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Discursos-->Futura Sede do Inferno -- 03/07/2002 - 11:56 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MUNDO ESTÁ EM OBRAS
(Domingos Oliveira Medeiros)


O mundo está em obras. Há obras e serviços de engenharia por todos os cantos do planeta. E obras e serviços de engenharia política. Em alguns lugares, como no Afeganistão, por exemplo, prédios e cavernas são bombardeados pelos americanos. Na Faixa de Gaza não é diferente. Palestinos, envoltos em dinamites, implodem construções e matam pessoas. Israelenses bombardeiam prédios comerciais, igrejas e escolas. A destruição antecede a perspectiva, não muito convincente, de que a paz retorne ao canteiro de obras da humanidade para que se inicie a reconstrução.

Na França, o povo, no primeiro turno das eleições, acabou ficando entre construir uma ponte sobre o rio Sena, mantendo o curso normal da esquerda para a direita, optando pela permanência de Jacques Chirac, ou invertendo o curso das águas na direção de sua cabeceira. Correu-se o risco de o rio transbordar pelas águas violentas da ultradireita, com conseqüências imprevisíveis para a França, toda a Europa, e até para o resto do mundo. Felizmente, o candidato da Frente Nacional, Le Pen., não saiu vitorioso no segundo turno. Venceu o bom senso.

Na Argentina, o povo continua batendo panelas vazias pelas ruas, em protesto pela indisponibilidade de moeda nos bancos, pela falta de comida e pela ausência de perspectivas. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional nada promete. Pelo menos até que nossos vizinhos não fizerem o “dever de casa”. Ajustar, ainda mais, a economia. Reduzir, ainda mais, o desemprego. Ou seja: parar de crescer e, ao mesmo tempo, não se descuidar do pagamento dos juros da dívida. O FMI está agindo como se fosse o próprio Mister M. Aquele americano que faz mágicas e mostrando como é fácil enganar os outros.

No Brasil, os candidatos à presidência da República ainda estão em fase de recuperação da cirurgia plástica a que se submeteram. Estão irreconhecíveis. Com o rosto inchado. Ninguém consegue identificar quem é quem. O ditado “dize-me com quem andas que eu te direi quem és”, neste caso não está dando certo. Pois é grande a confusão de namoros e de uniões inusitadas. Gente que não tem nada a ver uma com a outra, acenam para morar juntas, dividindo o mesmo colchão e prometendo muita fidelidade.

E os jornais continuam anunciando. Lula defende a elevação do Imposto de Renda. Governo amplia para cinco por cento a meta de inflação. José Rainha do MST é preso com arma militar e sem porte de arma. Nada a ver com a Reforma Agrária. Crise na Argentina contamina o Uruguai. Cresce o número de feridos à bala no Rio de Janeiro. Aumenta os casos de seqüestros em São Paulo. BNDES prevê risco no apoio financeiro à Rede Globo. Papa anda preocupado com a pederastia entre os religiosos. O celibato volta às mesas de discussão. E a história do bicho papão contra Lula se repete. É preciso unir o PMDB. O risco Brasil está na mãos de boatos. Fim de privilégio divide Deputados. Petista promete governo de diálogo e defende a entrada de capital externo para investimentos. Serra permanece em silêncio sobre a história dos quinze milhões. Domingão do Faustão promete novidades. A turma do Big Brother estará toda por lá. Continuam as guerras e as mortes entre as nações africanas. Crianças continuam morrendo de fome. Os Estados Unidos ameaçam, novamente, invadir o Iraque. Os estrangeiros continuam invadindo a Amazônia. Presidente do Banco Central, com quase oito anos de governo, diz que o Brasil ainda precisa de mais dois anos para sair da faixa de risco. Presidente recebe pentacampeões e tenta fazer um gol de placa. De novidade, mesmo, nada. Só as eleições que, tudo indica, também não vai dar em nada. E assim, neste campeonato de natação, todos teremos o que fazer: nada.

Só há um jeito. O mundo precisa fechar para Balanço Geral. Enquanto isso, coloquemos em sua volta um imenso tapume com os dizeres: CUIDADO.HOMENS TRABALHANDO. ESTAMOS EM OBRAS. FUTURA SEDE DO INFERNO.


DOM.



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