Uma brincadeira comum é a de imaginar quem se levaria para uma ilha deserta. Calma, não vá falando logo na Vera Fisher e seus novos e inflados peitos ou nesta ou aquela morena ou ainda no Matteo ou no Paulo Zulu. Sossegue que a questão aqui é outra.
A brincadeira que proponho é de que cada um escolha quem levar para uma ilha deserta e lá deixar. Você vem de volta e ele, ou ela, fica. Mais que isto, imaginar como estaria a ilha um ano depois.
Vamos lá, não deixe de participar. Prefeitos, governadores, presidentes em geral e chefes são candidatos de ofício, embora nem todos mereçam. Sogra não vale, é muito óbvio e nem todas merecem, se bem que têm algumas que. Bem, felizmente não é meu caso. Há situações mais simples, mas que resolveriam problemas do dia a dia. Algum vizinho barulhento, tias fuxiqueiras, colegas menos oportunos. Vamos lá, mas lembre. Apenas um.
Definida a pessoa convidada, passa-se para a segunda parte. Imaginar como estaria a ilha algum tempo depois. Eu sei que esta parte é mais difícil o que, convenhamos, torna a brincadeira muito mais interessante. Vou dar alguns exemplos óbvios, só para ilustrar como seria. Dr. Paulo, por exemplo. Se ficasse numa ilha deserta por um ano, asfaltaria toda a ilha, com financiamentos obtidos junto ao Clube de Paris e uma pequena comissão. Digo se ficasse, porque, naturalmente, Dr. Paulo jamais ficaria tanto tempo isolado numa ilha. Muito antes do prazo teria feito um túnel que o reconduzisse ao continente. Naturalmente, todos sabem, os túneis aumentaram demais nos últimos tempos, e o preço seria algo como o dobro do Eurotúnel. Eu ia comentar que o Pitta deixaria a ilha sem nenhum lixo, mas isto é muito sem imaginação. Há inúmeros exemplos, mas estou certo de que todos compreenderam.
Então? Não é tão difícil assim. Analise a pessoa e observe suas características mais marcantes e traduza isto em fatos que ocorram na ilha.
Não, não, Dr. Lalau não vale. Ao que se saiba ele já está em alguma ilha há um bom tempo. Mas não deve estar sozinho.
Escrito em 26.07.2000
Publicado na Crónica do Fauth em 07.08.2000 (http://planeta.terra.com.br/arte/fauth/) |
