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Artigos-->O DILEMA DO CAPITALISMO -- 13/07/2002 - 21:42 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A fisiocracia foi a primeira escola de economia do mundo. Ela surgiu, exatamente, no auge em que se atribuía ao mercantilismo todas as responsabilidades pelo enriquecimento de uma nação. Ou seja, a comercialização da produção com o exterior e, conseqüentemente, a sua canalização de divisas. Os fisiocratas contestaram sob a alegação lúcida e lógica de que somente a terra se constituía na fonte legítima de geração de riquezas. William Peet, uma das maiores expressões dessa escola, ia mais longe, pois, acrescentava como elementos fundamentais o fator terra e, já reconhecia, a força de trabalho, inclusive, chegava a afirmar que “a terra é a mão e o trabalho” dos bens produzidos.

Com o advento da revolução industrial, uma nova ordem econômica era implantada e com ela toda inversão de valores. As invenções e descobertas e, por conseguinte, a substituição manual dos meios-de-produção por meios mecânicos, bem como a introdução da divisão social do trabalho, da ciência da vantagem comparativa no campo das trocas internacionais, das teorias objetivas e subjetivas do valor e do domínio do conhecimento sobre uma “mão invisível” a gerir a economia, entre outras técnicas, transformaram, profundamente, as relações de produção e troca.

Dessa evolução no contexto econômico surgia, então, o capitalismo e com ele a aceleração da desigualdade, da exploração e da degradação humana. O capitalsimo se desenvolvia dentro de uma contradição gritante : de um lado grandes fortunas urgiam nas mãos de poucos; do outro, a pauperização se ampliava sobre a grande massa de trabalhadores.

Montado sobre esses pilares, em nenhum momento da história que se estenderia aos dias de hoje, o sistema econômico capitalista foi capaz de proporcionar o mais breve instante de melhoria no índice de bem-estar – muito pelo contrário.

Para manter o seu ritmo de crescimento, a economia capitalista praticou de início a expropriação da mis-valia; mais tarde, através de uma troca bastante desigual, passou a extorquir a agricultura, levando todos os seus agentes (trabalhadores assalariados e agricultores) a condições insuportáveis. Hoje, grandes nações, as nações poderosas, nações essas recepcionadas, festivamente, sob o cognome de “nações de primeiro mundo”, vêm elas mantendo as suas economias através da extorsão dos trabalhadores do setor privado, dos funcionários públicos e, sobretudo, da rapinagem que se dá sobre pequenas nações.

Entretanto, no que pese todas essas espoliações, nem por isso foi possível deter o avanço das crises do sistema. Isso porque, como está explicitado nos ensinamento de Marx, as crises do capitalismo existem pelo fato de que “a composição orgânica do capital cresce, em termos relativos, com mais rapidez que a taxa de mais-valia”.Trocando em miúdos, isso quer dizer que à medida em que o animal cresce, cresce também, o seu estômago, necessitando, portanto, sempre e sempre de mais alimento. Se ontem se fazia necessária a apropriação da mais-valia, , deixando ao operário como pagamento pela sua força de trabalho, apenas as condições vitais à produção de bens e a sua própria reprodução, já hoje não resta a esse trabalhador uma remuneração capaz de proporcionar, pela sua alimentação, a reposição das energias perdidas no processo de produção.

Idêntica situação se verifica com os pequenos produtores rurais. Empobrecidos pelo massacre de uma troca desigual e pela desorganização que redundou nesse massacre, são eles coagidos a operar no vermelho. A pequena produção agrícola, como empresa, encontra-se em estado de inviabilidade econômica. Até mesmo em países de economia mais desenvolvida como a Alemanha e Inglaterra, p. Ex., ela só está em atividade por conta dos subsídios governamentais. Enquanto isso, o problema é empurrado com a barriga, contando para tal com o apoio da mídia e muito sofisma.

Termos, pois, como modernidade, flexibilização, governabilidade, auto-sustentabilidade, globalização, entre outros, são criados para encobrir os problemas de um sistema econômico falido e que não tem saída. A mortalidade infantil, marginalidade, analfabetismo, principalmente, se considerarmos o que o ensino público tem apresentado, a corrução, desemprego, favelização, etc, são o retrato mais verdadeiro da excrescência do capitalismo, hoje; são os excrementos desse sistema nefasto, sem solução.

No nosso país, o grande sofisma do capitalismo ainda atende por plano real. Todas as atenções continuam voltadas para ele. Embora em nenhum dos países que tenham praticado semelhante plano tenha dado mostra de que deu certo, mesmo assim, muitos acreditam e torcem pelo seu sucesso. Porém, decorridos vários anos, o plano real, a duras penas, se resume à estabilidade dos preços ou mesmo ao seu lento crescimento.Mas, isso não se dá pela elevação da oferta de bens e serviços, e sim, sobretudo, pelo declínio da demanda. Até aqui ele tem se constituído em um verdadeiro massacre, porque esse demanda inelástica se dá sobre o desemprego, a redução dos salários reais e da concentração de renda. Dessa forma não poderia ser diferente.A diminuição de postos de trabalhos no setor privado e a demissão de funcionários públicos, as injustiças sobre os aposentados, as exorbitantes taxas de juro praticadas pelo comércio a criação e a elevação de impostos, tudo isso implica na retração da demanda e, por conseguinte, na forma cruel da estabilidade dos preços.

Atualmente, o governo anunciou o incentivo às pequenas e médias empresas, no sentido de desenvolverem estas a produção de bens exportáveis. Isso posto, resultará na geração de emprego, elevação da renda e, conseqüentemente, em inflação, haja vista a elevação da demanda interna sem a devida contrapartida da elevação da oferta, que é imprescindível ao equilíbrio de preços de mercado.

O que fazer, então? Certamente, diante de mais esse dilema, o governo vai ter que se virar com mais um pacotinho, forjar mais uma estatística(não como aquela das dentaduras que acabou por cair no ridículo), ou mesmo sofisticar mais algumas dezenas de termos de impacto capazes de manterem acesas as chamas da esperança e da ingenuidade do nosso povo.

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