EM NOME DA DEMOCRACIA
Maria Hilda de J. Alão.
Por nossas indigestas escolhas
Sofre o bom e prospera o mau,
Morrem na terra os infantes
Pelas farpas da imensa fome
Que seus tenros corpos consome,
Só porque alguns homens não querem
Conjugar os pequeninos verbos:
Amar e repartir com justiça
A riqueza que o trabalho produz
Entre os povos em desenvolvimento,
De quem exaurem a última gota
De sangue explorando os recursos
Para torná-los mais e mais poderosos,
Deixando para trás o caos,
Nações destruídas sem piedade
Em nome da tal de democracia.
Dama cruel de discurso enganoso,
Solta um pé, mas prende o outro,
Num falso gesto de liberdade
É tão cruel quanto a escravidão...
17/11/04.
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