Nem censura, nem autocensura
Pior do que a censura é a autocensura. O medo de cair na rede... O temor da sombra, invisível e ameaçadora. Ela ronda, como corvo, a consciência de quem vive da nobre tarefa de escrever.
Mas essa não é a única forma de cerceamento do livre pensar. Jornalista não gosta, quando o patrão faz reuniões para falar de restrições. É mau agouro! São nuvens negras sobre a cabeça.
Vivo de escrever, por escrever e para escrever. Sou conservador - e repilo anarquia. Mas o oposto da anarquia não é o enquadramento. Muito menos, depois de ouvir um só lado...
Cada um tem suas razões. E HÁ RAZÕES QUE NÃO CORRESPONDEM À VERDADE NECESSARIAMENTE. Isso é muito perigoso. A ameaça paira sobre toda mídia nacional, incluindo sites.
Problemas ténicos e normas da Casa são uma coisa. Reunião para enquadrar vozes discordantes é outra. E inaceitável. Do primeiro aspecto compactuo, mas, do segundo, não. De jeito nenhum.
Baixar a voz e ser respeitoso é obrigação de todos. Sou a favor, claro. Mas é preciso que seja de TODOS. E que, com normas de relacionamento, NÃO SE CONFUDA CENSURA POLÍTICO-PARTIDÁRIA.
Fui, sou e serei anticomunista e anti-socialista e tenho sérias restrições ao PT (para não dizer insuperáveis, porque o governo Lula é mais PSDB do que PT). Sou parte da crítica ativa.
E dela serei. Sem alterar a voz, sem ofender, lealíssimo, mas firme. Minha espinha política não é dorsal; é rígida. Minha consciência não tem preço. Bom que nunca recebi proposta incedente.
Dom Kless
|