Ermo abrigo
Esqueço-me de teus pormenores,
e te envolvo com arbítrio,
atiro-me em ti aos gritos,
e me lanço ao infinito.
Exalto tuas delicadezas,
e como que por acaso,
recolho-me ao ocaso,
diante de teu descaso.
Busco-me em teus versos,
e me perco em tua inspiração,
não me encontro em teu peito,
não toco em tuas mãos.
Revolvo-me na cama,
e me debato no chão.
Eu me entrego e me perco,
e volto pra ti...
perene solidão!
Aperte-me o peito,
sufoca-me a alma!
Percebas em mim,
que é por ti,
que me esgoto assim!
Eterno duelo sem fim...
eu, o ermo, e a noite!
Mais ninguém em mim.
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