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Poesias-->Terra do nada -- 17/11/2004 - 13:08 (Bruno Rezende Palmieri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bruno Ropf





Na terra do nada as mulheres dão à luz nas praças, mas não há dor.

Na terra do nada não há fome, também nada há para comer.

Na terra do nada sofrer é rir de alguma piada recém inventada, sem nexo, sem propósito, sem qualquer tipo de lógica.

Na terra do nada o tempo não esmaga os sonhos porque não há tempo.

Na terra do nada não há procura por bem estar, por remédios ou por terapias alternativas.

Na terra do nada a economia é muda, mas não muda o modo de ser nem dos protozoários nem das pessoas que preferem discutir amenidades.

Na terra do nada a política é vista como prática suspeita e, por isso, as guerras e cárceres há muito deixaram de existir...

Na terra do nada tanto faz afirmar como negar, aprender e esquecer, ninguém se ocupa de formular pesadas indagações existenciais do tipo: o que é o bem, o mal, o ser humano e outras tantas...

Na terra do nada todos são atores trágicos, dramáticos,cômicos, sem contudo saber que o são.

Na terra do nada não há órfãos, leis, regras,

semáforos, veículos e os pássaros dialogam livremente sem ser importunados.

Na terra do nada não sobra espaço para utopias e promessas.

Na terra do nada é probido falar de coisas das quais não se tem conhecimento.

Na terra do nada a poesia é a vida, é a única forma possível de existência pacífica.

Na terra do nada cada um pode trabalhar para dividir o pão de cada dia.

Na terra do nada muitas palavras estão em desuso, nas escolas não se prepara o futuro e o presente é a lição cotidiana.

Na terra do tudo, sua grande rival, seus habitantes aprendem desde a infância que o povo da terra do nada é alienado, vagabundo e não

se importa com o progresso.

Na terra do tudo todos se exercitam, seguem dietas, vão às academias,

tomam antidepressivos.

Riem do que não tem nenhuma graça, usam ternos cinzentos, dão conferências,propõem soluções, aplaudem seus bons resultados.

Acreditam que um dia todos serão recompensados por seus esforços e poderão comprar uma bela casa à beira mar.

Na terra do tudo risos abobalhados, discursos vazios, furtos e assassínios civilizados são expressões de genuína felicidade...

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