Sou matuto da labuta
Que trago os calo nas mão
Boto sumente na cova
Pra fazê a prantação.
Sou o cientista nato
Que véve no mei do mato
Nas brenhas do meu sertão.
A noitinha risca no céu
Deceno na terra o ralampo
Alumiano a noite iscura
Pra ajudá os pirilampo
É siná de mutia fartura.
Brigadu Pai das artura
Qui nóis já vai pro campo.
Quando vem chuva das água
Qui o truvão faz zuadêra
Eu boto o mi na cova
Tiro o pito da gibêra
Vô pitá mutio contente
Por saber qui mia gente
Vai comê mi na foguêra.
Cun a fé qui têio em Deuso
E no meu Santin Son Jusé
A noite tem ladainha
Pra agradecê cun mutia fé
As chuva qui já xegô
Qui toda lavôra môio
Os mi e os pé de café.
A zarma do lavradô
É as chuva qui vem do céu
Qui móia e qui fais lama
Pros crente e pros incréu
Cum os milagre das sumente
O sertanejo vévi contente
E num vaga pur aí ao léu.