Poema, à moda popular, cantando a saga da Classe Média, imprensada entre a massa de excluídos e os donos do poder e do capital financeiro.
O Bolsa-Família do Governo
é uma sem graça comédia,
é uma Bolsa costurada
com o couro da Classe Média.
A Classe Média paga a conta
do cruel ajuste fiscal,
do seu bolso sai a grana
que enriquece o Capital.
Com imposto e previdência
descontados do salário,
a Classe Média garante
o Superávit Primário.
O Superávir entretanto
não fica para o país,
é entregue ao banqueiro,
este é que é feliz.
Essa é a dura verdade
com o sabor de tragédia,
o Capital cresce na Bolsa
com o couro da Classe Média.
A Classe Média está
de lombo anestesiado,
nem sente doer o couro
cortado, curtido, queimado.
Como outras espécimes,
é Classe em extinção,
só o pobre e o super-rico
é que a tudo resistirão.
Fica o pobre sem comer
e o rico comendo tudo,
nesse clima fatalista
até Deus ficará mudo.
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