O gato do mato (o povo)
Deu seu miado de guerra
Que os ratos todos assustaram
E muitos se caíram por terra
E no bueiro da capital
Aquele rato infernal
Esconderam-se numa serra.
Uns subiram no palanque
E se desculparam com o povo
Só que deixaram pra depois
E em fevereiro vem de novo.
Fizeram sua discussão
Entenderam que o povão
Para eles foi um estorvo.
E com raiva do gato
Pelo povo representado
Vingaram aprovando
Um mínimo todo minguado
E cada um foi pro seu bueiro
Pra voltar em fevereiro
Para a câmara e pro senado.
Confiado que o brasileiro
A memória curta tem
Pra aprovar esta fatia grande
Com toda força eles vem
Então vamos continuar
A escrever e protestar
Não dando trégua a ninguém.
Enquanto isso vamos dar
Para o gato a nossa ração
Que é pra eles nos defenderem
E defender toda nação
De olho no rato novo
É que deve fazer o povo
Pra não cair nesse alçapão.
Vamos armar a ratoeira
E ficar de prontidão
Botar um pouco de racumin
Num pedaço de requeijão
Porque depois do carnaval
No bueiro da capital
Vai ter uma nova reunião.
Eles vão vir descansados
Com idéias renovadas
Os ratos maquiavericos
Não fugiram da empreitada
Vamos estar preparados
Eles vão vir mais letrados
Com ratos novos na retaguarda.