Eu Riacho
O universo da suas voltas astronômicas
E eu calado, a fitar este cristalino riacho,
O coração em suas batidas antagônicas
Os olhos lacrimejando, ao astral baixo...
Riacho das águas claras e transparentes
Será que nesta vida nós somos parentes?
Como suas águas, tenho a alma límpida
Coração sensível, de sua pureza insípida...
Quem de mim tenta buscar se alimentar
Encontrará de dentro, o que se sustentar,
E quando se fartam de forma predatória
Extingue-se a fauna, virando só história...
Corro pelos dias igual suas corredeiras...
Bato em pedras, vou em retas ou curvas,
Parece que não tem fim as minhas lutas
Mas, estou mesmo é nas mesmas beiras...
Como Narciso, está sendo espelho vivo...
Mas, o reflexo belo e verdadeiro é o seu,
Que é puro, cristalino, e cheio de brilho!
Talvez, você seja a essência do meu eu!...
13/11/2000
Marcelo Bello de Oliveira
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