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À meia-noite e meia alguém se foi um dia...
o amigo querido, um amor insistente,
o anjo de guarda da infância da gente.
Avança pela bruma
o que viveu paixão pungente.
Onde chegam os que partem
nos vagões da noite quente?
A flor que Divina recolheu do vaso
voa, etérea, pelo espaço.
A pequena suéter da escola
- ei-la na região mais gélida
do velho Atlas!...
cuja capa desbotou,
margarida desfolhou,
o agasalho desfiou,
paixão já perdeu ardor,
longe o trem descarrilou...
Sente, sente!...
A madrugada está tão triste, meu amor!
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