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Cartas-->PARECE BRINCADEIRA DE 1 DE ABRIL, MAS NÃO É....... -- 01/04/2003 - 18:29 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O vazamento de um reservatório de produtos tóxicos da Fábrica Cataguases de Papel, em Cataguases (MG), causou uma poluição sem precedentes no Rio Pomba, num trecho de 100 quilômetros até a foz, no Rio Paraíba do Sul, na localidade de Portela, em Itaocara. O acidente ecológico deixou sem água 78 mil moradores de quatro cidades e um distrito do Noroeste Fluminense e ameaça outras três da Região Norte, caso a contaminação atinja o Paraíba do Sul.


Foi despejado 1,2 milhão de metros cúbicos de produtos tóxicos – enxofre, soda cáustica, liquinina, sulfeto de sódio, hipoclorito de cálcio e antraquinona – que ficavam armazenados num tanque de 450 metros de comprimento, 200 metros de largura e 18 metros de profundidade. O reservatório fica no sítio Boa Vista do Cágado, na Fazenda Bom Destino, de um dos sócios da empresa. O produto é usado para branquear papel.


Na noite de sábado, a Cedae interrompeu o abastecimento a Santo Antônio de Pádua, Miracema e Aperibé. Hoje, por precaução, em Cambuci, banhada pelo Rio Paraíba, e a localidade de Portela, em Itaocara, também tiveram o fornecimento cortado. Hospitais e postos de saúde estão recebendo água de caminhões-pipa da Defesa Civil e das prefeituras. São Fidélis, Campos e São João da Barra correm risco, se a contaminação atingir o Rio Paraíba. Pádua e Aperibé decretaram situação de emergência.


Água ficou escura e com muita espuma


Além de deixar a água com coloração negra e com muita espuma, os produtos mataram cardumes de bagre, piau, lambari, carpas e cascudo. Moradores contaram ter visto cavalos e bois mortos no rio, depois de beberem a água do rio. Populações das cidades atingidas não podem usar a água para nada.


O prefeito de Pádua, Luiz Fernando Nando Padilha, se reuniu com o vice-governador e secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Paulo Conde, o secretário de Segurança Pública, Josias Quintal, e a presidente da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), Isaura Fraga. A primeira análise indicou toxidade maior do que o esperado. O resultado definitivo sairá em 48 horas.



Paraíba do Sul pode ser afetado
Um laboratório móvel da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) monitora a qualidade da água do Rio Paraíba do Sul a cada 15 minutos em Cambuci. Até a noite de ontem, os produtos tóxicos que contaminaram as águas do Rio Pomba não haviam chegado à cidade.

A vigilância é essencial para definir a manutenção ou não do abastecimento em São Fidélis, Campos e São João da Barra, cidades banhadas e abastecidas pelo Rio Paraíba do Sul, que recebe em Itaocara as águas do Pomba.


Responsáveis pelo abastecimento nessas cidades, a Cedae e a empresa Águas do Paraíba não acreditam que os produtos tóxicos comprometam o abastecimento. A opinião é compartilhada pelo secretário de Meio Ambiente de Campos, Zacarias Albuquerque: “Nossa expectativa é que o rio tenha poder de autodepuração dos produtos. Não vemos risco de desabastecimento”. (Colaborou Taís Gaspar)



Moradores recorrem a minas e poços
Donos do Bar Canto do Rio, no bairro Tavares, em Santo Antônio de Pádua, Maria Áurea Ferreira Zuniga, 57 anos, e o marido Ricardo Zuniga Rago, conhecido como Henrique, 58, não puderam servir o almoço aos fregueses. “Além de faltar peixe, o pouco de água que ccnseguimos veio de uma mina do sítio do seu Osvaldo Souza, na Divinéia. Mas não deu para preparar todos os alimentos normalmente", reclamou Maria Áurea.

Pegos de surpresa, moradores de Santo Antônio de Pádua enfrentaram vários problemas em busca de água. Bastou um carro-pipa da Defesa Civil estacionar em frente ao Colégio Estadual Almirante Barão de Tefé, no Centro, para vários moradores aparecerem com baldes e garrafas plásticas. Maria Auxiliadora Camargo, 38 anos, disse que está usando água da piscina de uma vizinha nos serviços domésticos. “Mas não dá para cozinhar. Lá em casa, o almoço está sendo na base do miojo, que é instatâneo e gasta menos água”, comentou.


Em outro bairro, Divinéia, próximo do Parque de Exposições, um grupo de mulheres e crianças carregava em bicicletas garrafões com água conseguida no poço da casa de uma vizinha. A prefeitura de Pádua decretou ponto facultativo e as escolas não funcionaram.



Governo de Minas interdita empresa
A Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais determinou ontem a interdição da indústria Cataguases Papel, responsável pelo vazamento. De acordo com a secretaria, a empresa funciona de forma irregular. Em nota, a secretaria informou que a Indústria Cataguases de Papel está desde 1995 sem a Licença de Operação (LO) e pode ser multada em até R$ 74 mil.


Perigo
Dos produtos despejados no Rio Pomba, a andraquinona ou hidroquinona é a que mais preocupa, por ser cancerígena. A liguinina tem alta carga orgânica e pode levar décadas para se diluir. Já o hipoclorido de cálcio, a soda cáustica e o enxofre alteram a acidez do ambiente e podem matar peixes e plantas.

O sulfeto de sódio é um ácido que produz forte odor, semelhante ao de ovo podre, e pode liberar gás, que, em lugar fechado, mata. Depedendo da quantidade, os produtos podem contaminar áreas ribeirinhas tornando-as inférteis por muitos anos.
..............

jornal o dia 01-04-03

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