A Mãe Nossa de Todos os Dias.
Ricardo Oliveira
Não é a minha, nem a sua e nem é a deles, a Mãe de todas as Mães! É a Terra... Gaia...
Terra Mãe! Natureza de todas as mulheres, de todos os homens... Frutos de um mesmo ventre que embalou, em si mesmo, a Vida.
Terra que estremece, que esfria, que esquenta e quando anoitece, nos embala e acaricia.
Nela nasceu a primeira mulher, a segunda, a terceira, até que, a derradeira mãe. A Mãe Nossa de Todos os Dias. Que correu menina, que sonhou... Que vivendo, aprendeu a viver e amou.
Hoje olho minha mãe, valente, que ainda luta. Que lutou sempre. Agora, beirando os oitenta.
Sempre, aos meus olhos, com o mesmo rosto e mesmo zelo, atenta aos reclamos dos filhos e de todos. Pudéssemos olhá-la com este olhar, todos os seus dias.
Olho a mãe que não vi envelhecer. Que não vi cansar senão em vigílias por quem ficou pelo caminho. E, tenho que sorrir, agradecido.
Assim como a Mãe Terra, aos nossos olhos, passa distraída, os dias passam céleres e a Mãe Nossa de Todos os Dias fica, aos pedacinhos, uns prá cá e outros prá lá, divididos entre tantos filhos, netos, bisnetos e carinhos.
De vez em quando, vejo minha mãe falando de si mesma, menina... Falando de sua mãe, de sua avó e tias e de brincadeiras de meninas. Ciclos eternos de nossos dias.
Que cada mulher, cada moça, cada menina, ainda que num único dia, possa perceber e receber o nosso olhar reconhecido de filhos, de companheiros... Como parceiros de todos os dias. Aquele olhar agradecido de sentir, de perto, o que significa Ser e Estar.
Quero assim os meus dias. Uma confusão terna e eterna de todas as mães. Que seja mais forte, que a lembrança, a realização dos meus dias.
Que assim sejam todos os dias de nossa Mãe Terra e das Mães Nossas de Todos os Dias!
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