SOBRE TI
Sobre ti hão de, sempre, passear,
Nas carícias, de ardor mais plenas,
Minhas mãos, tranqüilas, serenas,
Celebrando o teu doce despertar.
Porque todo novo dia é o ensejo
A que, entre nós dois se renove,
Num palpitar sem fim, que comove,
Nosso ardente e infinito desejo.
Sobre teu corpo, o meu amor,
Espalhando-se qual fora um mar,
Todo o espaço tende a tomar,
Envolvendo-te em meu calor.
Sobre ti, ao longo da madrugada,
Hei de derramar toda a ternura,
Em sua essência mais pura,
Até o romper da alvorada.
Hão de confundir-se a noite e o dia,
No meu amor sobre ti estendido,
Já que o tempo não faz sentido,
Quando a chama da paixão nos inebria.
Sobre ti, eu escrevo a minha poesia,
Assim como, também, compões a tua,
Sob a prateada luz da inspiradora lua,
Corpos e almas em perfeita sintonia.
|