sabia
que haveria matrimónio
pra louvar naquele dia
para qualquer possidônio.
E, sem lembrar mais de bode,
só pensando no casório,
cada boda tinha ode
pro casal afirmatório.
Boda passou a dar fé,
virou um dia de festa,
de missa na Santa Sé
pra casal que já não presta.
E passaram a marcar
o tempo de cada boda,
com algo mais singular,
que dura a vida toda.
Celebram com alianças
de ouro e prata fina
as mais nobres amiganças
que cumpriram sua sina.
As demais usam anéis
como forma de lembrar
que, pra manter os papéis,
ambos vão se suportar.
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