Casos que dão em descaso
desde sempre se consabe
que depende só do prazo
em que cada caso cabe
por mais que a igualdade
da lusa Constituição
proclame a condição
dos cidadães sem reserva
tudo se resume à verba
que uns têm e outros não.
Em breve apreciação
ao nefando ímpio caso
não existe explicação
prós cinco-anos de atraso
que o processo no ocaso
entre escutas aos milhões
revela que as certidões
do poder judicial
certificam afinal
a justiça de aldrabões.
Às doutas confirmações
para ninguém duvidar
surgem as maquinações
de um caso pra gagalhar
e ao sério até jogar
para ver quem ri primeiro
entre o ramo de loureiro
e os salgadinhos da costa
que o povo tanto gosta
mesmo à rasca e sem dinheiro.
Se era falso ou verdadeiro
a polícia inspectora
fez conduzir ao galheiro
os maraus e sobre a hora
inspirada como outrora
ao processo inopinado
chamou-lhe "Apito Dourado",
instrumento de apitar
mas a justiça ao soprar
sentiu que estava furado.
Para verificar o estado
e a qualidade do ouro
uma lenda com morgado
tomou conta do tesouro
levando à tromba do touro
uma vaca que sabia
assobiar à profia
defronte a qualquer apito
pra balir o conflito
das touradas que fazia.
Eis dois casos com valia,
em concorrência leal
no concerto da harmonia,
algo sem par, sem igual
pra honra de Portugal.
que até vai debelar
a crise e enfim encontrar
uma máquina na Europa
que lava-e-seca a suja-roupa,
engoma e volta a sujar.