138 usuários online |
| |
|
Poesias-->Mistério -- 30/11/2004 - 18:33 (elvira) |
|
|
| |
Sobre o oriente desciam ondas doiradas
mesclas de vinhedos trôpegos e insanos.
Lamentavam-se os uivos agrestes
das florestas, dos eucaliptos e dos ciprestes!
Na onda enfurecida, demoníaca
tentavam castrar o horizonte
largas esfinges de mármore
dotadas de máculas enegrecidas
e
o sol surgiu como por encanto,
nas trevas do dia ténue e longínquo.
O alento apoderou-se com o seu manto
das faíscas marguradas e empobrecidas,
derrubando a iluminação redentora.
Ouviram-se gritos pesarosos, estridentes,
animais abstractos fugiram...
Árvores revestidas de crepúsculo
ofuscaram essa paisagem libertina
emanando brisas suaves e resplandecentes,
cortando frívolas tempestades...
O oriente brotava agora, majestade viçosa.
A água do regato corria preguiçosa.
O mistério sucumbira à acção da natureza! |
|