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Contos-->Diálogo -- 07/01/2004 - 00:45 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Viram-se,
e apenas se falaram.
Um ou dois verbos,
Alguns substantivos
e até locuções.
Emoções?
Sim, nas interjeições.
Até logo...!
Uma lágrima
E um tratado sobre
o seu significado.
Era ele um lunático,
hesitante e pusilânime.
Ela um sonho inacabado:
firme mas em frangalhos.
Acharam que serviam um
para o outro.
Tolice, pensa o narrador.
O narrador os vê insistindo
na permanência e torce para o
pior desenlace.
O narrador é frio e, sinceramente,
um nada.
Pensei em dizer idiota, mas
concluí por um nada.
O narrador se contenta com
os não-significados da vida.
O niilismo do narrador é pífio
se comparado à sua fenomenologia:
"não acredito na bondade e boa-vontade
humanas. Sou um utilitarista, e há
casos em que nem o sexo mantém um homem
junto a uma mulher".
Voltemos aos dois e deixemos o narrador.
Quietos, mantêm a cabeça ao chão.
E tudo que lhe disse?
Guardo dentro do meu coração.
Ah... Ainda bem que você ainda os tem
com você.
Tenho e jamais me esquecerei.
O narrador cede ao cinismo.
Brinca consigo mesmo.
O narrador é um canalha.
O narrador é um escroque,
um pústula, um crápula.
Voltemos aos dois:
Há possibilidade de ficarmos
juntos?
Há, desde que você mude.
Que mudança!?
Participe mais da minha vida,
dos meus projetos, dos meus ideais.
Ideais...!? Você ainda tem ideais
neste país?
O narrador se revela.
Desfere o golpe capital.
Ela é apaixonada pelo Brasil.
O narrador é um anti-patriota,
não sabe uma parte sequer do
hino nacional.
Não torce pela seleção.
Não comemora o sete de setembro.
Não sabe quem foi o Duque de Caxias.
Voltemos aos dois:
Tenho. Tenho fé na melhora.
Mas e a conjuntura internacional?!
Somos periféricos, dominados,
e continuaremos enquanto
não houver mudanças estruturais.
O narrador conhece o Consenso
de Washington, mas mesmo
assim encena esse diálogo.
Ele é um verdadeiro idiota,
mesmo.
Voltemos aos dois.
E o Fome Zero, o Bolsa
Escola, o Vale Gás,
As Reformas?
As Reformas não reformam,
e os programas são meramente
assistencialistas.
Meu Deus! E como é que se
dá jeito nesta merda!
O narrador dá voltas,
mas sabe bem o que quer.
Divertir-se.
Sim, apenas divertir-se,
e usa a situação do Brasil
para ora aproximar, ora
afastar duas pessoas.
Voltemos aos dois:
O jeito é distribuir renda
com reformas que garantam
o reaparelhamento do Estado.
Só falta você falar em planificação
e chamar o Delfin Neto.
Planificação só a tabelinha
que eu fazia quando estava com você.
Não há a Governança Progressista?
O que é isso?
O novo nome da Terceira Via.
Por que você não me dá uma terceira
chance?
Eu mudo, desde que você aceite seus erros.
Que erros?
Esse ufanismo inservível.
O narrador coloca palavras duras
na boca dele.
Ela é sensível, meiga, atenciosa,
sincera e verdadeira.
Voltemos aos dois:
Não. Até logo.
O narrador se cala.
o narrador chora um pouco.
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