Nos Braços da Poesia
À poesia retorno
Enquanto minhas promessas silenciam
Fenecem propósitos, desfaz-se juras
Há traços de ti, no contorno das letras
Nos pensamentos que deslizam sem trégua
Na alva folha que te esboça em palavras
Descanso minhas saudades em versos
E em cada linha, afago tua ausência
Que sem recesso, invade minha inspiração
Gritando no deserto do meu peito
Risco, rabisco teu nome junto ao meu
Rascunho momentos, unificando cenários
Iço pontes, encurto distâncias, dobro mapas
Falo de ti sem interstícios ou hiatos
Componho-te, sem que de rimas precise
Porque é de ti que minha poesia fecunda
E nas entrelinhas do que quis dizer
Ainda restam sonhos e desejos adormecidos
Iluminados por uma centelha de esperança....
© Nandinha Guimarães
Em 12.11.00
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