Usina de Letras

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Quando fecho meus olhos e recuo

Sobre as mesmas peugadas que marquei

Para chegar ao sítio aonde agora estou

Ao deparar-se-me a alameda do futuro

Que um dia feliz contigo atravessei

Vejo que de nós tudo se apagou

Até o luar que nos iluminou

Na inquebrantável aliança da promessa

Já não exprime do céu o esplendor

Do momento que nos enlaçou

No leito das horas que sem pressa

Em sono nos tomou suados de amor

A brisa matinal plena de frescor

Embora nos tocasse docemente

Brincando ao redor de nossos pés

Despertou-nos e logo o temor

Da realidade omnipresente

Nos sobressaltou de lés a lés

Assim que proferiste... Oh... Tu és...

Talvez influenciado pela canção

Que a moda impunha e bem cumpri

Quando caminhávamos ao invés

Por me julgar em pecado sem perdão

Eu disse... Não sou digno de ti

Após quase meio-século e por ali

Sempre que escuto o antigo tema

E me atrevo pelo sonho mais além

Surge a sensação que então senti

A interrogar-me à porta do poema

Se serei ou não digno de alguém...

Torre da Guia = Portus Calle

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