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Infantil-->A felicidade de Hans - Lenda dos Grimm -- 21/11/2002 - 21:35 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fábulas selecionadas de Esopo (LXXII)- Zeus e o camelo

texto


Sete anos havia Hans trabalhado para seu patrão, quando lhe disse:
— Senhor, pra mim basta, agora eu quero voltar contente para a casa de minha mãe. Pode fechar minhas contas".
O patrão respondeu:
— Você me serviu fielmente e honestamente. Como foi o serviço, assim deve ser o salário. E deu-lhe uma pepita gigante, tão grande quanto a cabeça de Hans. Hans tirou um pano da bolsa, enrolou a preciosa pedra nele, colocou-a no ombro e pegou logo o caminho para sua casa.
Quando ele pegou embalada, já com as pernas doendo, topou com um cavaleiro contente e airoso, montado em um cavalo que trotava todo fogoso.
— Oh, disse Hans bem alto, que cavalgar boa coisa é ! Pois é,assentado como numa cadeira, nunca em pedra torce-se o pé, não gasta sapato, vai-se embora, isso é que é."
O cavaleiro ouviu sua fala, parou e disse:
— Ei, Hans, por quê tanta pressa, inda mais a pé?
— Isso aí, tenho que dar no pé?
E respondeu mais:
— Pois, tenho que levar uma pepita para casa. É de ouro puro mesmo, mas minha cabeça já perdeu o prumo e meus ombros já não agüentam mais.
— Sabe de uma coisa, disse o cavaleiro, "vamos fazer uma troca. Eu lhe dou meu cavalo, e você me dá sua pepita."
— De todo coração, disse Hans, "mas, conselho meu pro senhor, senhor arraste a pedra."
O cavaleiro desceu, pegou o ouro e ajudou Hans a montar, deu-lhe as rédeas firmes nas mãos e disse:
— Pra ele correr mesmo, você tem que fazer estalos com a língua e exclamar upa, upa.
Hans ficou de alma nova quando sentou-se no cavalo e partiu dali leve e livre. Pouco depois, ele caiu em si, poderia ir mais depressa, e começou a dar estalos com a língua e a exclamar upa, upa. O cavalo trotou forte pelo caminho e, antes de Hans firmar-se bem no arreio foi lançado fora dele, caindo num fosso que fazia divisa entre a estrada e uma plantação. O cavalo também teria caído lá, se não tivesse sido impedido por um fazendeiro que vinha pelo caminho tocando uma vaca. Hans cutucou e achou suas pernas, e pôs-se novamente de pé. Porém, ele ficou muito mal-humorado, e falou com o fazendeiro:
— Não tem graça nenhuma, isso de cavalgar, mormente, montar num cavalo desses, que empaca e joga a gente no chão, podendo até quebrar pescoço; vou montar nele agora e, depois, nunca mais. Gostei da suavvaca . Com ela a gente pode ir devagar e ter a certeza de que pode-se tirar o leite dela, fazer manteiga e queijo diariamente. Quem me dera que eu pudesse ter uma vaca como esta!
— É já! Disse o fazendeiro, " Se lhe dá tão grande prazer assim, então, quero trocar a vaca pelo seu cavalo."
Hans concordou e quase morreu de satisfação. O fazendeiro tomou impulso, saltou, encaixou-se na sela e cascou fora dali rapidinho. Hans tocou sua vaca de mansinho e passou a pensar sobre o feliz negócio que fez:
— Tenho só um pedaço de pão, e além dele nada vai me faltar, pois, de agora em diante eu posso comer queijo e manteiga; se tiver sede, ordenho minha vaca e bebo leite. Coração, o que você quer mais?
Quando estava passando por uma taberna, ele deu uma parada e comeu tudo o que tinha consigo: o pão todinho, do meio-dia e do jantar, e com seus poucos tostões, mandou encher meio copo de cerveja. Então, ele continuou a tocar sua vaca, sempre na direção da aldeia de sua mãe. Fazia mais calor quanto mais se aproximava o meio-dia, e Hans decidiu passar por um pântano, o que demorou bastante, mais de uma hora. Como ele sentia muito calor, sua língua ficou grudada no céu da boca, de tanta sede.
— A coisa tá preta, pensou Hans, " agora, vou ordenhar minha vaca e me lambuzar de leite."
Ele a amarrou numa árvore seca e, não tendo nenhum balde, valeu-se do seu chapéu de couro, mas por mais que tentasse, nenhuma gota de leite saiu. E, além disso, mal posicionado, todo desajeitado, acabou por levar um tal coice na testa, dado pelo impaciente animal, que até cambaleou pelo chão, custando a recuperar os sentidos e dar-se conta de onde se encontrava. Felizmente, logo passou pelo caminho um açougueiro com um carrinho de mão e, dentro deste, estava um porquinho.
— Que pancada! Poxa! Exclamou ele e ajudou o bom Hans a ficar de pé.
Hans contou-lhe o que aconteceu. O açougueiro passou-lhe a sua garrafa e disse:
— Tome um gole desta, e põe sentido: a vaca não pode mesmo querer dar leite, é um animal velho; serve ainda, no máximo, para tração ou para abate.
— Que isso, sô? Disse Hans, já com os cabelos arrepiados na cabeça, "quem falou isso, sô? É sempre recomendável poder
abater um animal em casa, para que se tenha carne fresca! Mas eu não sou muito de carne de vaca, ela não é muito suculenta. Ah, se eu tivesse um porquinho! Isso sim, é outro gosto, e ainda tem as saborosas lingüiças e os pés.
— Ouça, Hans, disse então o açougueiro, "se você prefere assim, podemos trocar o porco pela vaca."
— Deus recompense sua amizade. Disse Hans e, ao entregar-lhe a vaca, liberou o porquinho do carrinho de mão e pegou a corda na qual ele estava amarrado. Hans continuou seu caminho e, considerava como alcançou todos os seus desejos, quando teve um momento de mau-humor, porém ele compensaria isso logo em seguida.
Pouco depois apareceu diante dele um rapaz com um ganso debaixo do braço. Pararam para conversar e Hans começou a contar-lhe sobre sua sorte e como ele sempre levou tanta vantagem em suas propostas de trocas. O rapaz contou-lhe que estava levando o ganso para uma festa de batismo de criança.
— Veja bem, continuou ele, e o suspendeu pelas asas, "como ele é pesado, mas, para isso ele ficou engordando durante oito semanas. Quem comer dele assado vai ter que limpar a gordura dos dois lados."
— Hum, hum! Exclamou Hans, e balançou o que tinha na mão, "Ele tem seu peso, mas meu porco também não é nenhuma javalina."
Nesse instante, o rapaz olhou muito pensativo por todos os lados e sacudiu bem a cabeça.
__ Ouça, retrucou em seguida, " seu porco não é lá de tanta fé assim, não! Na aldeia da qual venho, uma pessoa roubou um do chiqueiro do prefeito. Eu receio, não sei não, mas, acho que você está com ele nas mãos. Eles mandaram pessoas...e
seria uma grande briga se capturassem você com o porco. No mínimo, vão enterrar você numa vala estreita.
O pobre Hans ficou escandalizado.
— Oh, Deus, exclamou ele, "ajude-me nesta precisão! Você é bem mais conhecido na redondeza, por isso, leva meu porco e deixa seu ganso para mim.
— Posso correr algum risco, respondeu o rapaz, "mas, não quero ser culpado, se você não tiver sorte."
Assim, ele pegou a corda e conduziu o porco depressa por um caminho secreto. O bom Hans seguiu para casa com seu ganso debaixo do braço, porém, todo preocupado.
— Se penso corretamente, disse para si mesmo, "ainda assim, levei vantagem nesta troca: primeiro, pelo bom assado, depois, pelo monte de gordura que o bicho vai verter, isso dá patê pra um trimestre e, finalmente, as belas penas brancas, com as quais posso encher meu travesseiro e, com este, embalar meu sono confortavelmente. Isso vai deixar minha mãe muito alegre."
Quando ele passava pela última aldeia, deparou-se com um amolador e seu carrinho, ronronando sua roda, e que cantava assim:
— Eu afio as tesouras e giro depressa,
e visto meu casaco, pois venta à beça."
Hans parou por ali e ficou olhando para ele. Finalmente, Hans disse-lhe:
— Parece que você está numa boa, pois, está bem-humorado com suas amolações.
— É, sô, respondeu o amolador, "o trabalho manual é mina de bom humor. Um bom amolador é um homem que sempre carrega uma bolsa e, também, nela acha dinheiro. Mas onde você comprou esse belo ganso?"
— Não comprei, mas, somente troquei-o por meu porco.
— E o porco?
— Eu troquei-o por uma vaca.
— E a vaca?
— Eu a recebi em troca de um cavalo.
— E o cavalo?
— Obtive-o em troca de uma pesada pepita de ouro, do tamanho da minha cabeça.
— E o ouro?
— Ah, foi pagamento dos meus salários por sete anos de serviço.
— Você soube ajudar a si mesmo a cada tempo. Disse o amolador: " Você pode recuperar seu dinheiro, pode até ouvi-lo saltar dentro da bolsa. Se ficar de pé, terá sua sorte.
— Como posso começar isso? Perguntou Hans.
— Você tem que se tornar um amolador como eu; pra isso, basta ter uma pedra de amolar, o resto é com você mesmo. Eu tenho uma comigo aqui, ela só está com um pequeno defeito, mas, posso trocá-la com você por seu ganso. Você topa?
— Que mais que eu poderia desejar?!... Respondeu Hans: "Eu sou o ser humano mais feliz da Terra; tendo dinheiro, sempre que pegar na minha bolsa, com quê mais preciso me preocupar?"
Deu-lhe o ganso e pegou a pedra de amolar que aceitou na troca.
— Agora, disse o amolador, erguendo uma pesada pedra comum que estava ao seu lado, "aqui você tem outra pedra eficiente para isto, com ela você pode rebater e retificar seus pregos velhos com exatidão. Leve-a e carregue-a com cuidado.
Hans carregou a pedra e foi embora feliz de coração; seus olhos brilhavam de alegria:
— Devo ter nascido empelicado, gritou ele, "tudo que eu desejo vem ao meu encontro e faz de mim um felizardo."
Todavia, como batera pernas desde o amanhecer, ele começou a ficar cansado; também a fome o incomodava, pois, ele esgotou todas as reservas de uma vez, quando ele adquiriu a vaca. Enfim, para continuar ele teve que se esforçar, e dava uma paradinha a toda hora, pois as pedras o castigavam com seu peso terrivelmente. Então, ele teve uma idéia repentina que o fascinou: como seria bom se ele não precisasse, justamente naquela hora, de carregá-las. Como um caracol, rastejou até um poço redondo, querendo lá descansar e regozijar-se com um gole d água fresca. Porém, a fim de evitar que as pedras não se danificassem ao abaixar-se, ele repousou-as com cuidado ao seu lado, à beira do poço. Em seguida, abaixou-se e inclinou-se para beber a água e, descuidadamente, esbarrou nelas e ambas caíram no poço. Hans, como tinha acompanhado com seus próprios olhos o mergulho das pedras até o fundo, saltou de alegria, ajoelhou-se e agradeceu a Deus com lágrimas nos olhos por ter-lhe dado mais aquela graça, sem que precisasse de ter um remorso por ter se livrado daquelas pesadas pedras, a que estaria ainda sujeito pelo caminho.
__Tão feliz quanto eu, ele gritou, "nenhuma pessoa debaixo do sol nasceu."
Com coração leve e livre de toda a carga, então, saltitou pelo caminho até estar em casa com sua mãe.
Fonte: www.udoklinger.de


























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