Cumadi Tere Peñabe

(Hull de La Fuente)
Cumadi Tere Peñabe,
Tu nun sabe a confusão
Que o meu nome provoca
No meio da murtidão.
Tem até quem me coloca
Do lado que eu nun sô não,
Pois sô muié fiminina
Num visto samba-canção.

Eu sô uma brasilêra
De origem espanhola
Sou alegre companhêra,
Sem pobrema na cachola.
Me adiscurpi mia cumadi,
Do dia que mi inganei
Ti chamei de japosesa
Na maionese viajei.

Tu é pessoa distinta,
Que vevi aí nas praia,
Mas também se inganô
Pois eu num sô paraguaia.
Estamos quite, cumadi,
Num vamo adiante não
Vamo fala dos cumpadi
Que é nossa diversão.

Brigada pelo intervento
No causo da sucuri
Do gilete ou elemento
Que respingó inté aqui.
Silva Fio, o cordelista
Home de muita atenção
Incabeça minha lista
De repentista dus bão.

O Goltara confirmô
O que pensa do assunto,
Que nun intende de cobra,
Quem duvidá é difunto.
Cumpadi nun se aperrei
De ti nun vô duvidá,
Eu botei ocê na prosa
Procê tamém opiná.

O cumpadi Paulo Marcio
Falô do alto da serra
Admirou-se do causo
Nunca visto nessa terra.
Mais é verdade, cumpadi,
Isso eu posso assigurá,
A viúva na saudadi,
Pro bispo foi recramá.

Minha cumadi Tere
Teu nome num dá certeza,
Continuo discunfiando
Qui é nome de japonesa.
Pregunte a tuas cumadi
Que tamém vevi na praia,
O que é que elas pensa
dessa cobra paraguaia.

Esse causo inté parece
Que istá inconcrusivo
É isto que acuntece
Com a queima de arquivo.
A puliça inda nun sabe
Que rumo ao causo dá,
Iscrivão e delegado
Tão pra lá de Bagdá.

Aqui vô mi adispidindo
Pra in otra ocasião,
Vir Falá do candirú
Um peixe chei de esporão,
Que pega moça donzela
Nas noite do riachão,
Depois pa casá cum elas
Nun si incontra moço não.

Si a sinhora quisé
O assunto adiantá,
Comece que eu ti sigo
Vamo junto versejá.
Com tua rima bunita
Nóis se curva circunspecto,
Agaranto que o cordel
Vai render pra mais de metro.