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Contos-->A ONÇA -- 27/01/2004 - 12:03 (adelay bonolo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ONÇA


À colega da Usina ERICA/REGINA, com carinho.


— Patrão, a onça pegou outro bezerro.
— Quando foi isso?
— Deve ter sido “trasantonti”, respondeu o empregado da fazenda. Mas só “di fé”(1) ontem, ao passar pelas bandas da bocaina.
— E como você sabe que foi onça? Perguntou-lhe o patrão, curioso.
— Pelo jeitão da carcaça. Tens uns restos que ela deixou para comer depois. Não tem erro, é onça. E da vermelha.

Foram até lá verificar. De fato, à beira de uma estradinha no meio do cerrado, num lugar em que o gado costuma malhar à noite, lá estavam presentes todos os sinais: o rasto de um bezerro arrastado começava na terra, passava por cima de um tronco de pau caído no chão, seguia pelo cerrado a dentro e terminava em uma clareira, a uns 50 metros, onde a malvada fez o festim. Ali ainda se viam os restos do bezerrinho macho, castanho, dos melhores que nasceram na fazenda ultimamente.

No ano passado, esse fazendeiro havia perdido, nas mesmas circunstâncias, certamente comidos pela onça vermelha, cerca de uma dezena de bezerros, entre machos e fêmeas. Essa quantidade, para uma fazenda como aquela, pequena, de plantel reduzido, corresponde a um prejuízo grande.

O fazendeiro em questão, Lourenço Machado Costa, é daqueles poucos que pensam assim: “planto e crio para os animais; o que sobrar eu colho, consumo um tanto e vendo o restante”. Essa filosofia é de gente sabida, tendo em vista que, por aquelas bandas, a quantidade de macacos e periquitos e jandaias e outros bichos que atacam as lavouras de milho, arroz e feijão é incrivelmente grande. Chegam a dizimar lavoura inteira, se for pequena. Pensando dessa forma, há uma pré-resignação com o prejuízo inevitável, pois não há como afastar tais predadores.
De igual forma acontece com a criação: aos ovos das galinhas postos no mato os cachorros e as raposas dão fim, sem sobras. Os pintinhos das galinhas e dos cocares são comidos pelos gaviões, — cujo tamanho dá medo à gente, — e por outros pássaros que se transformam, temporariamente, em aves de rapina por exigência da fome.

Muitos dos bezerros que nascem são devorados pelas onças e lobos guarás. Durante a seca, prolongada nessa região, o gado, de tão fraco, cai nos grotões e de lá não sai mais. “Depois de tudo isso, o que sobra”, pondera Lourenço, “é lucro”.

Como grande parte dos fazendeiros no Brasil, Lourenço é integrante do chamado exército de fazendeiros de fim de semana.

A propriedade da terra, neste país, parece estar assim dividida: primeiro, os minifundiários, cuja produção é de mera subsistência, não contribuindo, a rigor, para o PIB Agrícola; em segundo lugar, os fazendeiros de fim de semana, que também não produzem grande coisa e, por último, os produtores propriamente ditos, distribuídos entre grandes, médios e pequenos.
Os fazendeiros de fim de semana geralmente se dedicam à produção e criação de coisas e animais exóticos: rãs, chinchilas, escargots, minhocas, hamsters, faisões, jacarés, aves ornamentais tipo pavão, pimentas de todo o tipo, temperos, alcachofra, cogumelos, cavalos de raça etc. etc. Não que essas criações e plantações sejam antieconômicas, o problema é o tipo de manejo utilizado, má administração, gestão ineficiente.

O fazendeiro de fim de semana não tem por objetivo o lucro, embora alegue o contrário. Lá no fundo, mesmo, a fazenda, a chácara ou o sítio são meros passatempos, hobbies de fim de semana. Passam engravatados a semana toda nos escritórios bolando o que fazer no próximo week-end. Gastam fortuna na realização desses desejos, repartidos com os amigos em churrascadas memoráveis.

Contribuem, é verdade, de alguma maneira, para a difusão de uma série de coisas, além das criações e plantações exóticas antes aludidas, chegando às vezes a banalizar o exotismo entre os vizinhos: energia solar, energia eólica, cerca elétrica, animais importados etc. Na volta da fazenda, entregam orgulhosos para a esposa algumas dúzias de ovos, um frango, um pé de alface e outras “produções próprias”, que, na ponta do lápis, custaram uma “nota preta”. Porém, mais vale um gosto que um caminhão de abóbora, diz o ditado popular.

Na minha opinião, a grande contribuição que o fazendeiro de fim de semana traz ao País, porém, não é muito considerada: trata-se da oferta de empregos e absorção de mão-de-obra que proporciona no campo. Cada fazendeiro dessa espécie tem, no mínimo, um empregado fixo, com a família, e alguns temporários. Multiplicando-se pelo expressivo número de proprietários nessas condições, verifica-se o enorme contingente empregado. Aliás, nesse ponto, há que se falar também de outro segmento da sociedade brasileira que é grande absorvedor de mão-de-obra, embora não tenha nada a ver com o campo e menos ainda com esta história, que fala de onças e de outros bichos: a dona de casa. Já pensou, leitor, nos milhões de lares espalhados por todo este Brasil, cada um servido por uma empregada doméstica, às vezes duas!? O que seria da gente pobre se não fossem as donas de casa!

A terceira divisão é a dos produtores que vivem da terra, aí incluídos os grandes, médios e pequenos produtores, as empresas agrícolas etc. responsáveis afinal pela safra colhida neste país. Como vivem da terra, a administração é toda voltada para o lucro e a produção comercializada. Estes, sim, são os responsáveis pelo PIB Agrícola.

***

Mas, voltemos ao nosso Lourenço. Como se trata de fazendeiro de fim de semana, os prejuízos que a onça lhe dá não lhe afetam. Pelo contrário, é uma história a mais para contar... Nunca trouxe dinheiro da fazenda; antes, leva da cidade boa parte de seu salário de funcionário público.
Também nunca cogitou caçar ou matar o felino. Em outros lugares, se se anuncia a presença de uma onça não sei onde, antes mesmo que se acabe de falar lá estará multidão de caçadores entre crianças e adultos, armados até os dentes, com estilingues, facas, garruchas, espingardas, revólveres e metralhadoras. Coitada da onça! Já era! Caçador é igual a menino: curioso, perspicaz, teimoso e malvado: mata por matar, por prazer! Demora um pouco, mas faz o que tem em mente.

Lourenço não era ecologista. “O ecologista é antes de tudo um chato”, pensava. Não gostava de matar animais, nem mesmo plantas, e isso por amor, não por convicção. Jamais conseguiu comer frango ou galinha de sua fazenda. “Sobe um engulho pela garganta e a coisa não desce”, dizia. Nunca sacrificou vaca, bezerro ou novilha, para satisfazer a vontade insistente de seus amigos.
— Como é, Lourenço, o churrasco sai ou não sai? Será que a fazenda existe mesmo? Era o mote preferido de seus colegas de trabalho.
Mas Lourenço era irredutível. Preferia, se fosse necessário e inevitável, levar os ingredientes do açougue da cidade, a ter que judiar de algum animal seu. Até hoje, porém, conseguiu driblar os amigos e nada de churrasco.

Lá pelo vigésimo bezerro morto pela onça, a curiosidade “pegou” o fazendeiro. Munido de máquina fotográfica seguiu os rastros que o animal costumava deixar na areia fina da estradinha que cortava o cerrado. E assim foi seguindo, farejando como cão, até que se espantou com a mudança dos sinais. O rastro da onça se transformara em pé de criança, só que com apenas quatro dedos. Mas era igualzinho a pé de menino. Foi seguindo, seguindo, até a barragem de água de chuva, que fizera para os animais. Lá encontrou uma porção de pezinhos iguais àquele, parecendo que a criaturinha (se é que era uma criatura!) tinha estado lá várias vezes nos últimos dias.

***

Amoitado como quem espera ladrão, ficou escondido num galho de uma lobeira (2), muito grande e espinhenta, que havia crescido à beira d’água. Não se lembra quanto tempo ficou ali; aproveitou-o para curtir o lugar e a hora. Aguçou os sentidos. No silêncio da tarde pôde sentir o verdadeiro bucolismo da roça! Qualquer ruído é perceptível: o zumbido de um mosquito intrometendo-se nas orelhas e narinas da gente, o chiar incessante dos grilos ou o tremular das folhas impulsionadas pelo vento ou por algum passarinho fazendo ninho; o pousar quase silencioso das libélulas na flor d’água, o ruído das mutucas ou das mamangabas e o grito de um gavião malvado perscrutando sua presa. Lá distante, o berro de algum bezerro perdido à procura de sua mãe; mais perto, o crepitar incessante do capim amassado e arrancado pelo gado pastando! Ora, o silvo longo e agudo dos macacos, brincando nos capões de mato, que se escuta dali. Ora, a cantoria estridente das seriemas. Aqui, o vôo rasteiro do inambu com seu trilo específico; ali, os arrulhos da juriti, da rolinha e da pomba do ar nas palhadas de arroz! Ouve-se ao longe o relinchar dos cavalos e das éguas no cio. De vez em quando passa voando lá no alto bando alegre e estridente de patos com seu grasnado característico, correspondido aqui em baixo pela algazarra dos pássaros-pretos e dos quero-queros defendendo a cria. Às vezes, um enxame de abelhas zune, em vôo rasante, bem próximo à nossa cabeça... No chão, o espetáculo não é menos grandioso, se bem que menos enfático: os gafanhotos saltam incessantemente fugindo não se sabe de quê! As lagartixas, lagartos e tiús ou teiús disparam por entre as folhas secas escapando do predador ou perseguindo algo; formigas aos milhares, de todos os tipos e tamanhos, sobressaindo as cabeçudas, cujo barulho cortando e carregando as folhas chega-se a ouvir, se se faz silêncio; os besouros e as lesmas... “Que maravilha!”, disse, entusiasmado. “Quanta exuberância de vida no cerrado aparentemente estéril e morto! O ambiente como que está perfeito para a música de Debussy(3). Só falta mesmo um fauno gordo e sonolento deitado à sombra das árvores rodeado de ninfas!” Às vezes passa ao alto o ronco de avião, destoando-se do cenário e tirando o expectante do torpor que a tarde quente lhe dá. O morador das cidades nem de leve suspeita o que se passa por aqui.

Lourenço está embevecido, como se não conhecesse bem o bucolismo do campo! Quando ainda construía a casa sede da fazenda, o curral e as demais benfeitorias, costumava lá dormir nos finais de semana, dentro de uma espécie de tugúrio improvisado. O “bucolismo”, porém, era tanto que não o deixava dormir.

Perto da cabana, havia vários buracos, grandes e pequenos, deixados pela obra e que estavam cheios de água da chuva e de sapos e pererecas de todos os tipos, tamanhos e espécies, que faziam um barulho infernal. Sobre os mancos do curral juntavam-se aos montes galinhas d’angola ou cocares ou ainda capotes, nomes por que são conhecidas essas aves nos diversos cantos deste país, irrequietas e gritando simultaneamente sem pausa. O empregado criava diversos cachorros, que o ajudavam, dizia, na lida do gado e que latiam indefinidamente. O próprio fazendeiro havia trazido da cidade casais de peru, os quais queria se multiplicassem. Grilos, corujas e mochos por toda parte.

Havia momentos em que um animal provocava o ruído de outro: os cães ladravam, acordavam os perus, que por sua vez incitavam os cocares em seus gritos esganiçados, sufocados pela algazarra incrível feita pelos sapos e pererecas, num interminável concerto noturno. Se a noite era de final de primavera, vinham parar ali as cigarras do mundo todo, as de chiado e as de apito, incorporando-se ao festival... Lá no alto das árvores respondiam a coruja e o mocho, com seu chirrio agourento. Tudo isso acompanhado da cadência do estrídulo dos grilos, direto, direto...
“Que bucolismo ensurdecedor”, pensava Lourenço, sentindo às vezes saudade do barulho da cidade! De repente tudo silenciava, como se nada existisse por ali. Lentamente, porém, o barulho recrudescia, iniciando-se com o cantar singelo de um grilo, que estimulava as pererecas, as rãs, os sapos, depois os cachorros, os perus, a seguir as corujas e os cocares, até atingir novamente o paroxismo da gritaria. E isso se repetia a noite inteira, aqui e ali entremeado com o relincho dos cavalos nas baias... Mas Lourenço não se chateava, embora não conseguisse dormir com tamanha confusão.

Agora, acoitado no galho da lobeira, ele se lembrava daquele bucolismo todo, ao ouvir os ruídos calmos e monótonos dessa tarde quente.

Ansioso, não sabia bem o que esperava. Seu empregado nem suspeitava o lugar em que estava agora.

***

A primeira vez que viu o menino não se espantou, como seria normal. Examinou-o à distância, com muita curiosidade. Era um misto de E.T. e curupira . Pés normais, porém com apenas quatro dedos. Cabeça totalmente pelada, pele clara, orelhas pequenas, olhos amendoados, o menino, se é que se pode chamá-lo assim, não tinha umbigo e seus braços eram bem menores do que deviam, proporcionalmente ao tamanho do corpo. Não usava nenhum tipo de roupa e o fazendeiro não lhe pôde ver as partes genitais: ou não existiam ou eram de outra natureza. Era, porém, de uma meiguice extraordinária.

Não tirou fotografia da criatura, com medo de que se assustasse e fugisse para nunca mais voltar. Nem contou sua descoberta pra quem quer que fosse, nem mesmo pra sua família.
Num sábado pela manhã, como costumava fazer todas as semanas havia mais de ano, chegou bem cedo à fazenda e dirigiu-se à barragem d’água para encontrar o menino.

Notou alguma coisa de estranho. Achou muito esquisito seu empregado trepado no mesmo galho da lobeira em que nos primeiros tempos também ficava para observar. Estava apontando uma arma para o menino. Mal deu tempo de aproximar-se dele, quando ouviu grande estampido.
— Enfia essa espingarda na bunda, seu filho da puta! disse o fazendeiro, e com um safanão, tomou-lhe o trabuco.
Correu até a beira d’água, pegou aquela criaturinha no colo e tentou tirar-lhe os chumbos que se espalhavam por todo seu corpo ensangüentado. O menino olhou-o com aqueles olhos meigos e amendoados, agora tristes e cheios de lágrimas. Mas foi só. Faleceu ali nos seus braços.
— Seu merda, disse o fazendeiro, com um misto de cólera e revolta, quase chorando. Você matou o anjo da guarda da fazenda!

Nos últimos tempos, todos os sábados, Lourenço habituara-se com a presença do menino estranho. Depois de várias semanas, a criatura também acostumou-se a ele, não fugindo esbaforidamente como das primeiras vezes. Montaram código de comunicação, já que não falava, a não ser por gestos. Desde que aparecera, nunca mais onça pegou bezerro, nem vaca magra caiu nos grotões ou nas bocainas. O rebanho crescera em tamanho e qualidade.

Com o passar dos dias do primeiro contato, muita coisa Lourenço aprendeu com o menino. Aprendeu a conhecer as raízes de plantas medicinais, a reconhecer e curar com ervas as doenças dos animais, das galinhas e perus. Aprendeu a distinguir o canto dos pássaros e a entender-lhes o significado. Aprendeu a sentir o cheiro do vento e a desvendar-lhe os mistérios.

Aprendeu alguns dos segredos da natureza...
Por que nunca vira antes o menino? Por que nunca soube de alguém que o tivesse visto? Incógnitas, apenas. Um dia, usando o código entre ambos, o menino fez-lhe saber que lá pelas bandas da Bahia havia uma fazenda enorme com muitos outros meninos iguais a ele. Era de lá que recebiam a missão de cuidar desse ou daquele lugar.
— Todo sábado trazia-lhe coisas, comidas, brinquedos. Gozado! Do que mais gostava era salsicha! Mais que dos brinquedos, disse Lourenço, acariciando a cabecinha inerte do menino, toda vermelha de sangue.
—Fiquei com medo da coisa, falou o peão, por isso preguei fogo!

E mais não disse, pois no dia seguinte estava despedido.

***

Lourenço, manteve o hábito de, todo sábado, antes de se dirigir à casa sede da fazenda, passar pelo local do pequeno açude na esperança de tornar a vê-lo. Mas, nunca mais, nunca mais! Vez por outra encontrava abandonado no cerrado algum brinquedo, todo sujo de estrume de vaca! Um enorme suspiro, um nó na garganta e um grande vazio no coração. Só isso! “Se soubesse pelo menos o rumo da tal fazenda na Bahia...”, pensava ele.

Contratou novo empregado, um tal de Orosimbo, que havia chegado há pouco de Minas. E foi logo dizendo a ele:
— Orosimbo, aqui não se mata nada! Nem cobra, nem tatu, nem veado, nem onça, nada! Também não tenho e não quero que ninguém entre aqui com espingarda, estilingue, canivete, revólver, faca ou qualquer outro artefato de matar. Entendeu?

E a vida na fazenda continuou monótona, até que um dia, Orosimbo, meio sem jeito, aproximou-se de Lourenço.
— Patrão, apareceu um bezerro estraçalhado lá pelas bandas da bocaina. Acho que foi onça, disse o peão.
— É onça, sim!, retrucou o fazendeiro, com a voz embargada. Das vermelhas. Conheço essa história.


Brasília,
fevereiro/2000


(1) Dei fé, percebi: na linguagem goiana do povo da roça.

(2) Fruta-de-lobo. Segundo o Aurélio, trata-se de designação comum a vários arbustos ornamentais da família das solanáceas, pertencentes ao gênero Solanum, cujos frutos, bagas, têm aroma de maçã, sendo considerados comestíveis. O gado muito os aprecia. Os goianos fazem doces da polpa.

3) Prélude à l’après midi d’un faune — música incidental de Claude Debussy.


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