POR QUÊ ?
Roberto Corrêa
Flores e mais flores,
Flores de cemitério.
Céu azul, sol,
Brisa forte e refrescante.
Por quê a depressão,
A angústia,
Nesta manhã tão linda,
Onde ao invés de praia,
Areia, ondas e mar,
Nós deparamos com túmulos quadrados,
Tristeza absorvente,
Pensamentos melancólicos ?
Por quê, claramente,
Não encontramos as razões de viver ?
E o próprio passado traz doridas lembranças
Que jamais quereríamos se repitam ?
Por quê não damos de frente com a ventura,
Por quê não espantamos o mal num só instante
E encarando a indiferente natureza,
Passamos a sorrir a vida inteira ?
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