Não sou
o que os meus olhos vêem,
o caminho dos meus passos,
o toque das minhas mãos,
nem o sentir destes versos...
Não sou
o que ouço,
as cantigas
antigas,
caras lembranças
ao coração...
Não sou meu próprio enigma,
sempiterna sombra
a me acompanhar.
Não sou o que penso,
imagino,
ou intuo.
Imerso em mim mesmo,
- intenso
desejo
de ser...
Em não podendo
ao ser nulificar,
sou alguém,
vazio imenso,
a quem, inutilmente,
dia após dia,
pretendo alcançar...
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