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cronicas-->Almoçou comigo, mas beijou o Irineu. -- 24/05/2003 - 10:44 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Almoçou comigo, mas beijou o Irineu.
Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Um sábado ameno pairava sobre a cidade maravilhosa.
Eu caminhava absorto pela pouco movimentada Cinelàndia naquela manhã morosa. Aguardava, com uma certa ansiedade, um encontro com uma amiga virtual. Virtual até aquele dia. Uma amizade construída na internet passaria a ser real. Tínhamos marcado o encontro por volta das 11:00h no saguão do hotel em que estava hospedado. Matava o tempo nas bancas de sebo e admirava a arquitetura dos prédios centenários daquele belo centro.

Em frente a Biblioteca Nacional uma turma de formandas em Pedagogia tirava as tradicionais fotos nas escadarias. Sobravam máquinas fotográficas e apenas um fotógrafo profissional. Prontamente, coloquei-me a disposição das formandas para tirar as fotos. Em segundos estava com sete máquinas penduradas nos braços. Passava do braço esquerdo para o direito e ia batendo as fotos das beldades cariocas. É claro, a loirinha da primeira fila foi o motivo de toda a minha presteza.

- Moço da camisa verxxxdi, pode bater mais com a minha máquina.
Adoro esse chiado dasxxxx cariocasxxxxx. - Pensava comigo.
- Moço da camisa verxxxdi, bate quatro fotos com a minha.
- Moço da camisa verxxxdi. Tira a tampinha da minha máquina, moço!
- Não esquece da minha. Moço da camisa verxxxdi!

Bueno, é lógico que eu estava com uma camisa verde, ou melhor, verxxxdi. E também portava uma máquina que trazia disfarçada em uma sacola de mercado... sabe como é ... o Rio... e eu um provinciano.
E mais um pouco e eu batia a foto da loirinha da primeira fila.

Após ter batido a vigésima sétima foto o pessoal me liberou e liberou a entrada do prédio. Resolvi e fui conhecer a Biblioteca Nacional. Quando saia do prédio a turma da Pedagogia continuava a sessão de foto em frente ao Theatro Municipal.
De ladinho. De toga. Sem toga. De braços cruzados. Sorrindo. Séria. Etc. Etc. Etc.

Antes de voltar para o hotel a fim de recepcionar a minha virtual amiga, arrumei um tempo para folhear alguns livros no sebo no meio da praça. Descobri uma edição antiga de "Olga" e uma outra do "Manifesto Comunista". Mas ficaram nas bancas, não achei um investimento conveniente.
Dirigi-me ao hotel.
Tão logo entrei no hall, uma jovem vem ao meu encontro.
- Senhor... Athusxxxx...
- ... Ronaldo Miralha da Cunha. Seu criado! - tentando ser o mais Olívio Dutra possível.
- Masxxx bah! - respondeu-me ela sorrindo.

Conversamos sobre tudo. Repassamos os personagens virtuais dessa nossa internet. Lógico, o Usina também foi pauta do encontro. Mas fiquem tranquilos só falamos bem de todos. E mais bem dos mais amigos.
Contemplando o cardápio do "Amarelinho" e não querendo arriscar o churrasco carioca, optamos pelo estrogonofe.
Após o almoço fomos caminhar pela praça. Não tinha muito tempo pois o avião partiria em poucas horas. Resolvemos tirar uma foto de recordação. Escolhemos um apoio em uma esverdeada estátua de algum figurão carioca.
Resolvi verificar quem era o ilustre homenageado. Qual não foi a minha surpresa, pois era a estátua do nosso Todo-poderoso Roberto Irineu Marinho.
- Quero tirar uma foto com ele. - disse, de pronto, a minha real amiga.
Subiu pelo monumento e deu um beijo na estátua do Irineu. E eu registrei para a posteridade essa demonstração de carinho da minha amiga.

Por fim chegou a hora da despedida.
- Pois é... foi um Rio que passou em minha vida...
- É...
- Sucesso e boas publicações.
- Acho que não vou te ver mais.
- Quem sabe... quem sabe...
Despedimo-nos com três beijinhos - coisa de gaúcho - e partimos, cada um para o seu futuro. Certos que nos reencontraremos em outra oportunidade. Quem sabe... a vida é cheia de esquinas. E as estátuas passam como o vento e se perdem em amarelinhos...
O que resta?
Seguirmos andantes por essa vida cheia de surpresas. Até que em um inesperado dia voltemos a abraçar uma estátua de esperança. Talvez até seja um novo Irineu.




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