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Poesias-->TOM -- 31/01/2000 - 20:35 (antonio temoteo dos anjos sobrinho) |
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TOM
Hoje feliz, vou receber meu neto.
Já tarde, é branda a luz. Tudo está quieto
nesta ala do hospital.
Lá na ante-sala, tensa, há um borborinho,
porque no corredor passou um carrinho
e um moço de avental.
Rebate falso. A espera sempre ansiosa,
é sempre longa, pouco generosa
e me dá calafrio.
Porém me encontro co’a esperança infinda,
de graça cheia, de semblante, linda
e acato o desafio.
Assim ombreado, ao lado da esperança,
me dei co’a calma, co’a perseverança
em tempo de ilusão
e me ocultei das penas, nos espinhos,
me aconcheguei nos sonhos passarinhos,
com dor no coração.
Bem sei que o parto se aproxima, acorda,
referve em dores e com a dor transborda
em sangue a se fartar.
Porque da entranha de mi’ha filha, assente,
pulula nova vida incontinente
e quer se libertar.
Então da cirurgia se abre a porta.
Viça a enfermeira em graça e nos transporta
à emoção de sua voz.
Descreve o parto, o esforço, a luta enorme,
a garra do bebê que agora dorme
a paz de todos nós.
E Tom chegou, nasceu, até que enfim,
de lá dos céus ele chegou p’ra mim,
do ventre, no calor.
Trouxe das plagas quentes paz e brilho,
nos fez a todos pais, de todos filho
e trouxe muito amor.
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