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Poesias-->Cheiro de terra molhada -- 20/10/2004 - 21:11 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


CHEIRO DE TERRA MOLHADA

(Por Domingos Oliveira Medeiros)





Na Região Centro-Oeste

De agosto até setembro

A seca se faz presente

Termina lá pra dezembro

Quando começa a chover

E o verde a renascer

No começo de novembro



Quando cantam as cigarras

O sol quente vai embora

Um pingo d’água aparece

A chuva não se demora

Umidade se levanta

Melhora a dor na garganta

Todo mundo comemora



A paisagem se transforma

Ipês roxos, aquarelas

No colorido das flores

Realçam as amarelas

Nossas almas se levantam

Nossas vidas se encantam

Debruçadas nas janelas



Ou andando pelas ruas

De braços co’a natureza

É tempo de esperança

Da cor do verde certeza

Da bandeira do Brasil

No imenso céu de anil

Não há clima pra tristeza



Assim sãos os menestréis

Que possuem a alquimia

De tudo poder transformar

Mudar o clima do dia

Do povo desenganado

Por ter sempre acreditado

Na aposta que fazia



Uma coisa é ser poeta

Outra coisa é fantasia

Divulgar pela imprensa

Tanta falsa melhoria

É mentir com veemência

Afirmar com insistÊncia

Anda bem a economia



Por conta d’ uma pesquisa

Num tempo determinado

Não há metodologia

Que garanta o resultado

Diante de tantos fatos

De denúncias e relatos

Muito pouco investigado



A conclusão é serena:

A mentira repetida

Por muitas e muitas vezes

Acaba sendo entendida

Por verdade verdadeira

Da população inteira

Que fica sendo iludida



Com a notícia do jornal

Dessa falsa melhoria

Na onda do otimismo

Da meteorologia

Que faz sua previsão

Com ventos de opinião

Colhidos no dia-a-dia



Após rajadas de vento

De intensa comunicação

O céu mudou pra azul

O inverno virou verão

O efeito propaganda

Molhou toda a varanda

A manchete sensação



O milagre econômico

Enfim, choveu no molhado

E o nosso presidente

Volta a ser considerado

O estadista do ano

Sou brasileiro, me ufano

Mas estou preocupado



Com a onda de otimismo

Que apareceu de repente

Deu em todos os jornais

O Brasil andou pra frente

Muita popularidade

Inverteu-se a verdade

Nada mudou, presidente



A não ser o investimento

Em propagada enganosa

Que derrubou a descrença

Na sua rima e na prosa

Nem mudará pelo jeito

Pois continua o defeito

Seu óculos cor-de-rosa



Procure um oculista

Talvez seja catarata

Ou , quem sabe, vista grossa

Ou excesso de cascata

Crescimento sustentado

Pela mídia agasalhado

Tudo isso é bravata



O frio não foi embora

O inverno continua

O povo desempregado

Anda solto pela rua

A violência persiste

A pobreza mais insiste

Não há mudança de lua



As promessas foram feitas

Nem sequer foram cumpridas

Nossa dívida é maior

Não há portas de saídas

Metáfora não é poesia

Acaba no outro dia

Voltam todas as feridas



Queria que fosse verdade

O sonho desse momento

Mas não tenho guarda-chuvas

Ando solto pelo vento

Posso pedir emprestado

A qualquer aposentado

A receita do crescimento



Pergunte ao trabalhador

Que teve o salário aumentado

Em cerca de vinte reais

Se ele foi pesquisado

Consulte o magistério

Defunto no cemitério

E militar reformado



Oficial graduado

E servente de pedreiro

De galocha ou de botina

Só não vale marqueteiro

Dono de banca de bicho

Quem tem preso o rabicho

Investidor estrangeiro



Garanto, dessa maneira,

Mudar esse sol quadrado

Todo clima de bom tempo

Virou dia bem gelado

Com o jornal na cabeça

Que a chuva desapareça

Clama, o povo molhado



11 de agosto de 2004





































































































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