Como são belos os olhos da saudade...
Novelos de lã,
cadeira de balanço,
vidas sem afã.
A tarde, a manhã.
Como são belos os olhos da saudade...
Minha avó, seus cabelos negros, lisos,
nos quais meus dedos gostavam de passear.
Dormir, acordar.
Roupas no varal, dias sem fim.
Pura luz na casa e na memória.
Não correm lágrimas dos belos olhos da saudade. Neles vejo alegria e verdade.
Através deles recebo sempre a visita de um tempo em que meu coração jurava ser eternidade...
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