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cronicas-->Frango ao pó -- 21/08/2000 - 18:46 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há mais de dez anos acompanho na entrada da QI 27 uma banca do que em casa convencionamos chamar de frango ao pó. Trata-se de um comerciante de frango assado que se vale de uma churrasqueira feita com um tonel velho, cortado ao meio. São ótimas estas churrasqueiras. Eu já tive uma cortada junto com Chico. A cada um coube uma banda e nenhuma delas era podre.

Ocorre que, a despeito dos cuidados higiênicos próprios do pessoal que vende na rua coisas de se comer, há o pó. Muito pó. Refiro-me ao pó da rua, levantado a cada passagem de automóvel, ou distribuído pelos caminhões de material de construção. Na época da chuva há também o barro, mas não creio que os frangos sejam atingidos diretamente. Vale dizer que não há qualquer privilégio do comerciante da QI 27. Vende-se frango ao pó em muitos locais da cidade, variando a espessura da cobertura e a composição do pó. Há para todos os gostos.

Sempre quis conferir a cobertura dos frangos. Imagino que haja uma tênue camada de pó, assim como se fora um "dorê", junto com a casca crocante típica dos frangos bem assados. Com todo este tempo de permanência no ponto e com volumes crescentes, só posso concluir que o gosto é bom e que não deve causar dano significativo à saúde.

A quantidade vendida, claramente aumentou muito nos últimos tempos e digo isto por observar as pilhas de frangos assados disponíveis na churrasqueira. Mas algo vem me intrigando todos estes anos. Ocorre que eu já passei ali em diferentes horários, com sol, com chuva, com pó, com lama (pouca é verdade), tempo nublado ou sol a pino e sempre observo as quantidades disponíveis. Perto do meio dia há muito e por volta de três ou quatro da tarde há muito pouco, quase nada. Pra mim isto demonstra que houve venda.

Pois se tanto vende e durante tanto tempo, porque, em todos estes anos e passagens pela esquina, jamais vi um único comprador. Às vezes enxergo um e outro ali por perto, mas a mim parecem auxiliares do assador. Nunca vi alguém com um prato ou uma sacola onde acondicionar a compra. Tampouco jamais via alguém comendo no local. Será que o público tem vergonha e disfarça quando alguém passa, com medo de algum cronista iniciante? Duvido. Não há motivo para isto.

Algo parecido se dá com as casquinhas vendidas no sinal do Gilberto Salomão, mas esta é outra história.

Mistério!


Escrito em 27.07.2000
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