Hei, querida! Lembra-se desta singela canção? Fiz quando tinha meus 16, por aí. Você estava em outro lugar, outra cidade, brincando de boneca com seus 9. Os 7 sempre nos deram sinais significativos, em idades, épocas ou períodos de transformações na vida. Apesar de estarmos separados, já nos conhecíamos, não? Classicamente, claro que não. Hoje, porém, sabemos que isso já vinha de longa data. Não nos era permitido conhecer, então. Gostava de um violão, mais para acompanhar. Um dia sentei-me na varanda da casa de meus pais e, pensando em você, fiz esta canção. Fluiu a energia pelos ares e, com certeza, chegou até seu coração sem eu saber. Aquele que a gente alcança mas não vê, sempre foi nossa meta. Por isso, cantei. Distorcemos muitas vezes esse objetivo, um tanto quanto inconscientes que éramos. Buscamos o misterioso da forma que mais nos ensinaram quando crianças. Valeu muito para aqueles tempos e aprendemos a conhecer algumas sendas importantes. E eis que depois de tempos e mais tempos lineares, nos encontramos de novo. Na verdade, nas dobras do tempo, pouca coisa se passou, mas quem é que dá ouvido a isso? Nós, agora, os loucos, não é querida? Quão felizes somos, sendo loucos... Somos os mesmos, mas ao mesmo tempo somos totalmente outros. É paradoxal, mas faz parte da irreversibilidade dos processos naturais. É como Heráclito que dizia que ninguém pisa no mesmo rio duas vezes, frase absurda para os jurássicos determinísticos. Graças à Teoria do Caos, hoje sabemos que quanto mais novos somos, mais longe do equilíbrio estamos, menos as memórias do passado nos afetam e mais vida em plenitude experimentamos. Mas essa vida não é redutível e, portanto, não existe para os racionais dissecadores dos elementos naturais. Então, entre na frequência da canção renovada que aí vai.
Só Você
Eu passo a vida sorrindo
Sorrindo eu passo cantando
Cantando é que eu vou amando
Só você, só você
Eu passo a vida cantando
Cantando eu passo sorrindo
Sorrindo é que eu vou amando
Só você, só você
Você aqui na lembrança
É quem me traz esperança
Prá Aquele que a gente alcança
Mas não vê, mas não vê
Prá Aquele que a gente alcança (bis)
Mas não vê, mas não vê
Só você, só você
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