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Contos-->A VINGANÇA DO MARINHEIRO -- 07/01/2004 - 09:49 (TANCREDO A. P. FILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nas imediações da Praça Mauá, uma região do cais da cidade do Rio de Janeiro. Em um canto de um dos bares do porto, aonde a curiosidade me levara. Dois sulistas com a pele bem tostada pelo sol, um deles trazendo no rosto marcas de envelhecimento precoce, eram amigos de muitas jornadas, dois marinheiros sem dúvida alguma. Sentado perto deles, pude escutar o que conversavam. Eis que um deles contava ao outro:
- Não é possível meu velho que tenhas esquecido a deliciosa madame Ivete Aboise, francesa de nascimento e seu iate banco e dourado, a bordo do qual estávamos, ambos embarcados como marinheiros. Lembras-te, provavelmente : - oh! Sim, deves lembrar-te, qual foi o nosso martírio durante o cruzeiro que fizemos à Jamaica, no verão passado. Cruzeiro tão longo, tão atormentado, que no entanto nos pareceu tão curto.
Ela era muito linda, a pequena madame era tão mimosa, que estávamos ambos apaixonados e loucos – tão loucos, que certo dia tu te batestes com João Miguel, porque ele tinha trazido, antes de ti um pequeno tamborete de vime que ela pedia para apoiar seu pés de fada.
Como conseqüência dessa história, desembarcastes, enquanto eu mais covarde, também mais enfeitiçado, fiquei a bordo do "O Corajoso das marés" , unicamente pelo prazer de ver a patroa de perto, de amar silenciosamente aquela mulher que nos desprezava. Sabes a que ponto ela nos detestava; não esquecestes as palavras duras e fustigantes com que ela recompensava a coragem e passividade que usávamos em servi-la.
Depois da tua partida, ficamos mais dois dias em Santos, – tempo necessário para nos reabastecermos – e já, "O Corajoso das marés" navegava para Angra dos Reis, de onde te escrevi, se bem te lembras.
Isso foi há quatro meses. Depois disto fomos à Itália, foi no decorrer dessa viagem, que se passou o que vou te contar.
Em Nice, o conde d" Orandiville – atendendo a um convite da madame Ivete Amboise – embarcou conosco. Tinham bruscamente resolvido, fazer um cruzeiro pelas costa da Itália; partimos às pressas, à noite, como se fôssemos corsários ou contrabandistas.
Desde os primeiros dias, fosse em alto mar calmo e azul, fosse ancorados nas baias silenciosas, sob a carícia de um quente sol de meio dia, ou na sombra crepuscular das tardes perfumadas, a madame Ivete, desdobrou todas as suas graças, pôs tudo em jogo para fazer-se amar. Era fácil, dirás? Ai de mim, é verdade! Ainda dessa vez a admirável criatura conquistou, sem esforço a vítima escolhida: - o infeliz jovem, conde d" Orandiville, deixou-se prender pelo encanto diabólico.
Ah! Como ela conhecia bem o seu papel de sedutora! As vezes à noite, eu a observava, escondido atras dos rolos dos toldos recolhidos ou no fundo de um escaler; escutava sem escrúpulo; bebia, também eu, sem que ela o suspeitasse, o encanto de suas meigas palavras.
Ela falava docemente – como um passarinho ferido canta o seu doloroso romance – falava deitada na espreguiçadeira, com os olhos cerrados, a garganta opressa, enquanto o conde a seus pés, recolhia com amor suas mentiras deliciosas. Ela falava da sua alma – aquela sem vergonha! - da "sua alma incompreendida e sofredora, sua pobre alma abandonada", que a dúvida e o tédio torturavam... Falava também do seu coração – oh, o seu coração! – seu coração magoado pela existência; ávido de amor e de sofrimentos novos, magoado pela recordações do amores desaparecidos, dos sofrimentos apaziguados... Mais baixo, - queres crer meu amigo? - falava do seu corpo delicado de anjo feminino, seu corpo sedento de ideal e de sensações, possuído pelos demônios. Pouco a pouco, seu queixume tornava-se menos amargo, sua voz enfraquecia e saia dos seu lábios como um alento de doente, enquanto na extremidade dos olhos uma lágrima escorria. Sua mão escorregava até ao homem ajoelhado, ele muito comovido pelas palavras que acabara de ouvir, tomava-a e apertava apaixonadamente.
Eu via os lábios do conde subirem pelo braço nu, pararem da curva do cotovelo, subirem ainda acariciarem o pescoço, por uma série de beijos miúdos, cuja ascensão ou descida chegava, fremente e confusa ao meus ouvidos, colocava a minha carne em delírio e desencadeavam meu ciúme malvado. Sim, ter-me-ia de boa vontade lançado sobre ele, atingindo com um terrível soco em sua boca, ou então, batendo-o na sua cabeça, procurando atingi-lo com um bastão para mata-lo. No entanto, eu me aninhava nas sombras, gozava a minha vingança. Assim que os lábios do conde chegava, impacientes e ousados, ao canto da boca úmida que parecia oferecer-se, madame Ivete levantava-se de um salto, media com um olhar altivo o homem que acabava de ultraja-la, deixava cair um - "Engana-se meu caro!", glacial e terrível, retirando-se para o camarote branco e azul, que lhe servia de quarto.
Surpreendi inúmeras vezes estas cenas, sempre as mesmas, se não mais acentuadas à medida que o cruzeiro se aproximava do fim.
Aquilo tinha de acabar mal: uma noite de tempestade assustadora, passando perto do iate "Strambolic" em chamas, soubemos que o conde tinha desaparecido. Entretanto, eu o vira à noite, antes da tempestade, chorar aos pés de Ivete, toda rosada e quase despida completamente, envolta apenas em uma túnica de seda branca que mal velava sua nudez. Que vãs e últimas súplicas dirigira o desgraçado à enigmática madame Ivete? Que resposta irônica lera em seu olhos cruéis? Aquele sentimental, que fora educado em Roma, jogou-se no mar depois de ter a delicadeza de escrever e deixar bem evidência uma carta na qual declarava sua funesta resolução. Ele se jogou no mar, por entre ondas revoltas, para buscar ai o esquecimento.
Todos nós nos apiedamos. Madame Ivete Amboise, essa não se preocupou tanto. Ao vê-la tranqüila e impassível, eu me exasperava. Senti um ódio feroz rugir no meu coração, expulsar minha rude e comovedora paixão por aquela mulher fingida e sem coração, seria purificar-me. O rancor, o remorso, a cólera acumularam-se em mim; projetos de vingança idiota perseguiram-me obstinadamente. Resolvi que deveria primeiro matar a infame. Mas afastei bem depressa esse projeto do pensamento, achando que a morte seria ainda um castigo doce demais, e até limpo demais, para aquela miserável. Seria vingar o conde de maneira doce, aquela mulher fizera dele um joguete até o fim. Uma espada cravada nela, não seria capaz de fazer-me esquecer os sofrimentos suportados pelo conde, os meus, nem os de todos nós, que ela enlouquecera a bordo do "O Corajoso das marés", o iate branco e dourado.
Uma facada como castigo, fez-me pensar em outra coisa mais significante. Uma noite que vira madame Ivete, com passos errantes, andar pelo tombadilho enervada, seminua, se oferecendo à brisa, sem se importar de nos excitar, como se nós não fossemos homens, como se nós não existíssemos, oferecendo seu seio branco, aos beijos, segui-a sem que ela percebesse, até seu quarto de dormir, cuja porta estava defendida por uma simples cortina, por causa do calor sufocante daquele local. Por trás daquele tecido eu não perdia um único dos seus gestos. Começou por deixar cair a túnica e apareceu então a beleza encantadora do seu pequeno corpo nu. Inútil seria dizer-te que aquela visão, fez meu pesar regredir. Ela se estendeu voluptuosamente entre as almofadas fofas, nas quais seu dedos crispados se cravaram. Aborrecendo-se com a luz, girou o comutador apagando a mesma.
Então me precipitei, deitando-me com ela. Primeiro ela resistiu furiosamente. Mas que poderia fazer entre meu braços robustos?... Mordia-me, arranhava-me, agarrava-se às minhas roupas, debatia-se, contorcia-se como uma serpente, sem soltar um grito, sem deixar um queixume escapar-se da sua garganta anelante. Enquanto minhas rudes mãos, machucavam brutalmente sua carne delicada, quebrando-lhe os pulsos e as pernas, minha boca esmagava e maculava seus lábios tenros, dizia-lhe palavras chulas que não se dizem às prostitutas. Apesar da sua resistência, não tive grande trabalho em possui-la. Gozei como um louco, gritava, urrava, arranhava se corpo, puxava seu cabelos. Pouco depois voltei a tê-la, dessa vez peguei-a por trás, enlaçando seu corpo com um dos braços, acariciando seu seio com a minha mão, com a outra mão alisava seu clitóris. Ela retribuía o meu afeto, sussurrando palavras sem nexo. Retirei a mão da sua frente, pegando em meu falo e encaminhei para seu orifício anal. Ela deu apenas um grito agudo, depois começou a mexer-se lubricamente e pedia para que eu não parasse e não tirasse o membro de dentro dela de forma nenhuma. Eu gozei e ela também, nós dois gozamos juntos, abundantemente. Tornei-a após o ato sexual, um molambo inerte, mas sempre em voz baixa, eu a ultrajava com meus insultos, mais grosseiros de homem bruto e mal educado.
Não achas que era bastante refinada a minha vingança? Que vergonha para a orgulhosa madame do iate, ver-se assim tratada! Que humilhação para ela, que falava da sua alma e do seu coração com tanta psicologia "snobe" e adocicada, com tão doce melancolia na voz, tanto langor estudado no olhos! Que injúria ao orgulho daquela grande vaidosa, cujo desdém perverso quebrava impunemente a vida de seus apaixonados! Ei ! marinheiro que dizes disso?
Oh, sim! Decerto disso eu triunfava. Mas aquele ultraje triplo, repetido à força de jejum exasperado, não me satisfaria na obscuridade vaga; quis que a vítima, maculada pelo estupro, visse a sua vergonha e contemplasse a sua derrota.
Jazia atravessada entre as almofadas, e eu ouvia suspiros que se assemelhavam a estertores. Imaginava a altiva madame quebrada, confusa, desonrada, os olhos cheios de lágrimas amargas. Adivinhava-a, arrasada, vencida e, sobretudo bem punida, três vezes castigada, sob o látego de minhas palavras grosseiras e indecentes.
Então com um sorriso mau nos lábios desdenhosos, fiz o comutador girar e a luz se fez.
Fiquei sem voz, assombrado, estarrecido. A sem vergonha estava deitada de costas, os braços sob a nuca, o corpo arqueado, contorcido sob o efeito da luxuriosa sensação, os olhos revirados, cheios de assombro, a boca entreaberta, ainda úmida de meus beijos, deixando escapar frases confusas, suspiros que traduziam seu reconhecimento. Enquanto eu a fitava decepcionado e furioso, vi seu corpo distender-se com um estremecimento, seu lábios unirem-se em apelo aos meus.
Fugi assombrado!
O poder dela é infernal, voltei ao seu quarto na outra noite e nas outras noites que se seguiram. Depois, em um pesadelo de luxúria, sou amante dela! Queira Deus, que um dia meu velho amigo, não ouças falar de outro drama a bordo do "O Corajoso das marés" !...
- Caramba! - disse o outro.
O homem tinha acabado a sua história; sai daquela taberna, assaltado pela angústia de um desejo que começava a invadir-me. Indaguei a respeito daquela embarcação, de propriedade de madame Ivete Amboise. Encontrei-a ancorada na enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro. Não foi difícil encontrar a dona do iate, cuja descrição eu tinha. Luiz nos apresentou. Só que isto já é outra história.

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