SERENO ABRIGO
Muitos, debalde, buscam a felicidade,
Sem que saibam, ao certo, o que ela seja,
Queixam-se de que a sorte não os bafeja,
São vítimas da solidão e da saudade...
Quem quer que, por um acaso, tal quadro veja,
Há de compreender que, na realidade,
Toda a cruel tristeza que os invade
Surge de não ter, cada um, o que almeja...
A uns, porém, parece simples ser feliz,
Como se dá com este teu humilde vate,
Que, no teu amor, encontrou sereno abrigo,
Fez-se detentor da paz, que só tem contigo,
Alcançou, na vida, paixão de grão quilate,
A dar-lhe o puro prazer que sempre quis.
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