PEDRO BUTCHER
crítico da
Folha de S.Paulo, em Cannes
Na contramão da imprensa internacional, o público aplaudiu de pé o filme brasileiro "Carandiru", de Hector Babenco, na primeira exibição aberta realizada no Festival de Cannes, que terminou à 1h, horário local (20h no Brasil).
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O filme baseado no livro "Estação Carandiru", do médico Drauzio Varella que costumamos ver no Fantástico está fazendo sucesso em Cannes.
Algumas pessoas confundem um pouco o que seja ficção, realidade ou uma peça de cinema ou teatro que conte uma versão da história. Um filme conta como uma crónica. Engraçado ver valer uma versão só.
Aqui mesmo na Usina de Letras já pude ler alguns pequenos recortes.
Referente ao episódio do Carandiru, a polícia poderia ter apresentado a sua versão. Se não o fez, deve ter tido suas razões. Talvez, a realidade fosse pior que a ficção.
Enfim, creio que expondo o que nos dói e causa perplexidade estejamos assim exorcizando fantasmas e dando um alerta para que `justiceiros´ pensem um pouco mais antes de agir, como se fosse a nossa realidade, uma tela aberta de TV.
A violência faz parte da sociedade, dos bandidos e também faz parte da polícia. Mas, saber os limites dela e de qual dos lados nós estamos é muito importante na construção de nosso dia a dia.